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La trilogie En Italique de Antonio D'Alfonso : un parcours vers le texte rhizomatique

Cette thèse a pour objectif d’étudier les éléments constitutifs d’un parcours littéraire qui met en relief l’espace et l’altérité, contemplant aussi des notions corrélatives telles que l’identité, le territoire, la nation, le pays, chacune de ces notions étant intrinsèquement liée, d’une façon ou de l’autre, aux deux premiers concepts. La démarche proposée repose sur le constat que, pour le migrant, une seule et unique appartenance à un espace référentiel donné, c’est-à-dire un pays, une culture, une identité, ne suffit pas pour nommer la spatialité du sujet, son espace vécu. Cette voix qui retient plus d’une culture, se fonde, s’émancipe, se libère, par la multiplication, par l’ambigüité et du lieu et du sens. Cette thèse ébauche donc une fréquentation, une approche, de l’univers migrant en ce qu’il a d’ambivalent et de contradictoire. La méthode de travail choisie correspond à l’analyse de la présence, ou de l’absence, d’un personnage romanesque dans Avril ou l’anti-passion (1990), Un vendredi du mois d’août (2004) et L’aimé (2007), trilogie de l’écrivain italo-québécois Antonio D’Alfonso, récit tripartite qui révèle un cheminement qui part du local à l’universel, qui peut aussi être lu comme un parcours du « je » subjectif et individuel au « nous » communautaire et collectif, un parcours allant d’un monde tout proche à un monde cosmique, faisant émerger la totalité. Le référentiel théorique employé dans cette recherche correspond aux écrits de Gilles Deleuze et de Félix Guattari sur les systèmes arborescent, fasciculé et rhizomatique et leurs correspondances à certaines formes de livre, énoncés présentés dans l’introduction de Mille plateaux : capitalisme et schizophrénie 2 (1980). Si dans Avril ou l’anti-passion la présence du protagoniste se montre bien marquée, dans L’aimé l’absence de ce même personnage joue un rôle primordial. C’est par son absence qu’il essaie de vraiment « apparaître », et cela se produit par les yeux, le coeur et la voix de l’autre. Cette image d’homme que nous retrouvons au bout du chemin, ce sujet multiple et disséminé, suggère l’homme transculturel par excellence, la notion de transculture renvoyant à tout ce qui est entre, à tout ce qui passe à travers et à tout ce qui est, ou qui va au-delà : la traversée véritable oblige à faire le chemin de l’autre, à voir selon le regard de l’autre, à faire l’expérience de l’altérité. / A presente tese tem como objetivo estudar os elementos constitutivos de um percurso literário que enfatiza o espaço e a alteridade, contemplando, também, noções que lhes são próximas, como a identidade, o território, a nação, o país, sabendo-se que cada uma dessas noções está intrinsecamente ligada, de um modo ou de outro, aos dois primeiros conceitos. O caminho proposto decorre do fato de que, para o migrante, o simples pertencimento a um determinado espaço referencial, isto é, a um país, uma cultura, uma identidade, não é suficiente para dar nome à espacialidade do sujeito, ao espaço por ele vivido e experimentado. Essa voz, que retém mais de uma cultura, funde-se, emancipase, libera-se pela multiplicação e pela ambigüidade do lugar e do sentido. A presente pesquisa esboça, assim, uma abordagem do universo migrante contemplando suas ambivalências e contradições. O método de trabalho utilizado corresponde à análise de um personagem romanesco através do efeito de sua presença, ou de sua ausência, na trilogia (Avril ou l’antipassion, 1990; Un vendredi du mois d’août, 2004; L’aimé, 2007) do escritor ítaloquebequense Antonio D’Alfonso, de onde se depreende um percurso que vai do local ao universal, podendo este ser lido de igual modo como um percurso do “eu” subjetivo e individual ao “nós” comunitário e coletivo, um percurso que parte de um mundo próximo a um mundo cósmico, fazendo emergir a totalidade. O referencial teórico utilizado nesta pesquisa foram as reflexões de Gilles Deleuze e de Félix Guattari sobre os sistemas arborescente, fascicular e rizomático e suas correspondências respectivas às diferentes formas de livro, texto apresentado na introdução da obra Mille plateaux: capitalisme et schizophrénie 2 (1980). Presença forte e marcante em Avril ou l’anti-passion, é por sua ausência em L’aimé que o protagonista tentará realmente “aparecer”, o que se produzirá pelo olhar, pela voz e pelo íntimo do outro. A imagem de homem que encontramos ao fim do caminho, esse sujeito múltiplo e disseminado, sugere o homem transcultural por excelência, considerando-se que a noção de transcultura remete a tudo que se encontra entre, a tudo que atravessa, a tudo que se encontra além: a verdadeira travessia obriga-nos a fazer o caminho do outro, a ver como o outro vê, a viver a alteridade.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:lume.ufrgs.br:10183/37814
Date January 2011
CreatorsParanhos, Ana Lúcia Silva
ContributorsBernd, Zilá
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
Languagefra
Detected LanguageFrench
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
Formatapplication/pdf
Sourcereponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS, instname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul, instacron:UFRGS
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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