[pt] Este trabalho consiste numa discussão sobre o destino do objeto nos casoslimite
diante das dificuldades envolvidas nas relações primárias com o objeto
absolutamente necessário no início da vida psíquica. Quando este objeto falha
sucessivamente em desempenhar suas funções adequadamente, em um momento
muito primitivo de despreparo subjetivo, a constituição psíquica é marcada por
traumatismos primários que impedem o luto e o trabalho do negativo estruturante,
ocasionando negativizações que desorganizam o interior do aparelho psíquico e
impedem a construção de um espaço de ausência fecundo para o surgimento de
representações que estruturam o pensamento. Ao fracassar em sua ação
constitutiva, o trabalho do negativo vai operar de forma patológica,
impossibilitando o apagamento do objeto primário que é insistentemente mantido
no campo psíquico por meio de sucessivas clivagens e idealizações que
cristalizam e purificam o objeto. Enquanto a clivagem consiste em uma saída
negativizante mal-sucedida que visa afastar as partes não representáveis da
vivência traumática que ameaçam retornar desorganizando a frágil delimitação
intrapsíquica e intersubjetiva, a idealização excessiva, por sua vez, é uma
estratégia defensiva que confere ao objeto uma posição inacessível, rígida e fixa,
ação que entrava o trabalho de luto, resultando, assim, no entupimento do espaço
pessoal e na obstrução do pensamento. / [en] This dissertation intends to discuss the vicissitudes of the object in
borderline patients faced with difficulties involved in relationships with the object
absolutely necessary at the beginning of psychic life. When this object
successively fails to perform its functions adequately, in a very primitive moment
of subjective unpreparedness, the psychic constitution is marked by primary
traumatisms that prevent mourning and the structuring work of the negative,
causing negative actions that disrupt the interior of the psychic apparatus and
prevent the building up of an empty space that could make possible the emergence
of representations that structure thought. By failing in its constitutive act, the work
of the negative operates in a pathological way, preventing the effacement of the
primary object that is consistently maintained in the psychic sphere as a result of
hrough successive splittings and idealizations that crystallize and purify the
object. Thus splitting consists in an unsuccessful negative action which attempts
to get rid of the unrepresentable aspects linked to the traumatic experience, which
threaten to return, disorganizing the fragiles intrapsychic and intersubjective
boundaries. Excessive idealization, on the other hand, is a defensive strategy that
gives the object an inaccessible rigid and fixed position that interferes with the
work of mourning, thus resulting in the clogging of personal space and the
obstruction of thought.
Identifer | oai:union.ndltd.org:puc-rio.br/oai:MAXWELL.puc-rio.br:28986 |
Date | 03 February 2017 |
Creators | LUIZA DA COSTA MENDES |
Contributors | CLAUDIA AMORIM GARCIA |
Publisher | MAXWELL |
Source Sets | PUC Rio |
Language | Portuguese |
Detected Language | English |
Type | TEXTO |
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