A ciência positivista, embasada em pressupostos modernos, serviu de alicerce para a expansão e reprodução capitalista sobrevalorizando a razão em detrimento da sensibilidade. Na contramão de tal postura e defendendo o enfoque dos valores, relatos, experiências, bem como as mais diversas expressões culturais, a geografia humanística tem o papel de preencher esta lacuna deixada pelas perspectivas positivistas que não se atêm à subjetividade humana como um dos elementos de construção, entendimento e modificação do espaço geográfico. Assim sendo, este ramo da geografia pretende analisar a relação do homem com seu universo cotidiano de convivência, ou seja, seu lugar vivido. O campo da arte, como se sabe, abarca uma infinidade de traduções e reflexões a respeito dos sentimentos dos indivíduos e da coletividade. Isto posto, vale frisar, os artistas registram em suas obras suas experiências vividas, diretas ou indiretas, sobre espaços e lugares. Utilizando estes recursos, músicos reforçam os laços identitários e preservam a memória seletiva de um determinado grupo social ou deste ou aquele indivíduo. Analisando a evolução urbana do Rio de Janeiro, podemos conceber um Rio Musical, cujas cabeceiras são representados pelos bairros da Cidade Nova, a Praça Onze dos bambas e o Estácio de Sá. Neste sentido, Vila Isabel é um dos afluentes que recebe e elabora uma sequência de fluidez musical na urbe carioca. Buscando se inserir neste nicho, a presente investigação geográfica procura elucidar como questão central as fontes do samba e consequentemente um dos seus meandros ou braços do Rio musical, o bairro de Vila Isabel, ritmo este que projeta lugares vividos, simbólicos, concebidos e míticos. Neste compasso, ao mesmo tempo, a pesquisa preocupa-se em identificar como este gênero musical persiste em sua relevância em meio à dinâmica dos referidos domínios espaciais, com expressiva ressonância no Brasil e, evidentemente, na cidade do Rio de Janeiro, alcançando a música e os desfiles do chamado maior espetáculo da Terra, até mesmo outros continentes. Em suma, o Rio musical com vales, afluentes, meandros e cachoeiras deságuam em delta e se espraie além-mar.
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/urn:repox.ist.utl.pt:UERJ:oai:www.bdtd.uerj.br:860 |
Date | 31 March 2009 |
Creators | Michel Rosadas dos Santos |
Contributors | João Baptista Ferreira de Mello, Miguel Angelo Campos Ribeiro, Zeny Rosendahl, Ana Clara Torres Ribeiro |
Publisher | Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Programa de Pós-Graduação em Geografia, UERJ, BR |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | Portuguese |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis |
Format | application/pdf, application/pdf |
Source | reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UERJ, instname:Universidade do Estado do Rio de Janeiro, instacron:UERJ |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
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