Return to search

A humanidade pelo ralo: relaÃÃes sociais enquanto montagens perversas em O Cheiro do Ralo de LourenÃo Mutarelli e Heitor Dhalia

CoordenaÃÃo de AperfeiÃoamento de Pessoal de NÃvel Superior / Em O Cheiro do Ralo (2002), do escritor paulista LourenÃo Mutarelli, encontramos a trajetÃria
de um imoral comprador de objetos usados que se utiliza de sua posiÃÃo de poder com o
propÃsito de submeter os sujeitos ao seu redor, objetificando-os e instrumentalizando-os a fim
de satisfazer os desejos perversos dele â frutos de uma lÃgica mercadolÃgica que cada vez mais
permeia as aÃÃes dos sujeitos na sociedade contemporÃnea. O presente estudo propÃe identificar
as potencialidades referencial e crÃtica do romance O Cheiro do Ralo de Mutarelli e de sua
adaptaÃÃo cinematogrÃfica homÃnima dirigida por Heitor Dhalia (2006) a partir de uma anÃlise
de como, em cada uma dessas formas textuais, as relaÃÃes humanas, inerentes a um contexto
sociocultural norteado pelo mercado e pelo espetÃculo, sÃo representadas como aÃÃes
legitimadoras da perversÃo social. Inicialmente, apÃs fundamentar a ideia de traduÃÃo e de
adaptaÃÃo segundo as pertinentes acepÃÃes de Itamar Even-Zohar (2013), Andre Lefevere
(2007) e Linda Hutcheon (2011), mostraremos o papel de destaque assumido por essa prÃtica
no campo cultural brasileiro atual, revelando assim uma ligaÃÃo cada vez mais Ãntima entre os
sistemas literÃrio e cinematogrÃfico nacional juntamente a uma possibilidade maior do pÃblico
consumidor entrar em contato com diferentes pontos de vista sobre um mesmo assunto â devido
à profusÃo de releituras oferecidas pelas adaptaÃÃes. Posteriormente, apresentaremos
caracterÃsticas retratadas por pensadores da cultura, como Zygmunt Bauman (2008), Gilles
Lipovetsky (2011) e Richard Sennet (2010), acerca da condiÃÃo da cultura no Ãmbito das
sociedades globalizadas â assumidas enquanto sociedades de consumo. Em seguida,
utilizaremos o conceito de ârealismo traumÃticoâ oferecido por Hal Foster (2013) para desvelar
a dimensÃo polÃtica-ideolÃgica em O Cheiro do Ralo, a qual aponta para um olhar crÃtico sobre
a submissÃo das relaÃÃes interpessoais à lÃgica do mercado que, de maneira violenta e amoral,
fomenta cada vez mais a indiferenciaÃÃo entre indivÃduos e objetos, acabando por delinear um
cenÃrio no qual os laÃos sociais passaram a ser integrados por subjetividades eminentemente
perversas, como observado por Dany-Robert Dufour (2014) e Jean-Pierre Lebrun (2009). Na
Ãltima parte, partiremos de uma descriÃÃo da forma como tal cenÃrio alegoricamente Ã
representado na narrativa cinematogrÃfica de Dhalia, salientando suas dimensÃes ideolÃgicas e
utÃpicas, como teorizadas por Fredric Jameson (1992). Por fim, trataremos do diÃlogo existente
entre a adaptaÃÃo e o romance de Mutartelli, destacando os modos como cada uma desses meios
problematizam o tema da degradaÃÃo dos laÃos intersubjetivos na contemporaneidade.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:www.teses.ufc.br:12974
Date00 December 2018
CreatorsJivago Oliveira da Fonseca
ContributorsCarlos Augusto Viana da Silva
PublisherUniversidade Federal do CearÃ, Programa de PÃs-GraduaÃÃo em Letras, UFC, BR
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Formatapplication/pdf
Sourcereponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFC, instname:Universidade Federal do Ceará, instacron:UFC
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

Page generated in 0.0025 seconds