[pt] Esta dissertação analisa como a Organização das Nações Unidas (ONU)
tenta estabilizar e justificar um significado ambivalente de proteção e seus papéis
sociopolíticos na agenda de Proteção de Civis (PoC). Atravessada por diferentes
noções de tradução, esta pesquisa toma os Assistentes de Ligação Comunitária
(CLAs) como um prisma analítico para complexificar os esforços para construir
representações de proteção. Os CLAs, criados juntamente com a Missão das Nações
Unidas para a Estabilização da República Democrática do Congo (MONUSCO),
são funcionários locais encarregados de melhorar o engajamento da missão com a
população local nas atividades de PoC, dadas as suas supostas habilidades
linguístico-culturais. Assim, os CLAs também são parte do movimento das missões
de estabilização na doutrina da ONU. Essa virada sinaliza a utilização de táticas de
contra insurgência, cujo entendimento sobre linguagem e a cultura como armas
objetiva obter inteligência e o apoio da população local. Seguindo uma abordagem
pós-estruturalista e pós-colonial particularmente inspirada nas obras de Jacques
Derrida e Homi K. Bhabha, esta dissertação se propõe a desconstruir as
representações aplicadas aos CLAs por meio da análise dos discursos presentes nos
relatórios e documentos doutrinários da ONU. Para tal, investiga-se como se espera
que os CLAs traduzam linguisticamente e/ou culturalmente a visão de proteção da
ONU para a população local. Nesse sentido, esta pesquisa promove diálogos com
os Estudos de Tradução e Interpretação ao explorar o caráter político da tradução
para as Relações Internacionais ao mesmo tempo que se aprofunda em um ator
geralmente negligenciado na doutrina da ONU e nos Estudos de Operações de Paz. / [en] This thesis analyzes how the United Nations (UN) attempts to stabilize and
justify an ambivalent meaning of protection and its sociopolitical roles in the
Protection of Civilians (PoC) agenda. Traversed by different notions of translation,
this research takes the Community Liaison Assistants (CLAs) as an analytical prism
to complexify the efforts to construct representations of protection. The CLAs,
created alongside the United Nations Stabilization Mission in the Democratic
Republic of the Congo (MONUSCO), are local staff tasked with improving the
mission s engagement with the local population in PoC activities, given their
supposed linguistic-cultural skills. Thus, the CLAs are also part of the stabilization
missions movement in UN doctrine. This turn signals the use of counterinsurgency
tactics, whose understanding of language and culture as weapons seeks to obtain
intelligence and support of the local population. Following a poststructuralist and
postcolonial approach inspired mainly by the works of Jacques Derrida and Homi
K. Bhabha, this thesis proposes deconstructing the representations applied to the
CLAs through the analysis of the discourses presented in the UN reports and
doctrinal documents. To this end, it is investigated how the CLAs are expected to
translate linguistically and/or culturally the UN vision of protection to the local
population. In this sense, this research promotes dialogues with Translation and
Interpretation Studies by exploring the political character of translation for
International Relations while delving into a generally denied actor in UN doctrine
and Peace Operations Studies.
Identifer | oai:union.ndltd.org:puc-rio.br/oai:MAXWELL.puc-rio.br:62776 |
Date | 06 June 2023 |
Creators | VICTORIA MOTTA DE LAMARE FRANCA |
Contributors | MAIRA SIMAN GOMES |
Publisher | MAXWELL |
Source Sets | PUC Rio |
Language | English |
Detected Language | Portuguese |
Type | TEXTO |
Page generated in 0.0026 seconds