A partir de 1970, o Estado (em maior grau, a instância Federal), até então, agente central na condução do processo de desenvolvimento territorial e urbano mato-grossense, inicia a ampliação das parcerias com os agentes privados neste processo. Ao longo das décadas seguintes, estes agentes privados passaram a assumir crescente protagonismo na articulação, formulação e condução das ações de planejamento em Mato Grosso - definindo uma rede de infraestrutura regional e urbana voltada, essencialmente, a produção e exportação de commodities. Nesta época, o Estado instituiu um conjunto de políticas territoriais que intensificaram o processo de urbanização, materializado, p.ex, nas quatro cidades planejadas que constituíram objeto inicial desta pesquisa - Alta Floresta, Matupá, Sapezal e Sinop-, polos urbanos dos microterritórios da atuação inicial dos agentes privados. O estudo das políticas territoriais, públicas e privadas implantadas em Mato Grosso, ao longo de quarenta anos, evidencia as principais transformações nas dimensões sociais, econômicas e ambientais. A metodologia de pesquisa utilizada privilegiou a análise do espaço por meio da articulação das suas diferentes escalas: regional, urbana e intraurbana. Foram examinados os impactos socioeconômicos e ambientais decorrentes da organização e transformação do espaço mato-grossense voltadas ao desenvolvimento da agroindústria, que o integrou economicamente ao território brasileiro. A pesquisa também mostra que o processo de promoção do desenvolvimento pelo Estado teve como contrapartida indissociável uma atuação proeminente da parte de agentes privados que organizaram, consolidaram e expandiram seus microterritórios em Mato Grosso, ou a partir de Mato Grosso, em redes técnicas e políticas. Demonstra-se, dessa forma, a existência de uma justaposição entre políticas territoriais públicas e privadas. O trabalho conclui que as intensas transformações nas estruturas regionais e urbanas de Mato Grosso, iniciadas com o processo de intervencionismo estatal dos anos de 1970, são resultado, principalmente, da atuação dos agentes privados que promovem a agroindústria, suplantando o protagonismo tradicionalmente atribuído ao Estado desenvolvimentista. Por outro lado, a magnitude dos problemas sociais e ambientais gerados por esse processo deixa clara a necessidade de um novo patamar de eficácia da ação estatal, não na promoção direta, mas priorizando à articulação entre iniciativas públicas e privadas. / Since 1970, the State (to a greater extent, the federal level), until then the central agent in conducting the territorial and urban development process in Mato Grosso State, starts the expansion of partnerships with the private agents in this process. At that time, the State instituted a set of territorial policies that intensified the urbanization process, materialized, for example, in the four planned cities that constituted the initial object of this investigation - Alta Floresta, Matupá, Sapezal and Sinop - urban centers of microterritories where these private agents act at first. Over the following decades, these private agents have assumed growing importance in the join, formulation and conduct of planning actions in Mato Grosso State, defining a network of regional and urban infrastructure, focused mainly on the production and exportation of commodities. The study of territorial policies, both public and private, implemented in Mato Grosso State over forty years, highlights the major changes in social, economic and environmental dimensions. The research methodology privileged the analysis of space through the articulation of its different scales: regional, urban and intra-urban. The socioeconomic and environmental impacts of the organization and transformation of mato-grossense space due to the development of agribusiness, which economically integrated this State with the territory of Brazil, were examined. The survey also shows that the process of promoting development by the State had its inseparable counterpart in the outstanding performance of the private agents who organized, consolidated and expanded their microterritories in Mato Grosso State, or from Mato Grosso State, into technical and political networks. It is demonstrated, therefore, that there is an overlap between public and private territorial policies. The research implies that the profound transformations in regional and urban structures of Mato Grosso State, which began with the process of State interventionism of the 1970s, are mainly a result of the actions of private agents that promote agribusiness, supplanting the leading role traditionally assigned to the State developmental. On the other hand, the magnitude of the social and environmental problems generated by this process makes clear the need for a new level of effectiveness of State action, prioritizing a better coordination between public and private initiatives.
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:teses.usp.br:tde-11092015-115320 |
Date | 30 June 2015 |
Creators | Doriane Azevedo |
Contributors | Ricardo Toledo Silva, Marta Dora Grostein, Maria Cristina da Silva Leme, Carlos Antonio Luque, João Carlos de Souza Meirelles |
Publisher | Universidade de São Paulo, Arquitetura e Urbanismo, USP, BR |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | Portuguese |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis |
Source | reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP, instname:Universidade de São Paulo, instacron:USP |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
Page generated in 0.0027 seconds