Este trabalho, de natureza qualitativa, discute a função das classes especiais para deficientes mentais em nossa sociedade tendo em vista seus aspectos social e histórico, numa visão crítica de inclusão escolar. A inclusão escolar é defendida como forma de garantia de igualdade ao deficiente mental e, as classes especiais, como empecilho a isso. A pesquisa, apoiada em questões como ideologia, inclusão marginal, construção e desconstrução de conceitos, bem como, na opinião de professores do ensino fundamental da rede pública do município de Osasco, demonstra que as classes especiais para deficientes mentais exercem uma função definida em nossa sociedade. Por isso, seu fechamento, ausente de uma análise que leve à conscientização de tal função, produzirá outros mecanismos. A classe especial para deficientes mentais justifica a exclusão e, por isso, tem papel definido na sociedade de classes em que vivemos. As entrevistas com os professores que atuam em classes especial e comum demonstram seu conceito de inclusão, classe especial e deficiente. Há um sentimento romântico que cerca um certo discurso inclusivo em que, aceitar o deficiente depende, apenas, de boa vontade. Isso gera deturpações no que diz respeito tanto ao real entendimento da questão como a possíveis mudanças. Com base em autores com posições críticas, a dissertação constituiu a tentativa de entender a construção de conceitos na sociedade e, conseqüentemente, na escola, como normalidade e igualdade, a fim de compreender o radical de determinadas atitudes referentes ao aluno deficiente. A pesquisa teórica, aliada às entrevistas semiestruturadas com professores, constituiu maneira de perceber como determinados padrões foram e são produzidos e reproduzidos pela e na escola. / This qualitative paper investigates the role of special classrooms for mentally handicapped individuals in our society. We consider both social and historical aspects in a critical analysis based upon the process of inclusion at schools. This is frequently viewed as a means of ensuring equality between the mentally handicapped and non-mentally handicapped learners, being the special classrooms seen as barriers to it. The research based not only on issues such as ideology, marginal inclusion, forming concepts and destroying them, but also on opinions expressed by elementary public school instructors in the city of Osasco demonstrates that special classrooms for the mentally handicapped play a clear role in our society. Thus, its closure lacking thoughtful consciousness of such a role will produce other mechanisms. Classrooms for mentally handicapped people justify the exclusion; therefore, their role is clearly defined in our segmented society. The interviews with the teachers, who work in both special and regular classrooms, show their concepts of inclusion, special classrooms and of handicapped learners. There is a romantic feeling surrounding a certain inclusion speech in that to accept handicapped students depends exclusively on goodwill. It causes misconceptions on the factual meaning of the issue and possible changes. By studying authors showing critical approaches, the dissertation consisted of a try to understand how concepts such as normality and equality are formed in the society and consequently in schools in order to comprehend the origin of certain attitudes towards disabled students. Theoretical research associated with semistructured interviews with teachers has been an attempt to understand how certain standards were and are produced and reproduced in and by schools.
Identifer | oai:union.ndltd.org:usp.br/oai:teses.usp.br:tde-20062007-102207 |
Date | 17 March 2006 |
Creators | Rodrigues, Marceli |
Contributors | Ribeiro, Maria Luisa Sprovieri |
Publisher | Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP |
Source Sets | Universidade de São Paulo |
Language | Portuguese |
Detected Language | English |
Type | Dissertação de Mestrado |
Format | application/pdf |
Rights | Liberar o conteúdo para acesso público. |
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