Atualmente os psicofármacos têm apresentado altas prevalências de consumo pela população. Visando fornecer subsídios para formulação de estratégias de gerenciamento de segurança no uso destes fármacos, o presente estudo teve como objetivos: identificar, entre pacientes internados em clínicas médica e cirúrgica de um hospital geral, a prevalência do uso de psicofármacos e, analisar a relação do uso destes fármacos com as variáveis demográficas, socioeconômicas e farmacoterapêuticas, com o histórico de saúde e com o resultado da aplicação do instrumento SRQ-20. Foi realizado estudo de corte transversal, com desenho correlacional descritivo e abordagem quantitativa, com 93 pacientes das clínicas em estudo. Para coleta dos dados utilizou-se a entrevista norteada por um questionário envolvendo as variáveis em estudo e pelo instrumento SRQ-20 (Self-Reporting Questionnaire), para a detecção de transtornos mentais comuns. Em seguida, foi verificado o prontuário destes pacientes, buscando a presença de prescrição de psicofármacos. Para avaliar a influência das variáveis independentes sobre o consumo de psicofármacos, foram investigadas associações estatísticas usando o teste Qui-quadrado. Para estimar a Razão de prevalência foi utilizado o modelo de regressão log-binomial simples e múltiplo. O ajuste do modelo foi feito através do procedimento PROC GENMOD do software SAS versão 9.0. Observou-se a prevalência de 38,71% de usuários de psicofármacos, evidenciando a associação do uso de psicofármacos com as variáveis sexo, custeio da internação, religião e resultado positivo no SRQ-20. Os benzodiazepínicos foram os psicofármacos mais consumidos pela amostra (64%), seguidos pelos antidepressivos (32%). As indicações dos benzodiazepínicos relatadas pelos pacientes foram: \"para dormir\" (54%), para \"depressão\" (14%), e para \"ansiedade\" (7%). A principal indicação dos antidepressivos foi a \"depressão\" (50%). Identificou-se que 25% e 22% dos pacientes estavam consumindo, respectivamente, benzodiazepínicos e antidepressivos, sem ter o conhecimento deste fato. Verificou-se que 70% das prescrições de psicofármacos foram realizadas por médicos não-psiquiatras, sendo os benzodiazepínicos a classe mais prescrita pelos não-psiquiatras e os antidepressivos os mais prescritos pelos psiquiatras. Dentre os pacientes em uso de psicofármacos, 59% realizavam apenas tratamento farmacológico, 27,8% possuíam diagnóstico de transtorno mental, 36,1% obtiveram resultado positivo e 36,1% obtiveram resultado negativo no SRQ-20. Foi identificada a automedicação em 5% dos pacientes. Espera-se que a presente pesquisa contribua para despertar a preocupação necessária relacionada ao tema, para a melhoria das informações que devem ser consideradas pelos profissionais de saúde quanto ao tratamento com psicofármacos bem como para implementação de estratégias direcionadas ao uso racional destes medicamentos. / Currently, psychotropic drugs have shown high prevalence rates of consumption by the population. Aiming to provide subsidies for formulation of strategies of security management in the use of these drugs, this study aimed to identify, among patients hospitalized in medical and surgical clinics of a general hospital, the prevalence of psychotropic use and analyze the relationship between the use of these drugs and the demographic, socioeconomic and pharmacotherapeutics variables, with the health history and the result of applying the SRQ-20. A cross sectional study with descriptive correlational design and quantitative approach was performed with 93 patients in the clinics. For data collection, an interview guided by a questionnaire involving the study variables and by the SRQ-20 (Self-Reporting Questionnaire) was used for the detection of common mental disorders. Then, the records of these patients were checked, looking for the presence of psychotropic prescription. To evaluate the influence of independent variables on the consumption of psychotropic drugs, statistical associations were investigated using Chi-square test. To estimate the prevalence ratio was used the simple and multiple log-binomial regression models. The model fit was achieved using the PROC GENMOD procedure of SAS software version 9.0. It was observed the prevalence of 38.71% of psychotropic drug users, showing the association between the use of psychiatric drugs and sex, cost of hospitalization, religion and positive result on the SRQ-20. Benzodiazepines were the most consumed psychotropic drugs by the individuals of the sample (64%), followed by antidepressants (32%). The indications of benzodiazepines reported by patients were: \"to sleep\" (54%), for \"depression\" (14%), and \"anxiety\" (7%). The main indication of antidepressants was \"depression\" (50%). It was found that 25% and 22% of the patients were taking, respectively, benzodiazepines and antidepressants, without having knowledge of this fact. It was found that 70% of prescriptions of psychotropic drugs were performed by physicians non-psychiatrists, and the most prescribed by non-psychiatrists were benzodiazepines and the most prescribed by psychiatrists were antidepressants. Among the patients using psychotropic drugs, 59% performed only pharmacological treatment, 27.8% had a diagnosis of mental disorder, 36.1% had positive outcome, and 36.1% had negative outcome in the SRQ- 20. Self-medication was identified in 5% of patients. It is expected that this research contributes to arouse the concern related to this theme required for the improvement of information that should be considered by health professionals regarding treatment with psychotropic drugs and to implement strategies aimed at the rational use of medicines.
Identifer | oai:union.ndltd.org:usp.br/oai:teses.usp.br:tde-05112012-163834 |
Date | 18 September 2012 |
Creators | Shirama, Flavio Hiroshi |
Contributors | Miasso, Adriana Inocenti |
Publisher | Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP |
Source Sets | Universidade de São Paulo |
Language | Portuguese |
Detected Language | English |
Type | Dissertação de Mestrado |
Format | application/pdf |
Rights | Liberar o conteúdo para acesso público. |
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