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Previous issue date: 2003 / presente trabalho discute, na fronteira entre os territórios da
comunicação, política e teoria social, de que modo e por quais
caminhos mudanças culturais profundas estão em curso na Zona da
Mata de Pernambuco, abrindo espaço para a constituição de uma nova
visão de mundo e reformulação do contexto social. O intuito é mostrar
como tais transformações estão relacionadas tanto com o processo de
desestruturação da economia sucroalcooleira como, e principalmente,
com a articulação do conceito de igualdade de gênero introduzido pelo
sindicalismo rural. Não se perde de vista, entretanto, que esse
processo não se dá sem contradições, limites e resistências,
considerando-se o histórico de relações de subserviência e dominação
que se estabeleceram na região, notadamente marcada por uma
cultura patriarcal e machista.
Assim sendo, este estudo analisa a recepção por parte de
trabalhadores e trabalhadoras da Zona da Mata do discurso de
igualdade de gênero transmitido pelo sindicalismo rural, partindo de
temáticas como divisão sexual do trabalho, sexualidade, violência
sexista, religiosidade, entre outros. Busca-se, então, interpretar a
construção de significados por esses sujeitos, compreendendo o uso
que eles fazem das mensagens emitidas pelo sindicalismo, em meio à
interação com as mensagens provenientes de inúmeras outras
matrizes discursivas (Igreja, partidos políticos, ONGs, etc.).
Simultaneamente, busca-se captar o grau de influência na recepção de
elementos culturais presentes no contexto sócio-político-econômico do
qual os trabalhadores participam, que contribuem na composição de
sua visão de mundo e definição de atitudes e comportamentos.
A partir da observação in loco das práticas dos trabalhadores e
trabalhadoras rurais e da análise dos seus depoimentos, conclui-se
que, entre avanços e recuos, o discurso de igualdade de gênero vai
sendo negociado, adaptado e incorporado por mulheres e homens da
Zona da Mata, com vistas a modificações na realidade vigente.
Evidencia-se, entretanto, que ainda é preciso percorrer uma longa trajetória para tornar as relações de gênero menos desiguais. Até
porque, mudanças na organização das relações sociais correspondem
sempre a mudanças nas representações de poder. Ademais, nem
sempre a consciência de subordinação por parte das mulheres, implica
em transformações imediatas, o que não significa que elas não
estejam em processo. Os esforços não têm sido em vão, tampouco se
podem ignorar as conquistas
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.ufpe.br:123456789/3302 |
Date | January 2003 |
Creators | NEVES, Mona Lisa Dourado |
Contributors | MOMESSO, Luiz Anastácio |
Publisher | Universidade Federal de Pernambuco |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | Portuguese |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis |
Source | reponame:Repositório Institucional da UFPE, instname:Universidade Federal de Pernambuco, instacron:UFPE |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
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