[pt] A invenção do fotolivro de literatura pode sugerir, enganosamente, que nosso principal interesse aqui é histórico-documental – uma tese sobre o surgimento desse fenômeno que é híbrido, expandido, intermidiático. Não é o caso. Há aqui, uma ambição teórica: prover um cenário para sua observação e, a
partir daí, estabelecer um padrão disciplinado de atividade capaz de colocá-lo em perspectiva histórica . Como estão relacionados poesia (ou prosa) e fotografia em fotolivros de literatura? Nós exploramos a ideia de que sistemas (ou processos) verbais e fotográficos combinam-se numa forma de interação que não é apenas bidirecional, mas que envolve influências modulatórias que conectam palavra e imagem, para um leitor ou intérprete, situado historicamente. Como caracterizar, ou definir, este processo? Sobre esse tópico, ainda há pouca publicação, embora o tema comece, recentemente, a exibir muitos resultados. Na ausência de uma literatura crítica consolidada sobre fenômenos literários híbridos, ou expandidos, envolvendo fotografia, parece-nos uma boa ideia situar o fotolivro de literatura em áreas já existentes: Estudos de Intermidialidade e Semiótica. Dedicamos alguma atenção aos modelos, teorias e terminologias, disponíveis nestas áreas, para explicar o fenômeno observado - relação entre texto verbal (poesia ou prosa) e
fotografia. Este é o núcleo desta pesquisa. A tese está dividida em três partes: (i) definição, caracterização e relevância do fenômeno fotolivro de literatura; (ii) terminologias e modelos utilizados para descrever as relações entre poesia, ou prosa, e fotografia; (iii) análise das complexas relações palavra-imagem em
fotolivros de literatura produzidos no Brasil no século XX: Os Sertões (1902), com texto de Euclides da Cunha e fotografias de Flávio de Barros; A Pintura em Pânico (1943), com texto e fotomontagens de Jorge de Lima; Quarenta Clics em Curitiba (1976), com texto de Paulo Leminski e fotografias de Jack Pires;
Sertões: Luz e Trevas (1982), com fotografias de Maureen Bisilliat e fragmentos de Os Sertões, de Euclides da Cunha. / [en] The invention of the literary photobooks may misleadingly suggest that our main interest here is historical-documentary, a thesis on the emergence of this phenomenon, which is hybrid, expanded, intermedial. It s not the case. Here, there is a theoretical ambition: to provide a setting for its observation and, from there, to establish a disciplined pattern of activity capable of placing it in a historical
perspective . How are poetry (or prose) and photography related in literary photobooks? We explore the idea that verbal and photographic systems (or processes) combine into a form of interaction that is not only bidirectional, but involves modulatory influences that connect word and image, for a historically
situated reader. How can we characterize, or define, this process? On this topic, there are few publications, although it has recently started to show quite robust results. In the absence of a consolidated critical literature on hybrid literary phenomena involving photography, it seems to us a good idea to situate the
literary photobooks in existing areas: Intermedial Studies and Semiotics. We devote a close attention to the study of models, theories and terminologies, available in these areas, to explain the phenomenon observed – the relationship between verbal text (poetry and/or prose) and photography, in photobooks. This is
the core of this work. This thesis is divided into three parts: (i) definition, characterization and relevance of the literary photobooks phenomenon; (ii) terminologies, theories and models – used to describe and analyze the relationships between poetry/prose and photography, in the observed phenomenon; (iii) analysis of word-image complex relationship in literary photobooks produced in Brazil in the 20th century. Among those selected are: Os Sertões (1902), text by Euclides da Cunha and photographs by Flávio de Barros; Pintura em Pânico (1943), text and photomontages by Jorge de Lima; Quarenta clics em Curitiba (1976), text by Paulo Leminski and photographs by Jack Pires; Sertões: Luz and Trevas (1982), photographs by Maureen Bisilliat and fragments of Os Sertões, by Euclides da Cunha.
Identifer | oai:union.ndltd.org:puc-rio.br/oai:MAXWELL.puc-rio.br:57129 |
Date | 21 January 2022 |
Creators | ANA LUIZA MAIA GAMA FERNANDES |
Contributors | KARL ERIK SCHOLLHAMMER |
Publisher | MAXWELL |
Source Sets | PUC Rio |
Language | Portuguese |
Detected Language | English |
Type | TEXTO |
Page generated in 0.0209 seconds