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[pt] O CORPO: IMAGENS DE DEFORMAÇÃO E RECOMPOSIÇÃO / [en] THE BODY: IMAGES OF DEFORMATION AND RECOMPOSITION

[pt] Numa conferência, em 1966, Michel Foucault afirmava que, para ele, as
utopias teriam nascido do desejo do ser humano de se libertar da prisão do corpo,
ou de apagar os corpos. Em seguida, o pensador se considerou equivocado,
voltando atrás e concluindo que o que retira do corpo sua possibilidade utópica seria
o peso e os contornos que somos ensinados a dar-lhe. Sob uma perspectiva
contemporânea, David Le Breton, em Adeus ao Corpo (1999), observa que, com
a aceleração dos avanços tecnológicos, cada vez mais as atividades do corpo são
atrofiadas, substituídas por serviços e aparelhos, restando a ele o lugar de limitação
ou doença. A presente pesquisa investiga como criações do cinema, das artes
visuais e da literatura, principalmente das primeiras décadas do século XXI,
dialogam com esses pensamentos, discutindo três imaginários acerca do corpo:
como barreira a ser ultrapassada pelo ser humano por meio da tecnologia; como
reflexo do antropocentrismo e de concepções de temporalidade, em diálogo com as
noções de progresso, devir e performance; e como lugar de registro de memória,
tanto pelas inscrições ou mutilações na carne quanto por sua ausência, transformada
em falta espectral. Foram selecionadas narrativas em que o corpo é deformado,
reformado, ou que visam superar o corpo, para compreender aspectos da
contemporaneidade a partir dessas representações que tratam da unidade material
mais elementar do ser humano. / [en] In a conference in 1996, Michel Foucault stated that, for him, utopias were
born from the human desire to escape from the prison of the body, or to erase bodies
altogether. Shortly after, upon reflection, the philosopher felt he was mistaken,
concluding instead that what deprives the body of its utopian possibility would be
the weight and the limits we are taught to give it. From a contemporary perspective,
David Le Breton, in L Adieu au corps (1999), notes that, with the acceleration of
technological advances, the body s activities have been increasingly atrophied,
replaced by services and devices, forcing the body into a position of limitation or
disease. The present research investigates how works from cinema, the visual arts
and literature, mainly produced in the first decades of the 21st century, interact with
those approaches, discussing three imaginaries concerning the body: as a barrier to
be surpassed by the human being through technology; as a reflection of
anthropocentrism and of temporality conceptions, in dialogue with the notions of
progress, devenir, and performance; and as a place of memory record, through
inscriptions or mutilations on the flesh, or through the lack of flesh entirely, turned
into a spectral absence. Narratives in which the body is deformed, reformed, or that
aim to overcome the body, were selected in order to understand certain aspects of
contemporaneity from these representations that deal with the most elementary
material unit of the human being.

Identiferoai:union.ndltd.org:puc-rio.br/oai:MAXWELL.puc-rio.br:64607
Date06 November 2023
CreatorsALEXIA CARPILOVSKY
ContributorsVERA LUCIA FOLLAIN DE FIGUEIREDO
PublisherMAXWELL
Source SetsPUC Rio
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
TypeTEXTO

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