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Nem anjos, nem demônios... adolescentes autores de homicídio: contexto do delito e representações sociais sobre a vida humana

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Previous issue date: 2006-08-28 / Em virtude de sua complexidade e relevância científica, a violência tem sido objeto de diversos estudos na contemporaneidade. A literatura aponta que adolescentes
têm sido mais vítimas de homicídio do que autores deste delito. Entretanto, é a participação de adolescentes em atos infracionais que tem demandado maior interesse da sociedade brasileira. O objetivo deste estudo é compreender, a partir da
perspectiva dos autores de homicídio, o contexto do delito e as representações sociais sobre a vida humana, por meio da realização de entrevistas junto a 16 adolescentes que cumpriam medida sócio-educativa na Unidade de Internação
Sócio-Educativa (UNIS), localizada em Cariacica, ES. As entrevistas abordaram os seguintes temas: dados sócio-demográficos; cotidiano dos adolescentes antes da
internação; significados da Internação; contexto do homicídio, representações sociais sobre a vida humana; significados sobre a morte; reflexões sobre o que
fariam se voltassem no tempo; perspectivas de futuro; e um espaço para manifestação livre de idéias que não tenham sido abordadas na entrevista. Entre os principais resultados, se observa que a maioria dos homicídios foi cometida em
locais públicos, com a presença de cúmplices, contra pessoas conhecidas, com armas de fogo e sem consumo de drogas. Entre as motivações alegadas, se encontram: a ameaça de morte por parte da vítima; a defesa da honra; infração à lei
do crime; e crime de mando. Na ocasião do delito, a maioria dos adolescentes morava com o pai e/ ou a mãe, tinha freqüentado a escola, trabalhado e não tinha cometido outro ato infracional. Sobre a medida sócio-educativa de internação, se constata uma avaliação bastante negativa. Metade dos entrevistados expressou arrependimento por ter cometido o delito. Se pudessem voltar no tempo, grande
parte deles não teria cometido o delito ou mudaria de vida. Nas perspectivas de futuro indicadas pelos adolescentes, prevalece o desejo de trabalhar e constituir família, mas também o medo de morrer por terem praticado homicídio. Na análise das representações sociais, a partir do valor atribuído pelos adolescentes à vida humana, se verificou uma avaliação positiva da vida de pessoas familiares (mãe, pai, irmãos, etc.); e negativa de estupradores, políticos, policiais, homossexuais. Conclui-se que, para a maioria dos participantes, o homicídio foi uma ocorrência circunstancial em suas vidas, visto que não tinham envolvimento anterior com atos infracionais. O delito foi cometido visando solucionar sérios conflitos cotidianos que, em muitos casos, consistiam em ameaças à vida, mas os adolescentes informaram
que não pretendiam continuar a cometê-los. / Largely due to its complexity and scientific relevance, violence has been the aim of various studies in contemporary time. Literature points out adolescents have been more victims than authors of homicides. Nonetheless, it appears Brazilian society s attention is mainly drawn to their participation as authors of such infractions. The aim of this study was to learn, from the authors´ point of view, social representations of human life and the circumstances in which homicides have occurred. Interviews were conducted with 16 adolescents committed to UNIS a socio-educational internment unity located in Cariacica, ES about the following topics: socio-demographic data; previous everyday life; meanings of internment; homicide circumstances; social
representations of human life; meanings related to the victim s death; thoughts about what they would do differently if it were possible to go back in time; future prospects
and hopes. At the end of each interview, an opportunity was given to them for free expression of additional content. Results showed that homicide circumstances are
generally characterized by: occurrence in public places; presence of accomplices; known victims; firearm use and non drug use. Death threat by the victim, honor defense, breaking of rules established among criminal groups and contractual murder were some of the alleged motivations. On that occasion, the majority was living with either or both parents, as well as have already attended school and worked. For most
of the subjects, it was their first infraction. The assessment made of the internment period is mostly negative. Half of them expressed sorrow for having murdered. If it were possible to go back in time, a greater part would avoid it or would change the course of their lives. Concerning future prospects and hopes, they mainly wish for a job and a family, but also fear for their lives. The analysis of social representations revealed positive evaluations of family members´ lives (mother, father, siblings) and negative evaluations of rapists, politicians, policemen and homosexuals´ lives. For the majority of subjects, the homicide was a contextual occurrence in the course of their lives, regarding the fact that there were no prior infractions. It was an act perpetrated in order to deal with serious conflicts, such as life threatening situations, which they do not intent to repeat.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:dspace2.ufes.br:10/6647
Date28 August 2006
CreatorsAranzedo, Alexandre Cardoso
ContributorsSouza, Lídio de, Aragão, Elizabeth Maria Andrade, Menandro, Maria Cristina Smith
PublisherUniversidade Federal do Espírito Santo, Programa de Pós-Graduação em Psicologia, UFES, BR, Psicologia Social e Saúde
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Formattext
Sourcereponame:Repositório Institucional da UFES, instname:Universidade Federal do Espírito Santo, instacron:UFES
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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