Tem sido apontado que tanto a avaliação da flexibilidade e/ou mobilidade corporal, quanto à avaliação da postura estática configuram um aspecto importante de ser observado antes de começar uma intervenção postural. Embora a flexibilidade seja primordial na estratégia para o movimento do corpo no espaço, ainda são incipientes as evidências acerca da relação entre a postura estática e a mobilidade da coluna vertebral. Visando fornecer subsídios para a compreensão dessa questão, a presente dissertação foi dividida em dois estudos: Estudo 1 – Objetivou investigar se existem evidencias de correlação entre flexibilidade e/ou mobilidade corporal com a postura estática. Esse estudo trata-se de uma revisão sistemática de estudos observacionais e ensaios clínicos randomizados e seguiu as recomendações da Colaboração Cochrane. Com as palavras chave “Static Posture”, “Flexibility” e “Mobility”, realizou-se uma pesquisa nas seguintes bases de dados: PubMed, Science, Embase e Bireme. Foram lidos na íntegra 51 estudos, após crivo dos critérios de elegibilidade (apresentação dos resultados do teste de correlação ou associação entre variáveis da postura estática e de mobilidade no plano sagital, evidenciando o grau e o sentido da relação). Destes, foram incluídos oito estudos, todos com alta qualidade metodológica, tendo a presente revisão forte força de evidência científica. Em linhas gerais, conclui-se que a presente RS apresenta evidências de que a flexibilidade corporal está relaciona com a postura corporal. E que apesar da maioria dos estudos incluídos concordarem entre si e apresentaram valores de correlação diferentes, estas diferenças podem ser explicadas devido à individualidade da flexibilidade corporal que irá apresentar padrões posturais diferentes Estudo 2 – A partir de uma amostra de 82 indivíduos, divididos em dois grupos (Padrão Postural Posterior - PPP e Padrão Postural Anterior - PPA), objetivou-se correlacionar as variáveis posturais estáticas (Padrões Posturais, ângulo das curvaturas dorsal, lombar e inclinação da pelve, também pulsão da pelve), obtidas pela avaliação postural estática no plano sagital utilizando a fotogrametria, com a flexibilidade da coluna vertebral e dos isquiotibiais nos movimentos de flexão e extensão mensurados pelo flexímetro. Na análise estatística foram utilizados os seguintes testes: teste de correlação Momento-Produto de Pearson, teste de correlação de Spearman, teste de correlação de Kendall’s tau-b, teste t independente ou o teste de Mann Whitney, teste t pareado e teste qui-quadrado. (<0,05). Na comparação entre os grupos, o grupo PPA apresentou valores significativamente maiores em relação ao grupo PPP para: ADM de Extensão da CV [t = 566,5, p = 0,011], Lordose Lombar (LL) [t (80) = 2,44, p ≤ 0,05] e Inclinação da Pelve (IP) [t (80) = 4,970, p≤0,001]; e valores significativamente menores para a Cifose Dorsal (CD) [t (80) = -5,99, p ≤ 0,001]. Quanto aos resultados de correlação, no grupo PPA houve correlação significativa e inversa entre a CD com a ADM de Extensão da CV (r=-0,34; p=0,027); e no grupo PPP houve correlação significativa e direta entre a CD com o Movimento de Flexão da CV (r=0,31; p=0,001), entre a CD com a ADM de isquiostibiais (r=0,26; p=0,044) e entre a LL com o Movimento de Flexão da CV (r=0,42; p=0,001) Com base nos resultados, conclui-se que para os indivíduos PPA existe correlação entre a Cifose Dorsal e a ADM extensão da CV e para os indivíduos PPP, entre a Cifose Dorsal e Lordose Lombar com o movimento de Flexão da CV e entre a Cifose Dorsal e a ADM isquiostibiais. Esses resultados sugerem que a postura estática das massas tórax – pelve, vista no PS, que é dado por padrões posturais anterior ou posterior à um eixo vertical, está relacionada com a flexibilidade e/ou mobilidade corporal. Logo, ao identificarmos um padrão postural que apresenta uma organização articular e muscular diferente na busca por posicionamento do corpo no espaço, pode-se ter uma melhor compreensão das possíveis restrições de movimento e assim direcionar melhor o tratamento fisioterapêutico postural. / It has been pointed out that both the assessment of flexibility and / or body mobility, and the evaluation of static posture constitute an important aspect to be observed before beginning a postural intervention. Although flexibility is paramount in the strategy for body movement in space, the evidence about the relationship between static posture and spine mobility is still incipient. In order to provide support for the understanding of this issue, the present dissertation was divided into two studies: Study 1 - The objective was to investigate if there is evidence of a correlation between flexibility and / or body mobility with static posture. This study is a systematic review of observational studies and randomized clinical trials and followed the recommendations of the Cochrane Collaboration. With the keywords "Static Posture", "Flexibility" and "Mobility", a search was carried out in the following databases: PubMed, Science, Embase and Bireme. A total of 51 studies were read following the eligibility criteria (presentation of the results of the correlation test or association between static and mobility variables in the sagittal plane, showing the degree and the meaning of the relationship). Of these, eight studies were included, all of them with high methodological quality, and the present review has strong evidence base. In general terms, it is concluded that the RS presents evidence that body flexibility is related to body posture. And although most of the included studies agree with each other and have different correlation values, these differences can be explained due to the individuality of the body flexibility that will present different posture patterns Study 2 - A sample of 82 individuals, divided into two groups (Posterior Postural Pattern - PPP and Anterior Postural Pattern - PPA), aimed to correlate the static postural variables (Postural Patterns, dorsal, lumbar and slope curvature angle Of the pelvis, also the pelvic drive), obtained by the static evaluation in the sagittal plane using the photogrammetry, with the flexibility of the spine and the hamstrings in the flexion and extension movements measured by the fleximeter. In the statistical analysis, the following tests were used: Pearson's Moment-Product correlation test, Spearman's correlation test, Kendall's tau-b correlation test, independent t-test or the Mann Whitney test, paired t-test, square. ( <0.05). In the comparison between the groups, the PPA group presented significantly higher values in relation to the PPP group for: CV Extension ADM [t = 566.5, p = 0.011], Lumbosarcoma (LL) [t (80) = 2, 44, p ≤ 0.05] and Pelvic Tilt (PI) [t (80) = 4.970, p≤0.001]; And significantly lower values for Dorsal Kyphosis (CD) [t (80) = -5.99, p ≤ 0.001]. Regarding the correlation results, in the PPA group there was a significant and inverse correlation between the CD with the CV Extension ROM (r = -0.34; p = 0.027); (R = 0.26, p = 0.044), and in the PPP group, there was a significant and direct correlation between the CD with the Flexion Movement of the CV (r = 0.31, p = 0.001) between the CD with the ischiatibial ROM And between the LL with the CV Flexion Movement (r = 0.42, p = 0.001) Based on the results, it is concluded that for PPA individuals there is a correlation between Dorsal Kyphosis and ADM extension of CV and for PPP individuals, between Dorsal Kyphosis and Lumbar Lordosis with CV Flexion movement and between Dorsal Kyphosis And ischiatibial ADM. These results suggest that the static posture of the thorax - pelvis mass, seen in PS, that is given by postural patterns anterior or posterior to a vertical axis, is related to flexibility and / or body mobility. Therefore, when we identify a postural pattern that presents a different articular and muscular organization in the search for positioning of the body in space, we can have a better understanding of the possible restrictions of movement and thus better target the postural physiotherapeutic treatment.
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:lume56.ufrgs.br:10183/156623 |
Date | January 2016 |
Creators | Ducatti, Liliane Martini Araújo |
Contributors | Candotti, Cláudia Tarragô |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | English |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis |
Format | application/pdf |
Source | reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS, instname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul, instacron:UFRGS |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
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