Essa tese se apresenta na forma de ensaio como expressão de um desejo em problematizar sobre as urgências do presente e do passado recente da administração que inquietam, produzindo efeitos que se espalham pela cotidianidade e criam uma tecnologia específica de governo – o dispositivo do management. Para tanto, a forma ensaística é um caminho profícuo para lidar com uma forma de produção de conhecimento que busca a problematização ao invés da evidência. O ensaio é uma manifestação política que traz à tona no processo de escrita a trajetória reflexiva do pesquisador e o seu posicionamento diante de um problema. Nessa tese, o problema que se considera é o dispositivo do management e as formações discursivas que foram agenciadas a partir de sua positividade. Assim, utilizo a escrita de si como prática metodológica na criação de um argumento fictício no qual também se reverbera a positividade do management. Dando base à narrativa em ficção, defendo que a nossa história recente acompanhou um avanço das técnicas do management como referência na forma de organizar a vida em sociedade. Para além dos muros da empresa, as ferramentas de gestão são demandadas da administração pública até a domiciliar, configurando um modo de subjetivação racional-utilitarista sustentado pelo enunciado da padronização ao longo do século passado. Este ganhou força quando um novo mote econômico foi agenciado a partir dos anos 1980 com a expansão do neoliberalismo e a constituição dos mercados financeiros, reforçado pelo enunciado dos privilégios. O agravamento recente da positividade do management se dá na forma de outro modo de subjetivação que passa, então, a atuar concomitante a ele em uma operação concêntrica em prol da maximização dos fluxos do Capital: o dispositivo da financeirização. Assim, os sujeitos hoje se constituem fortemente subjugados a uma lógica que lhes incute uma pretensa individualização liberal que mascara um fundo de totalitarismo capitalístico disciplinar. Essa tese é uma problematização desse momento contemporâneo de (des)ilusão se engendrando na elaboração de uma genealogia que, como um trem que se adentra no túnel escuro, tão cedo não se verá o fim. / This thesis presents itself in the form of an essay as an expression of a desire to problematize on the urgencies of the present and the recent past surrounding the study of organizations, producing effects that spread through the quotidian and creating a specific technology of government - the management dispositive. For this, the essay form is a useful way to deal with a form of knowledge production that seeks problematization rather than evidence. The essay is a political manifestation that brings to the fore by the writing process the reflective trajectory of the researcher and his positioning in the face of a problem. In this continuous process of reflexivity of the self in which theory and empiricism merge from the varied set of experiences of the essayist, knowledge is produced as a work of the self in thought that allows him to problematize on the questions around the sayings and doings of his field of study. In this thesis, the problem that is considered is the management dispositive and the discursive formations that were engendered by its positivity. Thus, I also use the writing of the self as a methodological practice creating a fictitious argument in which the positivity of management is also reverberated. Building upon the fiction narrative, I argue that our recent history has accompanied an advance in management techniques as a reference in the way of organizing life in society. Beyond the walls of firms, management tools are demanded from public administration to home care, setting up a rational-utilitarian mode of subjectivation supported by the standardization enunciation throughout the last century. It gained momentum when a new economic motto was enacted from the 1980s with the expansion of neoliberalism and the constitution of financial markets, reinforced by the enunciation of privileges. The recent aggravation of management positivity occurs in the form of another mode of subjectivation, which then acts alongside it in a concentric operation in favor of the maximization of Capital flows: the dispositive of financialization. Thus, subjects today are strongly subjugated to a logic that instils in them a supposed liberal individualization that masks a fund of disciplinary capitalistic totalitarianism. This thesis is a problematization of this contemporary moment of (dis)illusion engendering in the elaboration of a genealogy which, like a train that goes into a dark tunnel, will not see its end quite soon.
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:lume.ufrgs.br:10183/174727 |
Date | January 2018 |
Creators | Medeiros, Igor Baptista de Oliveira |
Contributors | Antonello, Cláudia Simone |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | Portuguese |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis |
Format | application/pdf |
Source | reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS, instname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul, instacron:UFRGS |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
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