Este trabalho explora três possíveis significados para o \"romance histórico\" Amphitryon, de Ignacio Padilla, e, a partir disso, estuda modos de interação entre história e ficção. O primeiro sentido analisa-o como um livro na história, uma obra marcante que se escreveu sob o contexto de um manifesto célebre por tentar reorganizar a tradição literária latinoamericana. O segundo sentido toma-o como um livro de história, um romance que não só se aproxima de um gênero literário afeito aos fatos historiográficos, mas que, sobretudo, articula conteúdos históricos, literários e culturais sob formas narrativas que também derivam do século passado. O terceiro sentido, finalmente, o lê como um livro da história, uma narrativa que, pela disposição de relatos e narradores, simula o próprio mecanismo do fazer histórico. Conduzindo essas argumentações estão os princípios da dialética formaabertura e da interação autor-obra-leitor, derivados de Umberto Eco, a noção de leitura e escritura como forma de conhecer, cara a Jorge Luis Borges, e o paradigma indiciário, de Carlo Ginzburg. A tentativa final é fazer de um exercício de crítica literária uma reflexão sobre a história. Para tanto, insiste-se na analogia entre verificação e interpretação de dados e as mediações livro-leitor-leituras, e adota-se a \"espiral de leituras\" historicizadas como modo operativo que aproxima discursos ficcionais e discursos históricos, esboçando-se, então, paralelos e limites nos percursos da produção historiográfica e da produção ficcional ao longo do século XX. / This work explores three possible meanings for the \"historical novel\" Amphitryon, of Ignacio Padilla, and, from this, it studies ways of interaction between history and fiction. The first meaning analyzes it as a book in history, a remarkable work that was written under the context of a manifest notable for trying to reorganize the Latin American literary tradition. The second meaning takes it as a history book, a novel that not only comes close to the historiographies facts, but, above all, it articulates historical, literary and cultural contents under narrative forms that are also drawn from the last century. The third meaning, finally, reads it as a book of history, a narrative that, for the disposal of stories and narrators, simulates the mechanism of history. As a guide line for these arguments, there are the principles of the dialectic form-opening and the interaction author-work-reader, derived from Umberto Eco, the notion of reading and writing as forms of knowledge, from Jorge Luis Borges, and the evidential paradigm, of Carlo Ginzburg. The final attempt is to make a reflection on history from a literary critical exercise. In such way, one must insist on the analogy between verification and interpretation of data and the relations bookreader- readings, and adopts the historic \"spiral of readings\" as an operative way that approaches fiction and historical speeches, and so, outlining parallels and limits in the course of the historiography and fictional production throughout the 20th century.
Identifer | oai:union.ndltd.org:usp.br/oai:teses.usp.br:tde-30072008-112522 |
Date | 02 April 2008 |
Creators | Prelorentzou, Renato Brighenti |
Contributors | Pinto Filho, Julio Cesar Pimentel |
Publisher | Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP |
Source Sets | Universidade de São Paulo |
Language | Portuguese |
Detected Language | Portuguese |
Type | Dissertação de Mestrado |
Format | application/pdf |
Rights | Liberar o conteúdo para acesso público. |
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