O foco dessa dissertação é analisar o papel, as características, e a presença dos bobos ao longo da história, focando em sua constante aparição no teatro. Os personagens principais da minha análise serão o Bobo, na peça Rei Lear de William Shakespeare, e Vladimir e Estragon, na peça Esperando Godot de Samuel Beckett. Na análise desses personagens, discuto semelhanças entre os autores, que já foram notadas por críticos como Martin Esslin, Jan Kott, e Northrop Frye, e mostro como os personagens de Beckett são similares aos bobos de Shakespeare. Bobos, no teatro, frequentemente agem como mediadores entre o palco e a plateia, guiando os espectadores e falando verdades. O Bobo de Lear diz verdades criticando seu mestre e o lembrando das decisões erradas que ele tomou; os personagens em Esperando Godot dizem verdades sobre a falta de sentido de nossas vidas e, mais importante, nos mostram essa falta de sentido no decorrer da peça. Em relação à linguagem, o uso dela pelos bobos é diferente do uso dos outros personagens porque eles a manipulam para criar desentendimentos e jogos de palavras. No teatro de Shakespeare, a principal razão para esse uso peculiar da linguagem é que os bobos querem mostrar sua sagacidade; no teatro de Beckett, eles usam uma linguagem sem sentido para mostrar que ela está quebrada e que tentativas de comunicação são inúteis. Através das ações e diálogos dos bobos de Beckett em Esperando Godot, podemos ver que a vida é absurda e que vivemos em um mundo cheio de incertezas. Apesar de personagens bobos geralmente serem vistos como superficiais e insignificantes, especialmente nas peças de Shakespeare, eles são extremamente importantes no teatro e têm uma maneira única de interagir com os outros personagens e com o público. / The focus of this thesis is to analyze the role, characteristics, and presence of fools throughout history, focusing on their recurrence in the theater. The characters I will focus on are Lear's Fool in William Shakespeare's King Lear, and Vladimir and Estragon in Samuel Beckett's Waiting for Godot, discussing similarities between the two authors, which have been mentioned by critics such as Martin Esslin, Jan Kott and Northrop Frye, and showing how Beckett's characters are similar to Shakespearean fools. Fools in the theater often act as mediators between the stage and the audience, guiding spectators and telling truths. Lear's Fool tells truths by criticizing his master and reminding him of the wrong decisions he has made; the characters in Waiting for Godot tell truths about the meaninglessness of life and, most importantly, show us this meaninglessness throughout the play. The use of language by fools is different from that of other characters because they manipulate it to create misunderstandings and word games. In Shakespeare's theater, the main reason for this peculiar use of language is that fools want to show their wit; in Beckett's theater, the characters use nonsensical language to show that language has broken down and that attempts at communication are pointless. Through the actions and dialogues of Beckett's fools in Waiting for Godot, we can see that life is absurd and that we live in a world full of uncertainties. In spite of the fact that fool characters are often seen as shallow and insignificant, especially in Shakespeare's theater, they are of extreme importance in the theater and have a unique manner of interacting with other characters and with the audience.
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:www.lume.ufrgs.br:10183/54076 |
Date | January 2012 |
Creators | Jesus, Leila Vieira de |
Contributors | Garcia, Rosalia Angelita Neumann |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | English |
Detected Language | English |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis |
Format | application/pdf |
Source | reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS, instname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul, instacron:UFRGS |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
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