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Hipertensão arterial sistêmica no setor de emergência: o uso de medicamentos sintomáticos como alternativa de tratamento

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Previous issue date: 2003 / O tratamento do paciente hipertenso em Unidade de Emergência tem-se voltado
primariamente para as cifras tensionais. A atenção aos sintomas referidos e o tratamento dos
mesmos têm sido colocados em segundo plano. Freqüentemente, tem-se interpretado que os
sintomas são a conseqüência da elevação da pressão arterial (PA) e dessa forma justifica-se o
tratamento dos números (os níveis tensionais). Alguns estudos mostram que os sintomas que
motivam à procura do Setor de Emergência parecem não estar associados à elevação da PA. Nas
situações onde não se verifica deterioração rápida dos órgãos-alvo nem risco de vida imediato, a
abordagem do evento deflagrador pode resultar em significativa redução ou até normalização da PA
e a orientação para uma adequada adesão ao tratamento crônico da hipertensão parece ser a conduta
mais apropriada.
Neste estudo, comparou-se o tratamento com medicação sintomática ou anti-hipertensiva em
pacientes atendidos na Unidade de Emergência do Hospital Universitário Oswaldo Cruz (HUOC
UPE).
Cem pacientes atendidos na Emergência Cardiológica do HUOC com sintomas associados à
pressão arterial sistólica (PAS) entre 180 e 200 mmHg e/ou pressão arterial diastólica (PAD) entre
110 e 120 mmHg, foram randomizados para tratamento com medicação sintomática (dipirona ou
diazepam) ou anti-hipertensiva (captopril). Aqueles pacientes, portadores de qualquer condição
clínica associada que necessitassem de tratamento imediato na Unidade de Emergência foram
excluídos do estudo. Atingiram o critério de alta os pacientes, que ao final do período de observação
de noventa minutos, tornaram-se assintomáticos e tiveram seus níveis tensionais sistólicos
reduzidos para abaixo de 180 mmHg e diastólicos para aquém de 110 mmHg. A idade média da população estudada foi 54,4 anos. A maioria dos pacientes era de
mulheres, hipertensos crônicos em tratamento farmacológico irregular, com baixa taxa de aderência
às medidas não farmacológicas e classificados quanto ao índice de massa corpórea (IMC) em
sobrepeso e obesos grau I. Cefaléia, dor torácica tipo D (não anginosa) e dispnéia foram as queixas
mais freqüentes. A proporção de pacientes tratados com medicação sintomática que atingiu o
critério de alta foi semelhante àquela de pacientes medicados com anti-hipertensivo (p =
0,165). Não foi encontrada associação entre o diagnóstico prévio de Hipertensão Arterial
Sistêmica (HAS) (p = 0,192), tratamento farmacológico (p = 0,687) e não-farmacológico e o
critério de alta.
Os nossos resultados apontam para a necessidade de uma maior valorização dos sintomas
apresentados pelos pacientes, oferecendo um atendimento mais humanizado e resultados objetivos
também satisfatórios. Isso implica conscientizar a população médica acerca da diferença entre crise
hipertensiva e aquelas situações onde a PA elevada poderia ser uma conseqüência dos sintomas
apresentados pelos pacientes

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.ufpe.br:123456789/7107
Date January 2003
CreatorsGonçalves de Lima, Sandro
ContributorsGuimarães Victor, Edgar
PublisherUniversidade Federal de Pernambuco
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Sourcereponame:Repositório Institucional da UFPE, instname:Universidade Federal de Pernambuco, instacron:UFPE
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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