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O Impacto do Diagnóstico de Anomalia Congênita: Coping e Indicadores Emocionais Maternos

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Previous issue date: 2013-08-19 / A anomalia congênita caracteriza-se por qualquer tipo de alteração durante o desenvolvimento embrionário, incluindo variação estrutural ou funcional do desenvolvimento. Desde a gestação existe por parte dos pais grande expectativa acerca do novo membro da família, com a idealização do nascimento de uma criança perfeita. Quando o bebê nasce com algum tipo de malformação, o impacto de tal acontecimento poderá influenciar vários aspectos sociais e afetivos, como o tipo de relação que será estabelecida entre a díade mãe-bebê, com a família e com outros membros da sociedade. Sendo assim, este estudo teve como principal objetivo verificar o coping adotado por mães de bebês com anomalia congênita e os indicadores emocionais, como estresse, ansiedade e depressão, considerando a influência de variáveis como o impacto do diagnóstico e as crenças maternas sobre o desenvolvimento do filho. Participaram da pesquisa, mediante assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, 25 mães (M = 25,04 anos) e seus com filhos diagnosticados com diferentes anomalias (ex.: malformações congênitas do aparelho circulatório, do sistema nervoso e do aparelho digestivo), internados em três Unidades de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN) da Grande Vitória, ES. A pesquisa ocorreu em duas etapas. Na primeira foram aplicados os seguintes instrumentos: Questionário de Dados Sociodemográficos, Questionário de Dados do Bebê; Protocolo Momento da Notícia; Critério de Classificação Econômica Brasil; Inventário de Sintomas de Stress para Adultos de Lipp (ISSL); e Inventários Beck de Ansiedade e Depressão (BAI e BDI). Na segunda etapa foi realizada uma entrevista semiestruturada com o objetivo de identificar as expectativas acerca do desenvolvimento do filho, bem como as estratégias de coping frente ao diagnóstico de anomalia congênita e hospitalização do bebê na UTIN. Dados referentes aos testes padronizados foram analisados de acordo com os critérios normativos estabelecidos. Os demais dados obtidos foram submetidos à análise qualitativa com base na Teoria Motivacional do Coping. A amostra foi composta por mães que tinham mais de um filho (M = 2,33), ensino médio completo (n = 9) e que
viviam em união estável (n=23). A maioria pertencia à classe C1 (n=9), com renda média familiar de R$ 1.495,00. Em 56% dos casos o diagnóstico foi fornecido pelo obstetra e em 36% pelo pediatra. Para 40% das mães, as informações fornecidas foram corretas, mas insuficientes. Parte da amostra (64%) avaliou positivamente a forma como o médico comunicou o diagnóstico, mas 76% das respostas estavam associadas a sentimentos negativos no momento da notícia. As mães ressaltaram a necessidade de obter mais explicações, ou seja, apesar de avaliarem positivamente o momento da notícia, sentiram falta de mais informações sobre o estado de saúde do bebê, bem como sobre o diagnóstico em si. Em relação ao estresse, a maioria (n=12) se encontrava na fase de resistência, 6 na fase de quase exaustão, e 3 na última fase, de exaustão. No tocante à ansiedade, 8 mães apresentaram nível moderado, 6 nível leve e 5 nível grave. Na avaliação da depressão, 7 mães apresentaram nível leve, 7 moderado e 3 nível grave. No que tange às estratégias de enfrentamento, estratégias adaptativas positivas como Autoconfiança e Busca de Suporte foram muito utilizadas pelas mães. Estratégias adaptativas negativas como Delegação e Desamparo também foram usadas pelas participantes, o que requer atenção da equipe de saúde, pois tal fato poderá refletir de forma negativa em longo prazo em seu bem-estar psicológico. Assim, a partir desses resultados, considera-se que o diagnóstico de anomalia congênita é um estressor potencial e, dessa maneira, as demandas emocionais e de informação deverão ser consideradas pela equipe de saúde durante o processo de comunicação do diagnóstico. Há necessidade de intervenções dirigidas às mães durante a hospitalização para redução do impacto emocional negativo e melhor adaptação da família à condição da criança, favorecendo a qualidade do vínculo entre a díade mãe-bebê e a qualidade do desenvolvimento infantil. Ressalta-se a importância de estudos sobre o enfrentamento para subsidiar intervenções dirigidas a grupos que estão sob forte impacto emocional e em condição de maior vulnerabilidade para o desenvolvimento de transtornos emocionais, a exemplo da amostra investigada.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:dspace2.ufes.br:10/3087
Date19 August 2013
CreatorsVICENTE, S. R. C. R. M.
ContributorsAVELLAR, L. Z., PEROSA, G. B., PAULA, K. M. P.
PublisherUniversidade Federal do Espírito Santo, Mestrado em Psicologia, Programa de Pós-Graduação em Psicologia, UFES, BR
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Formattext
Sourcereponame:Repositório Institucional da UFES, instname:Universidade Federal do Espírito Santo, instacron:UFES
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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