[pt] A crise ecológica que enfrentamos hoje nos alerta sobre o perigo que
corremos se continuarmos a abusar da natureza explorando-a como fonte
inesgotável de matérias primas para os inventos do homem. Como se não bastasse
a degradação de boa parte de seus ecossistemas, o uso pelas indústrias
farmacêuticas e alimentícias representa uma das principais fontes de exploração
desenfreada daqueles que são classificados como carentes de razão, afeto ou
vontade. Neste sentido, a busca por uma ética mais ecocêntrica se faz necessária.
Para pensar uma ética que abarcasse a relação dos homens com os animais é que
recorremos aqui ao conceito de simpatia, elaborado pelo filósofo empirista
britânico David Hume. Este conceito é elaborado como um princípio de distinção
moral entre os homens, mas está presente também nas operações mentais dos
animais entre si. Queremos defender que o conceito de simpatia, como um
mecanismo de comunicação de sentimentos entre os humanos e entre os animais,
pode ser estendido para a relação entre homens e animais, e assim contribuir para
o desenvolvimento da conduta humana em relação ao bem-estar destes seres,
principalmente nas produções de escala industrial. Para isso, tomaremos como
exemplo a perspectiva daqueles que criam e trabalham com os animais, servindonos
da análise de Vinciane Despret e Jocelyne Porcher no livro Être Bête.
Aspiramos, ainda, apresentar uma crítica à zootecnia como ciência que mecanizou
os animais e os isolou dos homens, transformando-os em produtos e distorcendo o
conceito de bem-estar, o qual buscaremos averiguar. / [en] The ecological crisis we face today warns us against the danger involving
the continuous and abusive exploitation of nature as an inexhaustible source of
raw materials at the service of mankind s inventions. Besides the degradation of a
significant part of its ecosystems, the use by the drug and food companies alone,
accounts for a great deal of a rampant exploitation of those classified as being
deprived of reason, affection or will. In this sense, the pursuit for a more
ecocentric ethics is mandatory. To think of an ethics that embodies the
relationship between men and animals, we resort to the concept of sympathy,
created by the Scottish empirical philosopher David Hume. The concept,
elaborated as a principle of moral distinction among men, is also present in the
mental operations of animals as they interact among themselves. We advocate that
the concept of sympathy, as a means of communication of feelings among humans
and among animals, can also be extended to the relationship between the men and
animals, thus contributing to the evolution of human conduct towards the welfare
of these creatures, especially when it comes to large scale production. In order to
do so, we will make use of the perspective of those who raise and work with
animals, using the analysis of Vinciane Despret e Jocelyne Porcher to support this
thesis, found in their book Être Bête. Also, we aim to express our criticism
to animal husbandry as a science which helped reinforce the mechanization of
animals, thus isolating them from men, making them into products and twisting
the concept of well being itself, which we will try to ascertain.
Identifer | oai:union.ndltd.org:puc-rio.br/oai:MAXWELL.puc-rio.br:28328 |
Date | 06 December 2016 |
Creators | LUCAS BATISTA DA SILVA |
Contributors | DEBORAH DANOWSKI |
Publisher | MAXWELL |
Source Sets | PUC Rio |
Language | Portuguese |
Detected Language | English |
Type | TEXTO |
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