Introdução Atualmente a osteoporose é a doença mais freqüente do metabolismo ósseo. Diversos nutrientes estão relacionados com a massa óssea, com destaque para o cálcio e a vitamina D. Apesar de 80 a 90% dos estoques de vitamina D serem provenientes da síntese cutânea, estudos mostram que mesmo em países ensolarados a deficiência de vitamina D é muito comum. Considerando que a dieta da população brasileira tem se mostrado muitas vezes inadequada com relação ao consumo do cálcio e vitamina D, a suplementação desses componentes pode ser necessária em indivíduos que apresentam alterações no metabolismo do cálcio e osso. Objetivo Avaliar o efeito da suplementação de cálcio e vitamina D em marcadores bioquímicos do metabolismo ósseo de mulheres na pós-menopausa com osteoporose. Métodos Esta dissertação é composta por 2 estudos: revisão sobre cálcio dietético e estudo de intervenção. Para revisão foram selecionados artigos publicados no Medline e Scielo nos últimos 10 anos, incluindo estudos realizados no Brasil. O estudo de intervenção foi do tipo ensaio clínico randomizado e controlado, pelo período de 90 dias. Foram avaliadas 64 mulheres com osteoporose na pós-menopausa randomizadas em dois grupos: Grupo 1 - Suplementação de cálcio (1200mg/dia) e vitamina D3 (400UI ou 10g/dia); Grupo 2 Controle. No início do estudo foi realizada a densitometria óssea (DXA) para diagnóstico da osteoporose e avaliação da composição corporal. Dados coletados no início e final do estudo incluiram: registro alimentar de 3 dias para avaliação da ingestão alimentar e soro para realização de exames bioquímicos (cálcio, fósforo, magnésio, PTH, 25(OH)D e BAP). Resultados O estudo de revisão descreveu fatores relacionados ao baixo consumo de cálcio como: hábito alimentar e alto custo dos alimentos. Como estratégias para melhorar o consumo destacam-se: esclarecer a população sobre a importância do nutriete; aumentar a disponibilidade; e o uso de suplementos em situações específicas. No estudo intervenção observou-se reduzido consumo de cálcio e vitamina D em mais de 90% das participantes. Além disso, 91,4% das participantes apresentaram vitamina D sérica consideradas sub-ótimas para saúde óssea. As concentrações séricas da 25(OH)D aumentaram significantemente (p=0,023) após 3 meses de suplementação. Porém, a dose utilizada apresentou efeito limitado uma vez que 86,2% do grupo suplementação não atingiu concentrações ótimas da 25(OH)D. Conclusão Considerando ingestão insuficiente de cálcio, bem como sua importância para a saúde óssea, estratégias nutricionais devem ser implementadas. A suplementação de cálcio e vitamina D elevou os níveis séricos da 25(OHD entretanto, a dose utilizada não foi suficiente para atingir as concentrações ótimas para manter a saúde óssea. / Background Osteoporosis is the most frequent disease of bone metabolism. Several nutrients are related to bone mass; the micronutrients of greatest importance are calcium and vitamin D. Although sunlight exposure is responsible for 80-90% of vitamin D storages, numerous studies conducted in sunny countries have observed a high prevalence of vitamin D insufficiency. Considering that, there is a significant proportion of the Brazilian population failing to achieve the recommended dietary calcium and vitamin D intakes, supplementation can be necessary for individuals with alterations on bone metabolism. Objective Evaluate the effect of calcium and vitamin D supplementation on bone metabolism in postmenopausal women with osteoporosis. Methods The present dissertation is composed of 2 studies: a review focuses on the dietary calcium and a clinical trial. For the review, articles published in Medline and Scielo in the past ten years were selected, including Brazilian studies. For the intervention, a 3-month controlled clinical trial with 64 postmenopausal women with osteoporosis was done. They were randomly assigned to either the supplement group, who received 1200mg of calcium and 400IU (10g) of vitamin D3, or the control group. Dietary intake assessment was performed, bone mineral density and body composition were measured, and blood was analyzed. At baseline, bone mineral density and body composition were measured by DXA, dietary data were collected and blood was analyzed (calcium, phosphorus, magnesium, PTH, 25(OH)D and BAP). At the end of the study, another blood exam and dietary intake assessment was performed. Results The review article aimed to described factors that can influence calcium absorption, the main methods used for evaluating calcium absorption and bioavailability, and strategies to optimize calcium intake. In the clinical trial, considering all participants at baseline, more than 90% of the subjects presented low calcium and vitamin D intakes. Besides, 91.4% of the participants presented sub-optimal vitamin D status (<75nmol/l). The concentration of serum 25(OH)D increased significantly (p=0.023) after 3 months of supplementation. However, the dose given was limited in effect, and 86.2% of the supplement group did not reach optimal levels of 25(OH)D. Conclusion in view of the low calcium intake, and the importance of this nutrient to bone health, nutritional strategies must be implemented. Calcium and vitamin D supplementation increased serum 25(OH)D, however the dose given (400IU/d) was not enough to achieve 25(OH)D concentration consider optimal for bone health.
Identifer | oai:union.ndltd.org:usp.br/oai:teses.usp.br:tde-08062009-230251 |
Date | 19 November 2008 |
Creators | Pereira, Giselle Adriana de Paiva |
Contributors | Martini, Ligia Araujo |
Publisher | Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP |
Source Sets | Universidade de São Paulo |
Language | Portuguese |
Detected Language | Unknown |
Type | Dissertação de Mestrado |
Format | application/pdf |
Rights | Liberar o conteúdo para acesso público. |
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