Orientador: Germana Fernandes Barata / Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Estudos da Linguagem / Made available in DSpace on 2018-08-23T09:36:49Z (GMT). No. of bitstreams: 1
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Previous issue date: 2013 / Resumo: A endemia de hanseníase que atingiu o Estado de São Paulo nas primeiras décadas do século XX levou o governo paulista a optar pela política pública de internação compulsória dos doentes em asilos-colônia. Inspirada no modelo implantado na Noruega no final do século XIX, essa estratégia não foi resultado de consenso científico, mas de decisões do grupo político que galgou o poder a partir de 1930. Com poucas vozes dissonantes no meio acadêmico, a política isolacionista perseverou por cerca de quatro décadas em São Paulo com o apoio fundamental da imprensa e da sociedade. Esta pesquisa analisou como a imprensa paulista retratou o problema da endemia e a situação dos doentes internados compulsoriamente e como os jornais contribuíram para reforçar a manutenção da política sanitária. A hipótese que se coloca é a de que a mídia impressa se engajou na defesa dos interesses do governo estadual, apesar dos descontentamentos entre pacientes e das vozes divergentes dos cientistas. O estudo selecionou 199 textos dos jornais O Estado de S.Paulo, Folha da Noite, Folha da Manhã e Folha de S.Paulo, entre 1933 e 1967. Os métodos empregados foram análise de conteúdo quantitativa e qualitativa e entrevistas semiestruturadas. Ao longo do período estudado, 37% dos textos apoiaram a política de isolamento compulsório, enquanto apenas 16% foram contrários e 47% foram considerados neutros. Nas décadas de 1930 e 1940, a posição foi majoritariamente pró-internação obrigatória; nas décadas de 1950 e 1960, houve uma mudança de postura e os jornais começaram a publicar textos criticando a política profilática paulista. Defendendo a crença de que São Paulo cumpria no Brasil um papel de "grande potência", os jornais paulistas se mostraram comprometidos com as medidas de controle social que queriam excluir a parcela doente da sociedade. Até os anos 1950, as críticas ao modelo não tiveram espaço nos veículos de São Paulo, tendo sido publicadas principalmente na imprensa do Rio de Janeiro. A defesa da internação compulsória ou a omissão sobre os problemas vividos pelos doentes, principalmente na Era Vargas, ajudou a manter o status quo do sanitarismo de São Paulo. O apoio dos jornais à política de isolamento contribuiu para que o degredo dos doentes em São Paulo fosse extinto apenas em 1967, com cinco anos de atraso em relação à decisão federal / Abstract: The endemic leprosy that hit São Paulo state in the early decades of the twentieth century led the state government to opt for public policy of compulsory segregation of patients in asylums colonies. Inspired by the model implemented in Norway in the late nineteenth century, this strategy was not the result of scientific consensus, but the decisions of the political group that came to power in 1930. With few dissenting voices in academia, the isolationist policy persevered for about four decades in São Paulo with major support from the media and society. This research examined how the press portrayed the problem of São Paulo and the endemic situation of patients admitted compulsorily. It also examined how the newspapers contributed to strengthen the maintenance of health policy. The hypothesis is that the print media engaged in defending the interests of the state government, despite the dissatisfaction among patients and divergent voices of scientists. The study selected 199 texts of the newspapers O Estado de S.Paulo, Folha da Noite, Folha da Manhã and Folha de S.Paulo, between 1933 and 1967. The methods used were quantitative and qualitative analysis of content and semi-structured interviews. Throughout the study period, 37 percent of the texts supported the policy of compulsory isolation, while only 16 percent were opposed and 47 percent were neutral. In the 1930s and 1940s, the position was overwhelmingly pro-compulsory hospitalization. In the 1950s and 1960s, there was a change of posture and the newspapers began to publish texts criticizing the prophylactic policy from São Paulo state. The measures of social control wanted to exclude the diseased portion of society. The São Paulo newspapers were compromised with these measures arguing the belief that São Paulo fulfilled a role of "great power" in Brazil. Until the 1950s criticism to the model did not have space in these newspapers, having been published mainly in the press of Rio de Janeiro. The defense of compulsory segregation or the omission about the problems experienced by patients, mainly in the Vargas era, helped to maintain the status quo of health policy in São Paulo. With the support of the newspapers to the policy of compulsory segregation, this model of prophylaxis would be abolished in São Paulo only in 1967, with five years of delay compared to the federal decision / Mestrado / Divulgação Científica e Cultural / Mestre em Divulgação Científica e Cultural
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.unicamp.br:REPOSIP/270597 |
Date | 23 August 2018 |
Creators | Gorgulho, Guilherme, 1976- |
Contributors | UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS, Barata, Germana Fernandes, 1974-, Mota, André, Evangelista, Rafael de Almeida |
Publisher | [s.n.], Universidade Estadual de Campinas. Instituto de Estudos da Linguagem, Programa de Pós-Graduação em Divulgação Científica e Cultural |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | Portuguese |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis |
Format | 224 p. : il., application/pdf |
Source | reponame:Repositório Institucional da Unicamp, instname:Universidade Estadual de Campinas, instacron:UNICAMP |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
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