Orientador: Ricardo Luiz Coltro Antunes / Tese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Filosofia e Ciencias Humanas / Made available in DSpace on 2018-08-10T10:32:56Z (GMT). No. of bitstreams: 1
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Previous issue date: 2007 / Resumo: A década de 90 trouxe grandes mudanças nas relações entre o Estado, as empresas e os trabalhadores no Brasil. Na indústria automotiva, a abertura comercial permitiu às montadoras aplicar estratégias globais no suprimento de autopeças, configurando uma cadeia de fornecimento hierarquizada, onde, nos primeiros níveis, estão as fabricantes de sistemas completos dos veículos (sistemistas), as quais também reproduzem estas relações com suas fornecedoras. Acompanhando este processo, mudanças na gestão do trabalho têm reformulado as estruturas de cargos nas plantas, exigindo novas competências aos assalariados e alterando o relacionamento que mantêm entre si nas esferas gerenciais e operacionais, fatos que se refletiram na própria organização do movimento sindical. Focando tais transformações no setor de autopeças da região de Campinas, os objetivos desta tese são compreender: (1) os principais aspectos das relações estabelecidas entre plantas filiais de grupos transnacionais com suas matrizes, bem como com suas clientes e fornecedoras, nos processos de hierarquização e redução da cadeia automotiva, cujo deslanchar no Brasil ocorreu em meio à desnacionalização deste setor; (2) como estes aspectos se relacionam com a implantação da gestão flexível do trabalho nestas plantas filiais, inclusive no tocante à conjugação de métodos dos sistemas taylorista/fordista e toyotista; (3) como tais mudanças têm afetado os trabalhadores, seja quanto aos perfis profissionais e educacionais exigidos e o montante de empregos ofertados, seja quanto às formas de mobilização e negociação sindicais construídas neste contexto. Para a consecução destes objetivos, revisamos a literatura sobre a reestruturação produtiva e sua difusão no Brasil após os anos 90, e realizamos um estudo de caso empírico numa empresa transnacional, situada na região de Campinas e fornecedora tanto de grandes sistemistas de autopeças quanto de montadoras. O Sindicato dos Metalúrgicos de Campinas também foi pesquisado, mediante entrevistas junto à sua direção e presidência, nas quais se abordaram as ações desta entidade em face da reestruturação produtiva nas empresas e das políticas neoliberais, suas concepções acerca das conseqüências destes processos sobre os trabalhadores, bem como o relacionamento que o sindicato vem tendo com a CUT. Os resultados mostram que a desnacionalização do setor de autopeças brasileiro teve profunda relação com as estratégias globais dos grupos transnacionais desta indústria, refletindo um embate entre corporações dos EUA e da Europa frente ao avanço da concorrência nipônica, liderada pela Toyota, embate no qual têm contado com a atuação dos Estados e das classes trabalhadoras. A implantação da gestão flexível nas plantas filiais de países periféricos, por sua vez, não apenas é parte desta luta mundial pela acumulação de capital, como a reproduz no próprio relacionamento cotidiano entre os assalariados, das gerências ao chão de fábrica, onde a hibridez do taylorismo/fordismo com o toyotismo tem configurado perfis de qualificação que fragmentam social, econômica e politicamente os trabalhadores. Por fim, a terceirização e o desemprego que emergiram destes processos têm imposto obstáculos à ação sindical, levando tensões e rupturas entre instâncias locais, estaduais e federais nos setores mais combativos, como ilustra o rompimento do Sindicato dos Metalúrgicos de Campinas com a CUT / Abstract: The Nineties brought significant changes to the relations among the state, the companies and the working class in Brazil. In the automotive industry, the commercial opening allowed car assembly companies to utilize global strategies on its parts supply, forming a hierarchized supply chain where, in the first levels are the manufacturers of complete vehicle systems (systemists), which also reproduce these relations with their suppliers. Following this process, changes in work management have remodeled the position structures in plants, demanding new competences to working class and altering the relationship that is maintained among them on the operational and managerial aspects, facts that reflected in the own union movement organization. Focusing on such transformations in the automotive components sector in the region of Campinas, this study is aimed at: (1) the main aspects of the relations established among branch plants belonging to transnational groups towards their headquarters, clients and suppliers, in the hierarquization and reduction of automotive chain whose boom occurred during this sector¿s denationalization; (2) how these aspects are related to the implantation of flexible work management in these branch plants, including when it comes to the taylorist/fordist and toyotist systems; (3) how these changes have affected working class, whether to their required personal and educational skills, whether to their union mobilization and negotiations build in this context. In order to achieve these goals, we went over the literature about productive restructuration and its spread across Brazil after the nineties, and we carried out an empirical study case in a transnational company, located in the region of Campinas and both supplier of big automotive components and assembly companies. The Sindicato dos Metalúrgicos de Campinas was also surveyed, through interviews along with its management running, in which actions of this institution were approached in the face of companies productive restructuration and neo-liberal policies, their conceptions about the consequences of these processes to the working class, as well as the good relationship the union has had with CUT. Results have shown that the automotive components sector denationalization had a deep relation with the global strategies of transnational groups of this industry, reflecting a struggle between American¿s and European¿s corporations against the Nipponese competition, led by Toyota, struggle which has counted on States and the working class. The flexible management implantation in the branch plants of peripheral countries, on the other hand, is not only part of this world struggle for capital accumulation, as well as the reproduction on the daily relations among in shop floor managers, where the taylorism/fordism hybridity along with toyotism systems have formed profiles of qualification that fragment socially, economically and politically the working class. Lastly, outsourcing and unemployment which rose from these processes have build big roadblocks to union actions, conducting strains and ruptures among local, state and federal institutions in the most combative sectors, as it has shown the disruption between Sindicato dos Metalúrgicos de Campinas and CUT / Doutorado / Sociologia / Doutor em Sociologia
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.unicamp.br:REPOSIP/280881 |
Date | 06 November 2007 |
Creators | Pinto, Geraldo Augusto |
Contributors | UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS, Antunes, Ricardo, 1953-, Antunes, Ricardo Luiz Coltro, Lourenço, Fernando Antonio, Pochmann, Marcio, Previtalli, Fabiane Santana, Santana, Marco Aurélio |
Publisher | [s.n.], Universidade Estadual de Campinas. Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Sociologia |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | English |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis |
Format | 576p. : il., application/pdf |
Source | reponame:Repositório Institucional da Unicamp, instname:Universidade Estadual de Campinas, instacron:UNICAMP |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
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