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O recolhimento dos meninos: por uma genealogia da ordem pedagógica brasileira. / The retirement the boys: for a genealogy of the brazilian pedagogical order.

É preciso ganhar e recolher os filhos dos gentios, diz uma máxima jesuítica. Isso resultou numa multiplicidade de práticas educativas, gerando uma ordem pedagógica aplicável aos meninos tupinambás no Brasil-Colônia. Visamos, então, saber que elementos compõem essa ordem pedagógica quinhentista, pois tal ordem foi o tipo de discurso aplicado aos meninos indígenas durante sua educação. Como os jesuítas já recolhiam estudantes antes de vir para o Brasil, resolvemos panoramicamente saber como isso se dava. Denominaremos recolhimento dos meninos o dispositivo que materializou a prática educativa, própria do Ocidente. Tal dispositivo, retira esta tese do passado e a lança como problematizadora do presente, pois recolher e entregar são mais do que simples palavras, são discursos que ajudaram a construir, nesse caso, uma certa ordem pedagógica. Sobre isso, Foucault nos orienta. Afinal, por que razão, em meio a tantos descasos, entregamos e recolhemos as crianças às escolas? Sem meta explícita, esta tese acabou por questionar a noção de recolhimento como a primeira etapa da educação no Brasil. Porém, num exame mais apurado, descobrimos que o recolhimento é muito mais um dispositivo, uma prática, do que uma instituição em si. Se a escolarização brasileira só vai ganhar força no século XX, parece-nos, que o recolhimento foi uma prática que cotejou os primeiros anos desse século, fazendo, por exemplo, professores irem até as fazendas levantar o censo dos meninos para abrir escolas públicas. O recolhimento é a base discursiva da ordem pedagógica que atravessou a colônia brasileira e, quiçá, mesmo abandonado nos dias de hoje, ainda é utilizado pelos profissionais da área de educação, servindo, inclusive, como justificativa para barganhar as verbas públicas. / Its necessary to gain and retire the heathens sons: its a Jesuit axiom. That resulted in a great number of educational practices, conceiving a pedagogical order, applicable to the Tupinambas boys of Brazil-Colony. Then, we have aimed at knowing which elements made up this pedagogical order in the sixteenth century, for such an order was the kind of speech applied to the indigenous boys throughout the course of their education. Jesuits had already retired students before coming to Brazil, therefore we have decided to know it happened, why this became a western educational practice, removing this thesis from the past and throwing it to the present, because to retire and to give are move than simple words: they are speeches that have helped to set a pedagogical order up. On this we have Foucault guidance. After all, why we give and retire children to the schools? Without an explicit goal, this thesis has come to question the notion of retiring as the first stage of the education in Brazil. Yet, through a more refined analysis, we have found out that retiring is much more a device, a practice, than an institution. Insofar as Brazilian schooling will get strength during the twentieth century, we think that retiring made teachers go to farms to count boys in order to open public schools. Nowadays, retiring and guarding is still of use by the educations staff and may justify the bargain for public budget.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:teses.usp.br:tde-07102008-142332
Date31 March 2008
CreatorsAndré Marcio Picanço Favacho
ContributorsMaria do Rosario Silveira Porto, Gladys Beatriz Barreyro, Beatriz Alexandrina de Moura Fetizon, Marcelo Ricardo Pereira, Rosa Fátima de Souza
PublisherUniversidade de São Paulo, Educação, USP, BR
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguageEnglish
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
Sourcereponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP, instname:Universidade de São Paulo, instacron:USP
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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