Return to search

A criança desvendando a arte: um olhar antropológico

Submitted by Caroline Falcao (caroline.rfalcao@ufpe.br) on 2016-05-25T19:04:37Z
No. of bitstreams: 2
license_rdf: 1232 bytes, checksum: 66e71c371cc565284e70f40736c94386 (MD5)
39A485c Dissertação.pdf: 14460290 bytes, checksum: de5694c4941d6b241b3f68b3e73daf2a (MD5) / Made available in DSpace on 2016-05-25T19:04:37Z (GMT). No. of bitstreams: 2
license_rdf: 1232 bytes, checksum: 66e71c371cc565284e70f40736c94386 (MD5)
39A485c Dissertação.pdf: 14460290 bytes, checksum: de5694c4941d6b241b3f68b3e73daf2a (MD5)
Previous issue date: 2000-03 / Esta pesquisa tem como fio condutor a Teoria do Imaginário, baseada em: Gilbert Durand, Edgar Morin, entre outros. Para compreender como os sujeitos sociais apreendem a arte, fui a quatro escolas que têm como proposta a inserção da arte em seus currículos. Com o objetivo de observar as crianças que estão iniciando o processo de ensino-aprendizagem escolar, foi feita pesquisa de campo em quatro turmas de Infantil 2, crianças com faixa etária entre 4 e 6 anos. Analisando o material recolhido no campo: etnografia, testes AT-10 (Teste Arquetipal de 10 elementos), entrevistas e os históricos escolares, constatei que essas escolas têm um discurso explícito de criar um "espaço feliz", que tem como base do aprendizado o lúdico e a arte. Pode-se ver esse discurso como sendo regido pelo mito de Orfeu, que doma as feras e diante de quem as árvores se dobram, ao som de sua lira. Entretanto, as crianças vivem no mundo de Dionísio, vivem num mundo de jogo e de brincadeira. Inserida nesse mesmo discurso há outra dimensão, a do tácito, o que está nas entrelinhas do explícito e é através dele que a escola (instituição escolar) passa as regras e normas sociais para a formação de um "futuro homem" ou um "homem de futuro" num mundo competitivo, onde o que tem "valor” é um produto a ser consumido. Essa dimensão do discurso é regida pelo mito de Prometeu, o mito do progresso. Para passar de Orfeu a Prometeu, a escola utiliza a figura mítica do sacipererê como um mediador, um mensageiro entre a escola e as crianças. Mensageiros também, Hermes e Exu, são identificados como Trikster, personagem que representa a primeira fase da infância, personagem travesso, alegre e brincalhão. Esses mitos foram tomando corpo no decorrer das análises das imagens e dos símbolos encontrados na pesquisa. A noção de arte é repassada para a criança, pela escola, através de três encaminhamentos: arte como prazer, transformada em arte como crescimento, que é um dos objetivos da escola; e o terceiro encaminhamento, o aprendizado da arte , aulas de arte propriamente dita, com o objetivo da prática e do conhecimento da arte. Quando a escola realmente acredita na relevância do ensino da arte e investe nesse terceiro encaminhamento, a criança continua com seu aprendizado após a educação infantil. Quando a arte é usada apenas como um aperfeiçoamento da coordenação motora, um "trampolim" para o ensino fundamental, a criança deixa de se interessar por" coisa de criança" (arte e o fazer artístico), deixa para trás o mundo dionisíaco em que vivia e passa para o prometéico, um mundo sério, de "coisas importantes", em que não há lugar para a arte.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.ufpe.br:123456789/17013
Date03 1900
CreatorsAMARAL, Maria das Vitórias Negreiros do
ContributorsPITTA, Danielle Perin Rocha
PublisherUniversidade Federal de Pernambuco, Programa de Pos Graduacao em Antropologia, UFPE, Brasil
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguageBreton
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Sourcereponame:Repositório Institucional da UFPE, instname:Universidade Federal de Pernambuco, instacron:UFPE
RightsAttribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazil, http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/, info:eu-repo/semantics/openAccess

Page generated in 0.0019 seconds