Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências Biológicas, Programa de Pós-Graduação em Biologia Vegetal, Florianópolis, 2011 / Made available in DSpace on 2012-10-26T03:19:10Z (GMT). No. of bitstreams: 1
295314.pdf: 11770685 bytes, checksum: 86ebdb27459df94f4e66a8459a8609be (MD5) / A bromélia Dyckia distachya Hassler é endêmica da Bacia do Rio Uruguai e seu habitat natural são ambientes rochosos com corredeiras (reófitas). Devido à construção de três usinas hidrelétricas, sete das oito populações conhecidas dessa reófita foram extintas na natureza. Estas populações foram em parte resgatadas e mantidas em coleções ex situ ou destinadas a tentativas de introdução, que tiveram pouco êxito. Atualmente, a única população natural está no Salto Yucumã, na divisa do Brasil com a Argentina. Diante deste contexto, esta espécie apresenta sérios riscos de extinção. Esse trabalho teve como objetivo avaliar a emergência e a sobrevivência de plântulas em ambientes ex situ e inter situ (com condições semelhantes ao habitat natural), testar metodologias para a introdução de plantas jovens e monitorar a sobrevivência, crescimento e reprodução vegetativa desses indivíduos nas áreas de conservação inter situ. Em local ex situ, a emergência das plântulas foi avaliada na água e em vermiculita. Como a espécie é rupícula, foi testado uso de três substratos de fixação (esponja floral, fibra de xaxim e fibra de coco) para avaliar a emergência e a sobrevivência das plântulas provenientes de 4 coleções ex situ. Em ambiente inter situ, a semeadura ocorreu em frestas rochosas com acúmulo de substrato ou com cobertura de musgo, e o recrutamento também foi avaliado ao redor de plantas reprodutivas de D. distachya relocadas anteriormente. Na introdução das plantas jovens foram utilizados dois métodos de plantio: espaçado e adensado. Em ambiente ex situ, a emergência das plântulas foi maior na água (73,1%) em relação à vermiculita (68,6%). Entre os substratos de fixação, as maiores médias de emergência foram na esponja floral (65,0%) e na fibra de xaxim (55,7%). Após um ano, a média de sobrevivência na fibra de coco (82,2%) foi maior que na esponja floral (72,0%). Houve diferença na emergência, sobrevivência e vigor das plântulas entre as quatro coleções ex situ estudadas. Em ambiente inter situ, após 18 meses, obteve-se um recrutamento de 0,04% entre as sementes introduzidas, enquanto nas sementes naturalmente dispersas ao redor da planta-mãe as taxas foram de 0,08%. Após 15 meses da introdução das plantas jovens, o número total de rosetas em relação ao introduzido foi de 74,2% no plantio adensado e 50,7% no espaçado. A sobrevivência e crescimento das plantas nos dois métodos de plantio diferiu de acordo com a área de relocação. No plantio espaçado, a sobrevivência, produção de folhas e de ramets foi maior nos jovens com maior tamanho. Após 21 meses da introdução, a reprodução vegetativa ocorreu em 19,7% dos jovens no plantio espaçado, que emitiram entre um e 14 ramets. Três indivíduos produziram inflorescências quando tinham quatro anos de idade. Constatou-se que um dos principais obstáculos no programa de introdução desta reótifa é o recrutamento via reprodução sexuada. As propriedades emergentes que podem desencadear os limiares no estabelecimento de novos indivíduos via sementes em populações artificiais dessa reófita são complexos, e envolvem o tamanho das frestas, acúmulo de substrato, umidade, luz e competição interespecífica. Sugere-se que os principais fatores que influenciaram a sobrevivência das plantas jovens tenham sido as enxurradas, a idade e tamanho no momento da introdução, o período do ano em que foi realizado o plantio, a competição interespecífica e a herbivoria. Nas futuras tentativas de relocação recomenda-se a introdução de plantas jovens através do plantio adensado e espaçado e da semeadura direta de sementes, como forma de gerar maiores probabilidades de fundar novas populações desta espécie. Recomenda-se uma política de maior controle das reófitas nos ambientes a serem alagados pelas hidrelétricas e que haja um programa de proteção dos locais reófilos em que D. distachya foi introduzida, pois caso ocorra a construção de hidrelétricas nas áreas onde houve as introduções, as perdas para esta espécie podem representar sua extinção na natureza. / Rheophytes are species of plants that occur exclusively beside swift-running streams and rivers that experience frequent and sudden floods. The rheophyte Dyckia distachya Hassler (Bromeliaceae) is endemic of the Uruguay River Basin. Due the construction of three hydroelectrics, seven of the eight known natural populations were locally extinct. Nowadays, the only natural population is at Salto Yucumã, localized in the border between Argentina and Brazil. Within this context, this species presents serious risks of becoming extinct. Thus, this study aimed to evaluate the emergency and survival of the seedlings in ex situ and inter situ (with conditions similar to natural habitat) environments, test methodologies to the introduction of young plants and monitor the survival, growth and vegetative reproduction of these individuals in the inter situ conservation areas. In ex situ locals, the emergence was evaluated in water, vermiculite and in three fixation substrates (floral sponge, tree fern fiber and coconut fiber). In inter situ environment, the sowing of the seeds occurred in rock crevices with accumulation of substrate or covered with moss, and recruitment was also evaluated around reproductive adults. In the introduction of the young plants was used two planting methods: sparse and dense. In ex situ environment, the emergency of the seedlings was higher in the water (73.1%) compared to vermiculite (68.6%). Among the fixation substrates, the highest averages of emergency were floral sponge (65.0%) and tree fern fiber (55.7%). After one year, the average of survival in coconut fiber (82.2%) was higher than in the floral sponge (72.0%). There was difference in the emergency, survival and vigor of the seedlings among the four ex situ collections studied. After 18 months, the recruitment of the seeds artificially dispersed in the nature was of 0.04%, and naturally dispersed around the mother plant was of 0.08%. After 15 months of the introduction of the young plants, the number of rosettes in relation to the introduced was higher in the dense planting (74.2%) than in the sparse (50.7%). The survival and growth of the plants in the two methods of planting differed according to the area of relocation. In the sparse planting, the survival, the production of leaves and ramets were higher in the young plants of larger size. After 21 months of introduction, the vegetative reproduction occurred in 19.7% of the young plants in the sparse planting, that emitted among one and 14 ramets. Three individuals reached the reproductive age when were four years old. It was found that one of the main obstacles in the introduction program of this rheophyte is the recruitment of new individuals via sexual reproduction. The emergent properties that can trigger the thresholds in the establishment of new individuals via seeds in artificial populations of this rheophyte are complex and involve the size of the rock crevices, substrate accumulation, humidity, light and interspecific competition. It is suggested that the main factors that influenced the survival of the young plants were the runoffs, the age and size of the plant, the time of the year in which the introduction was done, the interspecific competition, and the herbivory. In the future attempts of relocation of this rheophyte, the introduction of young plants through dense and sparse planting and direct sowing of seeds is recommended, as a way of creating more probabilities to found new populations of this species. A long term monitoring is necessary to follow the process of ormation of these new populations in the areas of inter situ conservation, quantifying the recruitment, in time and space. It is also suggested the inclusion of rheophytes species in the studies of the environmental impact, as a way to conserve this vegetation that is susceptible to habitat loss due the construction of hydroelectrics.
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.ufsc.br:123456789/95553 |
Date | January 2011 |
Creators | Zimmermann, Thalita Gabriella |
Contributors | Universidade Federal de Santa Catarina, Reis, Ademir, Castellani, Tania Tarabini |
Publisher | Florianópolis, SC |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | Unknown |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis |
Format | 115 p.| il., grafs., tabs., mapas |
Source | reponame:Repositório Institucional da UFSC, instname:Universidade Federal de Santa Catarina, instacron:UFSC |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
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