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Est-ética da fala : o equívoco em julgamento / Esth-éthique de la parole : l'équivoque sous jugement

Orientador: Nina Virgínia de Araujo Leite / Tese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Estudos da Linguagem / Made available in DSpace on 2018-08-26T21:08:49Z (GMT). No. of bitstreams: 1
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Previous issue date: 2015 / Resumo: Na contracorrente do enfoque hegemônico das pesquisas sobre o monitoramento da fala, nas quais predominam estudos pautados na neuropsicologia-cognitivista, esse trabalho representa uma alternativa para análise de fenômenos tais como a autocorreção (reparo) e a hesitação mediante uma proposta que inclui reflexões oriundas de certas vertentes da filosofia, da linguística e da psicanálise. As três partes que o integram se desenvolvem, por um lado, em uma relativa referência às três críticas kantianas no (quase) inexplorado terreno da filosofia da linguística, e, por outro, no território das discussões que relacionam a linguística e a psicanálise. Na primeira delas (I), tal qual se supõe em Kant uma epistemologia da física newtoniana, postula-se a atividade (dita) epilinguística do falante (manifesta no reparo) como condição transcendental (quid iuris) para a conduta metalinguística da linguística como ciência galileana. Através de um cotejo entre a literalisação especulativa do âmbito prosódico realizada pelas teorias gerativas e a análise de hesitações na atividade conversacional, demonstrou-se que, se a irrupção do equívoco sinaliza uma distinção radical entre a língua e a fala, por outro lado, pela força coercitiva da língua sobre a fala, a autocorreção sinaliza uma tendência dos falantes a reorganizarem-se pela gramática; na segunda parte (II), contra as abordagens que, focadas na neuropsicologia-cognitivista, tentam constituir uma `linguística da fala¿ ou `teoria do desempenho¿ como uma ciência objetiva, com base na clássica distinção entre a razão especulativa e prática, propõe-se que a divisão dos estudos da linguagem se estabeleça entre uma ciência da língua e uma ética da fala, essa última norteada pela correlação entre a incidência imperativa da lei sobre a ação e a incidência imperativa da língua sobre a fala ¿ e assim, subjacente ao `saber¿, `competência¿ ou, de maneira geral, ao factum grammaticae (de Milner), o julgamento negativo do equívoco na autocorreção revela um `dever¿ do falante para com a língua, o qual consiste na própria condição transcendental da ciência; na terceira parte (III) a autocorreção passa a ser vista como um processo constituído por dois enunciados, o segundo como julgamento negativo em relação ao primeiro (na estrutura de "isso que eu disse não é [bem] o que eu quis dizer"), através do qual o sujeito falante considera como equívoco algo de seu próprio dizer (erros ou lapsos) na tentativa de um apagamento de seu conflito (com relação à língua ou ao eu); A condenação do equívoco, manifesta na autocorreção, envolve assim um julgamento com o qual o falante busca conferir embargo à imputabilidade dos efeitos de lalangue em sua fala através da atribuição de uma univocidade idealizada à língua e/ou ao eu, como se fossem (ou devessem ser) os único(s) suposto(s) determinante(s) de seu dizer / Abstract: À contre-courant des approches hégémoniques dans la recherche sur le contrôle (monitoring) de la parole, guidées par la neuropsychologie-cognitiviste, ce travail représente une alternative théorique pour l'analyse de phénomènes tels que l'autocorrection (repair) et l'hésitation, dans une proposition qui comprend certains domaines de la philosophie, de la linguistique et de la psychanalyse. Les trois parties qui l'intègrent se développent, d'un côté, en corrélation (partielle) par rapport aux trois critiques kantiennes dans le terrain (presque) inexploré de la philosophie de la linguistique, et, d'un autre côté, sur le territoire des discussions qui établissent un lien entre la linguistique et la psychanalyse. Dans la première partie (I), de même qu'on suppose chez Kant une épistémologie de la physique newtonienne, l'activité (dite) épilinguistique du parlant (manifesté dans l'autocorrection) est conçue comme la condition transcendantale (quid iuris) de la conduite métalinguistique de la linguistique en tant que science galiléenne. Sur la base d'une confrontation entre la littéralisation du domaine prosodique effectuée par les théories génératives et l'analyse des hésitations dans l'activité conversationnelle, on a démontré que, si l'irruption de l'équivoque signale une distinction radicale entre langue et parole, d'autre part, l'autocorrection signale une tendance du parlant à se réorganiser à travers la force coercitive de la langue sur la parole; dans la deuxième (II), à partir de la distinction classique entre la raison spéculative et pratique et contre les approches que se basent sur la neuropsychologie-cognitive pour essayer de fonder une 'linguistique de la parole' ou une 'théorie de la performance' comme science objective, on propose que la division des études du langage soit établie entre la science de la langue et l'éthique de la parole, celle-ci fondée sur la corrélation entre l'incidence impérative de la loi sur l'action et l'incidence impérative de la langue sur la parole ¿ puisque dans l'autocorrection, le jugement négatif de l'équivoque révèle un devoir du parlant envers la langue, ce qui constitue la condition transcendantale de la science, puisque ce devoir est sous-jacent au savoir, à la compétence ou, en général, au factum grammaticae (de Milner) ; dans la troisième (III), l'autocorrection est considérée comme un processus constitué par deux énoncés, le deuxième comme un jugement négatif à l'égard du premier (dans la structure 'ce que j'ai dit n'est pas ce que j'ai voulu dire') et à travers lequel le parlant considère comme équivoque quelque chose de son propre dire (fautes ou lapsus) dans une tentative d'effacer son conflit (par rapport à la langue ou au moi). L'autocorrection, en tant que condamnation de l'équivoque, implique donc un jugement avec lequel le parlant essaye de mettre embargo sur l'imputabilité des effets de lalangue sur sa parole en attribuant à la langue et au moi une univocité idéalisée, comme s'ils étaient (ou s'ils devraient être) les seuls déterminants de son dire / Doutorado / Linguistica / Doutor em Linguística

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.unicamp.br:REPOSIP/271100
Date02 June 2015
CreatorsDias, Carlos Eduardo Borges, 1983-
ContributorsUNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS, Leite, Nina Virginia de Araújo, 1950-, Lemos, Claudia Thereza Guimarães de, Safatle, Vladimir Pinheiro, Arantes, Lucia Maria Guimarães, Veras, Maria Viviane do Amaral
Publisher[s.n.], Universidade Estadual de Campinas. Instituto de Estudos da Linguagem, Programa de Pós-Graduação em Linguística
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
Detected LanguageFrench
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
Format217 p., application/pdf
Sourcereponame:Repositório Institucional da Unicamp, instname:Universidade Estadual de Campinas, instacron:UNICAMP
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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