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Previous issue date: 1980-05 / The object theme of the present study is a population of caboclos that absorbed as manual workers in the saw-mills which were mounted in the highland region of Santa Catarina since 1950. The abundance of araucaria (native kind of pine) the opening of markets, and the corroboration of other industrial exploration conditions encouraged a great crowd of small en.- trepreneurs, coming basically from the state of Rio Grande do Sul, to migrate and settle down, building up a lot of saw-mills near rich forests and fields. The saw-mills started aprosperous production of timber sawn in planks. The process of industriali zation was so intensive, the destruction of pine woods soviolent that, in less than three decades, the forests ran out of tree reserves. The caboclos, absorbed as manual workers in production of timber, lived traditionally in an system of subsistense, either from the cultivation of pine the economic their land (planter caboclo) or as labourers in cattle-growing farms (farm hand caboclos). Nevertheless, the 'advantages' that were offered them by the new-comer entrepreneurs (a salary paid in money, a new house in a village, and other favours) helped the great majority of caboclos to abandon their traditional work and enlist as 'workmen' in saw-mills. The new job, besides being a novelty, was an opportunity for a change in status. Subsequently, the running out of forests of araucaria and the resultant progressive shut-down of saw-mills caused the crowd of workmen to be out of imployment and to form to form a migratory flood toward the most important town of the region, Lages. The town of Lages, however, having made of the timber i ts main economic support wi thout the implantation of an alternative industry, was unable to offer the migrantssufficient 'work places'. In this way, the 'marginal crowd' began to settle down in the suburbs of the city. This study, in the context of the object theme, analyses two main questions related to the reality 'WOlLQ' and to the economic exploitation forms: ~) the relations of production in the economic regime of subsistence and in the capitalist regime of industrial production with the consequent 'positions' of the workman in the productive processj ~~) the deriving educative effects of the productive process, either in the economic regime of subsistence, or in the capitalist industrial regime. The two questions are theoretically debated andconfro~ ted with the proposed reality, giving origin to conclusions that, in a general formulation, can be summarized as follows: a) the caboclos of the highland region of Santa Catari na, when under an economic regime of subsistence, held in fee the productive processj there was a social division of the work and aclimate of freedom which made possible the development of knowledge from their life and work experience, the production of most of their tools, and the making of necessary manufactures adapted to their own surrounding ditionsi -- - --- other con- ------ b) however, these same caboclos, when absorbed by the capitalist industrial process of production - tipified by the work in saw-mills - lost the control of the productive processj this was caused by the technologic division of the work, since each man began to perform a dull and repeti tive action, directed by the speed of the 'major-saw' j man resigned form his skill and inventive power and surrendered to an executive authority which turned him into a 'collective worker'j the new productive process, besides rnaking each rnan a copy of a pattern, put the caboclos in a situation in which the daily work experiencedidn't add anything in terrns of autogenesis of knowledgei and even the environrnental educative rneans were reduced to new forrns of adaptation to the productive process, relegating rnan's inventive power to inertia. / É tema-objeto do presente estudo uma população de caboclos que, na região serrana de Santa Catarina, a partir de 1950, foi absorvida como mão-de-obra nas serrarias que lá se instalaram. A abundância de araucária (espécie nativa de pinheiro), a abertura de mercados e o favorecimento de outras condições para a exploração industrial fizeram com que, em grande número, pequenos empresários provenientes basicamente do Estado do Rio Grande do Sul adviessem e montassem inúmeras serrarias junto a florestas e campos abundantes de matéria-prima, em toda a região, que vieram a produzir em larga escala a 'madeira bruta serrada'. E tão intenso foi este processo de industrialização e tão avassaladora a predação dos pinhais que, em menos de três décadas, as reservas se esgotaram. Os caboclos, absorvidos como mão-de-obra nas unidades de produção de madeira, viviam tradicionalmente num regime econômico de subsistência, no cultivo de suas terras (o caboclo roceiro) ou prestando serviços em fazendas de criação de gado (o caboclo peão). No entanto, as 'vantagens' que lhes foram oferecidas pelos industriais recém-chegados (salário pago em dinheiro, moradia nova e em vilas, outros favores) fizeram com que a grande maioria abandonasse seu trabalho tradicional e se engajasse como 'operário', o que, além de se constituir numa novidade, era um fator de prestígio. Contudo, o esgotamento das reservas de araucária e o consequente e progressivo fechamento das serrarias fizeram com que este contingente de operários fosse sendo liberado e formasse um fluxo migratório em direção à principal cidade da região, Lages. A cidade de Lages, porém, que fizera da madeira seu principal suporte econômico e que se descuidara da implantação de urna indústria alternativa, não conseguiu oferecer aos migrantes 'lugares de trabalho' suficientes. E assim, nas periferias desta cidade, começou a se localizar uma população marginal. Este estudo, no contexto do tema-objeto, aprecia duas questões centrais relacionadas com a realidade trabalho e com as formas de exploração econômica: i) as relações de produção no regime econômico de subsistência e no regime de produção industrial capitalista e as correspondentes 'posições' do trabalhador frente ao processo produtivo; ii) as repercussoes educativas decorrentes dos processos produtivos, quer no regime econômico de subsistência, quer no regime de produção industrial capitalista. As duas questões são discutidas teoricamente e confron tadas com a realidade proposta, resultando em constatações que, numa formulação geral, assim podem ser resumidas: a) os caboclos da região serrana de Santa Catarina, quando em regime econômico de subsistência, mantinham o domínio do processo produtivo, observava-se urna divisão social do trabalho que possibilitava e ocasionava: a geração de conhecimentos a partir de sua experiência de trabalho e de vida, a confecção de grande parte de seu instrumental de ação e a criação de outros artefatos necessários e adequados às próprias condições ambientais; b) no entanto, estes mesmos caboclos, quando enquadrados no processo de produção industrial capitalista - representado pelo trabalho de serraria, perderam o controle e o domínio do processo produtivo por força de uma divisão tecnológica do trabalho, passando cada qual a executar uma operação monótona e repetitiva, comandada pela velocidade da serra-maior, abdicando de seu engenho e criatividade e postando-se sob uma coordenação gerencial que os transformou em trabalhador coletivo; este processo produtivo levou-os a uma situação onde a experiência cotidiana de trabalho nada lhes acrescenta em termos de auto-gerção de conhecimentos e onde os recursos educativos do meio se reduzem a novas formas de adaptação ao próprio processo, relegando à estagnação a sua capacidade criativa. A segunda constatação não se constitui em contra a modernização e nem sugere uma preservação de situações passadas. Discute-se ainda o trabalho como fator de educação junto ao trabalhador que está inserido no contexto da divisão tecno lógica do trabalho. Busca-se um mecanismo que possibilite o desenvolvimento de suas potencialidades educacionais, via trabalho, permitindo assim a conquista de seu lugar na sociedade, como um participante capaz de se expressar na ação politica.
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:bibliotecadigital.fgv.br:10438/8918 |
Date | 05 1900 |
Creators | Martendal, Jose Ari Celso |
Contributors | Maciel, Elter Dias, Soares, Manoel de Jesus Araujo, Institutos::IESAE, Calazans, Maria Julieta Costa |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | English |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis |
Source | reponame:Repositório Institucional do FGV, instname:Fundação Getulio Vargas, instacron:FGV |
Rights | Todo cuidado foi dispensado para respeitar os direitos autorais deste trabalho. Entretanto, caso esta obra aqui depositada seja protegida por direitos autorais externos a esta instituição, contamos com a compreensão do autor e solicitamos que o mesmo faça contato através do Fale Conosco para que possamos tomar as providências cabíveis., info:eu-repo/semantics/openAccess |
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