Quando os fungicidas sistêmicos ou com ação de profundidade passaram a ser adotados como parte dos programas comerciais de manejo de doenças de plantas, duas coisas aconteceram: o controle obtido passou a ser maior, porque estes fungicidas possuem maior período de controle residual e porque têm algum poder curativo, e passou-se a observar e relatar efeitos secundários, fisiológicos destes produtos sobre as plantas tratadas. Com efeito, muitos artigos disponíveis hoje na literatura descrevem diferentes efeitos fisiológicos provenientes da aplicação de fungicidas em várias plantas cultivadas. A maior parte destes trabalhos foi conduzida sob condições de uso relativamente intenso dos fungicidas, tais como aplicações seqüenciais, ou uso em plantas em vaso em casas de vegetação. Poucos deles trazem informação clara sobre a intensidade das doenças ocorrentes, tampouco sobre o controle oferecido pelos produtos utilizados. Sob este aspecto, não é fácil estabelecer de forma confiável qual a real importância destes efeitos fisiológicos no manejo comercial das doenças das plantas cultivadas. Mas existe farto material promocional disponível proclamando os benefícios provenientes dos efeitos fisiológicos de alguns fungicidas. O objetivo dos trabalhos desta dissertação foi quantificar o máximo de efeitos secundários oriundos da aplicação a campo (em condição mais próxima possível do uso comercial) de diferentes fungicidas, sistêmicos e não sistêmicos, à cultura do feijoeiro, separando aqueles que podem ser explicados devido ao controle diferenciado das doenças daqueles que somente podem ser explicados pelo efeito fisiológico dos fungicidas. Os resultados mostraram que diferentes efeitos significativos (mudanças na taxa de fotossíntese, condutividade estomática, retenção foliar e produção) puderam ser detectados nas plantas provenientes das parcelas tratadas com fungicidas, mas todos eles podem ser bem explicados pelo controle diferenciado das doenças oferecido pelos produtos testados. Conclui-se que apesar de extensivamente testados e comprovados, os efeitos fisiológicos promovidos por alguns fungicidas não podem ser considerados fatores fundamentais para seleção dos produtos a serem utilizados para o manejo das doenças na cultura do feijoeiro, mas sim a sua capacidade intrínseca de controlar os patógenos que ameaçam esta cultura. / When systemic fungicides were incorporated to plant disease management strategies, two things started to happen: there was an increase in efficacy of diseases control, because these fungicides have longer lasting effect and some curative power, and some physiological effects caused by these fungicides started being related. Actually, many articles describe and measure physiologic effects caused by different fungicides in many plants. Most of these studies are carried out under very intensive conditions such as potted plants in greenhouses. Only few of them give clear information on disease severity in field trials, or disease control achieved by the fungicides. It is not easy to understand how important these physiologic effects are when selecting fungicides to be used in programs for disease management. But there is a lot of promotion material claiming that different fungicides promote physiologic effects that can benefit many crops, offering it as a factor to be taken into account when selecting products to be used in disease management programs. The objective of this work was to quantify as many changes as possible in the dry beans crop after the field use (as closest as possible to commercial conditions) of different fungicides, systemic and not systemic, separating those changes that could come from disease control from those that could only come from physiological effects. Results showed that under field conditions, some significant changes (photosynthesis, stomatal conductance, leaf retention, yield) were measured in the crop, but all of them could be well explained by the disease control given by the fungicides. Conclusion is that the capacity to induce physiologic effects on plants should not be considered as a critical factor to select a fungicide to be used in disease management programs by dry beans growers. For this purpose, the main driver should be the efficacy of the fungicide to control the most important diseases threatening that crop.
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:teses.usp.br:tde-14042009-095954 |
Date | 09 March 2009 |
Creators | José Soto Veiga |
Contributors | Lilian Amorim, Modesto Barreto, Silvânia Helena Furlan |
Publisher | Universidade de São Paulo, Agronomia (Fitopatologia), USP, BR |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | Portuguese |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis |
Source | reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP, instname:Universidade de São Paulo, instacron:USP |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
Page generated in 0.0022 seconds