Lorsque les désastres et les catastrophes apparaissent comme des traits marquants de l’existence sociale et collective, notre vision/conception du monde, tant esthétique que cognitive, se voit interpellée, voire prise à défaut. Le monde contemporain est traversé par une crise de nos certitudes de maîtrise de la nature et de la société, crise paradoxale puisqu’elle s’enracine dans nos immenses pouvoirs de transformation, ceux-là mêmes qui entretenaient nos espoirs de progrès et dont les conséquences imprévues nourrissent aujourd’hui nos appréhensions et nos peurs collectives. A travers un regard sociologique, cette recherche interroge le poids des imaginaires sociaux sur la production de l’événement-catastrophe, et, en retour, l’influence de cette dernière sur les opinions, les attitudes et les comportements de prévention du danger et les représentations sociales de la sécurité. Construit sur un corpus d’une dizaine de catastrophe (de la tempête de décembre 1999 en Europe de l’Ouest à la catastrophe de Fukushima en 2011), et soutenu par un travail de terrain (presse, littérature, cinéma, jeux-vidéo mais aussi groupes de préparation aux désastres), ce travail fait apparaitre l’efficience de l’archétypologie durandienne et dévoile de la réactivation d’anciens mythes et l’apparition de nouveaux récits dans le complexe sociétal, introduisant alors une idée neuve en Occident : notre époque est fascinée par sa puissance mais aussi terrifiée par un avenir dans lequel elle ne sait plus lire que des promesses de déclin. / When disasters and catastrophes are prominent features of social and collective life, our aesthetic and cognitive vision or conception of the world is challenged or even overwhelmed. The contemporary world is experiencing a crisis that has shaken our certainties about nature and society’s control. This crisis is paradoxical, because it is rooted in our immense powers of transformation; the very same powers that sustain our hopes of progress. The unexpected consequences of these powers now feed our collective anxieties and fears. This research takes a sociological perspective to assess the influence of the social imaginary on the production of disaster events, and, in turn, the impact of the production of disaster events on the opinions, attitudes and risk-prevention behaviors and social representations of security. Based on a corpus of ten catastrophes (the December 1999 storm in Western Europe to the Fukushima disaster in 2011), and supported by field work (press, literature, cinema, video games and also disaster preparedness groups), this work reveals the effectiveness of the Durandian archetype and reveals reactivation of ancient myths and the emergence of new tales in the social complex, while introducing a new idea in the Occident: our age is fascinated by its power, but also terrified of a future in which it can see only promises of decline. / Quando os desastres e as catástrofes surgem como traços marcantes da existência social e coletiva, é a nossa visão/concepção do mundo, tanto estética como cognitiva, que é interrogada, e mesmo posta em xeque. O mundo contemporâneo é atravessado pela crise das nossas certezas de dominação da natureza e da sociedade, uma crise paradoxal, dado que se enraíza nos nossos imensos poderes de transformação. Esses poderes alimentavam as nossas esperanças de progresso. Mas as suas inesperadas consequências estimulam hoje as nossas angústias e os nossos medos coletivos. Através de um olhar sociológico, esta pesquisaquestiona a força dos imaginários sociais na produção do evento-catástrofe e, em sentido contrário, a influência que o evento-catástrofe tem nas opiniões, atitudes e comportamentos de prevenção do perigo e nas representações sociais da segurança. Construído sobre um corpus de uma dezena de catástrofes (da tempestade de Dezembro de 1999 na Europa Ocidental até à catástrofe de Fukushima, em 2011), e apoiado numa pesquisa de campo (imprensa, literatura, filmes, videojogos, como também grupos de preparação para os desastres), este trabalho torna manifesta a eficiência da arque-tipologia durandiana e revela a reativação de mitos antigos, assim como o surgimento de novas narrações no complexo societal. Uma nova ideia irrompe no Ocidente: a nossa época está fascinada pelo seu poder, mas também se encontra aterrorizada por um futuro em que apenas consegue ler promessas de declínio.
Identifer | oai:union.ndltd.org:theses.fr/2012MON30065 |
Date | 07 December 2012 |
Creators | Vidal, Bertrand |
Contributors | Montpellier 3, Universidade do Minho, Tacussel, Patrick, Rabot, Jean-Martin |
Source Sets | Dépôt national des thèses électroniques françaises |
Language | French |
Detected Language | French |
Type | Electronic Thesis or Dissertation, Text |
Page generated in 0.0024 seconds