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De um lugar a outro via 2666 / From one place to another via 2666

O presente trabalho visa investigar a desestabilização de categoria rígidas como o lugar e o sujeito por meio do deslocamento. A viagem possibilita outras formas de ser e estar no espaço que reordenam essas categorias e as suas relações, problematizando a possibilidade de enunciação como sutura da relação entre sujeito e lugar. De encontro ao romance 2666 de Roberto Bolaño, a dissertação persegue os espectros dessas fissuras a partir de miradas múltiplas. Primeiro, investiga-se o lugar desde o qual se fala do lugar nos estudos da literatura e da linguagem e a violência subjacente ao desejo de querer colocar uma coisa em seu lugar. A tradução, como subversora da máxima física de que dois corpos nunca podem ocupar o mesmo lugar ao mesmo tempo, é também explorada desde a perspectiva de Babel, em que a confusão linguística está dada como a impossibilidade de uma linguagem plenamente ordenadora. Parte-se, então, para a viagem, aquilo que deixa o lugar rumo a outros e decompõe, via deslocamento, a coesão, operando um movimento de abertura ao desconhecido, um reordenamento das configurações previamente estabelecidas. Essa aparente emancipação, porém, incorre rapidamente também em uma condenação, o seu revés mais íntimo, compreendida aqui como a possibilidade de enunciar desde um eu dissociado, aberto ao outro que existe em si. / This study aims to investigate the destabilizing of rigid categories such as the place and the subject through travel, understood here as displacement. The trip enables different manners of being in space that reorganize these categories and their relations, questioning the possibility of enunciation as the seam between subject and place. Through an encounter with Roberto Bolaños novel 2666, this dissertation follows the specters of these fissures from multiple viewpoints. First it investigates the place from which one speaks of place in literary and language studies and the violence ingrained in the desire to allocate a thing to its own place. Translation, as a subversive element of the physical axiom two bodies cannot occupy the same place at the same time, is explored within the scope of Babel, in which linguistic confusion is exerted as the impossibility of a fully analytical language. Then, the concept of travel is sought as that which leaves a place, bound for others, and decomposes, via displacement, cohesiveness, operating a movement of opening towards the unknown and reorganizing previously established configurations. However, this apparent emancipation quickly brings about condemnation, its intimate double, understood here as the possibility to enunciate from a dissociated I, open to the other that exists in the I.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:teses.usp.br:tde-25092013-122837
Date01 July 2013
CreatorsMariana Peceguini Ruggieri
ContributorsMarcos Piason Natali, Luciene Almeida de Azevedo, Meritxell Hernando Marsal
PublisherUniversidade de São Paulo, Letras (Teoria Literária e Literatura Comparada), USP, BR
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Sourcereponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP, instname:Universidade de São Paulo, instacron:USP
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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