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Homens e Saúde: Discutindo Interações no Serviço da Atenção Primária.

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Previous issue date: 2009-11-16 / A saúde do homem surge como questão a ser abordada e estudada a partir do comportamento de risco adotado pelos próprios sujeitos do sexo masculino, muitas vezes arraigado pelos ditames de uma masculinidade hegemônica imposta socialmente. Esse comportamento retrata certa ausência de responsabilidade dos homens em relação ao cuidado à saúde, que não admitem um estado de fraqueza ou fragilidade provocado pela doença. No Brasil, a questão não é menos grave, pois estudos mostram que o homem não possui hábitos de prevenção e mais, os próprios homens estão colocados à margem das políticas públicas de saúde, voltadas prioritariamente para as mulheres. A partir de então, concebe-se como fundamental pensar a inserção dos homens nas decisões em relação à saúde, até porque as taxas de mortalidade e morbidade masculina vêm ganhando relevância no cenário nacional, devido à incidência de neoplasias malignas e acidentes de trânsito, principalmente. Este trabalho teve como objetivo investigar as concepções de homens usuários de um serviço de saúde da atenção primária, do município de Vitória/ES, acerca da saúde e do serviço oferecido à população. Utiliza como referencial a produção de Georges Canguilhem (1904-1995) que, de modo geral, considera a saúde pela sua plasticidade normativa, ou seja, o indivíduo tem a capacidade de incorporar normas próprias a novas situações, sem perder a capacidade de ação. Participaram do estudo 35 usuários do serviço de saúde, com idades entre 25 e 54 anos. Os dados foram obtidos por entrevistas abertas, que permitiram acessar as questões da realidade em relação à prática de saúde desses homens e foram avaliados pela análise de conteúdo. Pôde-se observar, dentre outros aspectos, que grande parte dos homens ainda tem suas ações em saúde voltadas somente aos momentos de extrema necessidade ou, então, só procuram o serviço de saúde quando a sua situação interfere em algo de maior importância, como o trabalho. Verifica que 94,2% dos participantes têm preferência e sentem-se incluídos quando o serviço de saúde é oferecido em horário compatível com o trabalho. Todavia, os homens não se veem incluídos em programas ou atividades das unidades de saúde, determinado pelo Ministério da Saúde como a porta de entrada do Sistema Único de Saúde. Por outro lado, constata, também, que 22,8% dessa população masculina já têm a iniciativa de buscar o serviço, como forma de promoção e prevenção da sua saúde e podem sinalizar a instituição de outros modos existenciais em relação ao modelo hegemônico de masculinidade, uma vez que parece surgir uma nova cultura de homens mais preocupados com sua saúde. Entretanto, é preciso lembrar que esse é um processo lento, gradual e que demanda tempo para se efetivar. Espera-se que esses resultados possam gerar subsídios para a reflexão sobre as políticas públicas de saúde destinadas ao homem.

Palavras-chave: Políticas públicas de saúde.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:dspace2.ufes.br:10/2995
Date16 November 2009
CreatorsMENDONCA, V. S.
ContributorsMORATO, H. T. P., TRINDADE, Z. A., ANDRADE, A. N.
PublisherUniversidade Federal do Espírito Santo, Mestrado em Psicologia, Programa de Pós-Graduação em Psicologia, UFES, BR
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Formattext
Sourcereponame:Repositório Institucional da UFES, instname:Universidade Federal do Espírito Santo, instacron:UFES
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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