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Previous issue date: 2003 / A quantidade de água doce existente no planeta, própria para o consumo humano, vem diminuindo a cada dia, devido ao aumento da demanda e em face da poluição ambiental. Essa
tendência à exaustão dos mananciais se reveste de particular importância nas regiões semi-áridas
do Brasil, onde o homem precisa conviver com a escassez de recursos hídricos e as adversidades
climáticas, caracterizadas por longos períodos de estiagem. Tal realidade sugere que se agregue
valor ao esgoto sanitário, através de tratamento adequado, transformando-o em insumo utilizável
na fertirrigação ou em outras atividades produtivas, ao invés de considerá-lo como despejo.
Este trabalho, elaborado com esse enfoque, foi desenvolvido utilizando o efluente de um
sistema de tratamento composto por um reator UASB e uma lagoa de polimento, na busca dos
seguintes objetivos: 1º- avaliar a adequabilidade do efluente da lagoa, ao reúso controlado, na
agricultura irrigada; 2º- avaliar, em função de três formas diferentes de irrigação, o potencial
poluidor do líquido percolado no solo, após irrigar uma área de 640 m2, semeada com milho e
acerola. O caso estudado foi abordado quanto aos aspectos sanitários, com ênfase na saúde
pública, que talvez sejam os que mais provocam polêmicas, quando o tema em discussão é a
utilização de esgoto na irrigação.
A pesquisa experimental, que durou nove meses (3/12/2001 a 27/08/2002), demandou a
realização de análises químicas e exames físicos, bacteriológicos e parasitológicos, bem como a
identificação de metais pesados. Os resultados obtidos revelaram:
o uso do efluente estudado é próprio para irrigar soja, abacaxi, acerola, mamoeiro, arroz,
cana-de-açúcar, girassol, mamona, milho, alfafa, capim Buffel, capim Mimoso, etc. Todavia,
é restritivo para irrigar culturas sensíveis a sais e pode prejudicar os solos que apresentam
baixa drenagem interna, em função da elevada condutividade elétrica e da presença de sódio,
no esgoto sanitário;
o efluente sob análise é inadequado, sanitariamente, para irrigar culturas a serem ingeridas
cruas (hortaliças e outras), campos de esportes e parques públicos;
o percolado é capaz de impor riscos sanitários, evidenciados pela presença dos indicadores
de contaminação bacteriana.
Adicionalmente, verificou-se que o reúso indireto de água é uma realidade na horticultura
brasileira, apesar dos problemas ambientais e de saúde, que pode estar causando. Este fato não
deve ser desconsiderado e precisa ser enfrentado, através de soluções tecnicamente adequadas,
submetidas a uma legislação específica, ainda não existente no país, de forma que o
reaproveitamento das águas residuárias, permita a liberação dos corpos de água, para usos mais
exigentes e contribua para a preservação do meio ambiente.
Assim, a irrigação com esgoto doméstico tratado, feita de forma controlada, representa uma
alternativa de reúso sanitariamente segura e ambientalmente sustentável. Agrega qualidade de
vida para a população e pode se tornar economicamente viável, pois também gera riquezas
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.ufpe.br:123456789/5888 |
Date | January 2003 |
Creators | Floriano de Sousa Cartaxo, Mauro |
Contributors | Takayuki Kato, Mario |
Publisher | Universidade Federal de Pernambuco |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | Portuguese |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis |
Source | reponame:Repositório Institucional da UFPE, instname:Universidade Federal de Pernambuco, instacron:UFPE |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
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