José Régio assumiu-se como um coleccionador apaixonado. O efeito dessa sua obsessão foi uma colecção numerosa de objectos sacros e profanos, na sua maioria de raiz popular, que preenchem varias divisões das suas duas casas, situadas nas terras que mais o marcaram profundamente: Vila do Conde e Portalegre. O acto de coleccionar representava para ele muito mais do que um simples hobby, como se poderia, inicialmente, ser levado a pensar, em virtude da sua carreira nas letras ter sido bem mais reconhecida pelo público em geral. Trata-se, na verdade, de um processo continuo e metódico, testemunhado por todos os que com ele mais de perto privaram, e que se insere no universo do coleccionismo e da valorização da cultura material. Foi um coleccionador fetichista, atormentado por esta obsessão que se liga directamente com uma outra: o crer não crendo em Deus. O mundo interior de Régio e aqui questionado, construindo-se um discurso narrativo que possa descodificar o imaterial presente nas suas colecções, estabelecendo uma relação directa com o seu eu. Na linha de horizonte deste trabalho esta a possibilidade de ler Régio através das suas colecções, percepcionando aquilo que poderíamos chamar a sua distinção individual.
Identifer | oai:union.ndltd.org:up.pt/oai:repositorio-aberto.up.pt:10216/70583 |
Date | January 2011 |
Creators | Pinhal, Teresa Sofia Santos |
Publisher | Porto : [Edição do Autor] |
Source Sets | Universidade do Porto |
Language | Portuguese |
Detected Language | Portuguese |
Type | Dissertação |
Format | application/pdf |
Source | http://aleph.letras.up.pt/F?func=find-b&find_code=SYS&request=000211528 |
Rights | openAccess |
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