O objetivo deste trabalho é apresentar uma leitura do romance Drácula, do escritor irlandês Bram Stoker, publicado em 1897. O propósito do estudo é identificar os arquétipos e imagens predominantes em Drácula, mostrando em que medida eles representam questões pertinentes à sociedade vitoriana e aos públicos receptores que obra teve desde então. A obra é publicada em um momento histórico que se configura ponto crucial na conflituada transição entre os antigos valores rurais britânicos e os da moderna sociedade urbana contemporânea, e a conseqüência desta transição é uma mudança drástica no código comportamental britânico. Diversos elementos desta transformação podem ser identificados nas representações simbólicas encontradas no romance de Stoker, e a voracidade com que a obra é consumida pelos leitores desde a época vitoriana se configura sintoma das premências decorrentes da excessiva repressão daquele período. A análise do arquétipo do vampiro e das imagens arquetípicas apresentadas em Drácula se dará predominantemente através do exame das implicações psicológicas e antropológicas ligadas ao imaginário do Sangue. O embasamento teórico se ampara nas contribuições prestadas por Carl Gustav Jung e Gilbert Durand. A dissertação vem subdividida em três capítulos. Na primeira parte do capítulo um apresento as contextualizações referentes a certos fenômenos observados na sociedade vitoriana, especialmente no que tange às implicaturas de gênero no código comportamental da época, e na segunda apresento contextualizações referentes a personagens históricos que influenciaram Bram Stoker na criação de seu personagem principal. No segundo capítulo, remeto ao embasamento teórico, apresentando os conceitos definidos por Jung nos quais a leitura do capítulo 3 se ampara, bem como analiso símbolos, imagens e arquétipos em Drácula de acordo com os regimes da imaginação propostos por Durand. No terceiro capítulo ofereço minha leitura do romance, na qual identifico e analiso imagens e símbolos do Sangue presentes no romance. Na conclusão, apresento as últimas considerações, com o intuito de ratificar as fortes ligações que se estabelecem entre os significados velados inscritos no romance e as vivências da sociedade receptora, tendo como base o mito do vampiro e sua associação com o imaginário do sangue na tentativa de explicar a bemsucedida e contínua recepção do romance. / The aim of this thesis is to present a reading of Dracula, published in 1897 by the Irish author Bram Stoker. The purpose of the investigation is to identify the predominant archetypes and images in Dracula, showing to what extent they represent relevant issues to Victorian society and the audiences the novel has had since then. The work is published in a crucial historical moment, during which the British traditional rural values are replaced by modern and urban ones. A major consequence of such a transition is a drastic change in the British behavioral code. Several elements in such a transformation can be identified in Stoker’s novel, and the eagerness with which the work was accepted by Victorian audiences is a symptom of the needs that resulted from the excessive repression from that period. The analysis of the archetype of the vampire and the archetypal images presented in Dracula unfolds predominantly through the examination of the psychological and anthropological implications connected to blood imagery. The main theoretical tools come from the studies of Carl Gustav Jung and Gilbert Durand. The thesis is subdivided in three chapters. In the first part of chapter one I present some contextualization referring to certain phenomena perceived in the Victorian society, mainly the ones regarding the gender implications in the behavioral code of the time, and in the second part I present contextualization connected to historical characters who influenced Bram Stoker in the creation of his main character. In chapter two I present the theoretical approach, introducing the concepts defined by Jung upon which the reading in chapter 3 is based. I also analyze symbols, images and archetypes in Dracula according to the orders of the image proposed by Durand. In chapter three I offer my reading, identifying and analyzing blood images and symbols in the novel. In the conclusion, I present the final considerations, with the purpose of ratifying the strong bonds connecting the underlying meanings present in the novel and the life experience of the audience, having as a basis the myth of the vampire and its association to the blood imaginary, in an attempt to explain the successful and continuous reception of the novel.
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:www.lume.ufrgs.br:10183/12102 |
Date | January 2007 |
Creators | Zanini, Claudio Vescia |
Contributors | Maggio, Sandra Sirangelo |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | English |
Detected Language | English |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis |
Format | application/pdf |
Source | reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS, instname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul, instacron:UFRGS |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
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