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Previous issue date: 2016-05-30 / Este estudo propôs-se a compreender as relações interculturais que comunidades indígenas têm estabelecido nas redes sociais virtuais, entendendo-se que, anteriormente ao acesso à internet, muitos povos já difundiam suas relações em rede, como o povo Guarani. Considera-se que os povos indígenas, devido aos processos históricos de colonização, ainda vivem em situações de negligência, violação e não reconhecimento de seus direitos sociais e encontram-se muitas vezes na condição de invisibilidade. No entanto, através das redes sociais, alguns povos têm encontrado visibilidade e apoio para suas questões. A metodologia desta pesquisa constou de: revisão bibliográfica; coleta de dados em mídias virtuais, principalmente páginas abertas e grupos Guarani da rede Facebook; entrevistas semiestruturadas com 16 participantes, sendo dois participantes da Argentina, um da Bolívia, um do Paraguai e 12 do Brasil (dos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo e Mato Grosso do Sul); e trabalho de campo, em aldeias no Brasil, na Argentina e no Paraguai. O ambiente virtual mostrou-se um contexto desafiante e de novas concepções, e, portanto, para este estudo, utilizaram-se as contribuições metodológicas da teoria ator-rede (TAR). Buscou-se mapear redes de relações virtuais que envolvem o povo Guarani e discorreu-se sobre o entendimento acerca de quais situações e motivações têm favorecido relacionamentos interculturais e de cooperação e com quais objetivos e projetos de apoio e etnodesenvolvimento os Guarani têm se vinculado. Os temas mais evidentes na rede Guarani foram os direitos sociais indígenas e a relação com o povo, a terra/território e a cultura. Também se observou que, através da rede social Facebook, muitas interações, comentários, curtidas e compartilhamentos, de pessoas e grupos, têm ajudado e cooperado para ampla difusão das questões deste povo, bem como para o apoio a manifestações a favor da regulamentação territorial, embora também tenham se destacado relatos e posts relacionados a preconceito e racismo contra esse povo. Propôs-se o conceito de internetnização, expansão da dinâmica da etnicidade para o contexto virtual. Como principais temas nas redes virtuais Guarani, categorizaram-se: organização política; cultura, educação e história; e projetos de etnodesenvolvimento. As organizações políticas Guarani aparecem como importantes articuladoras, com destaque para a Comissão Guarani Yvyrupa. Mesmo podendo caracterizar o espaço virtual como um lócus de tensões e conflitos étnicos, considera-se que este tem se apresentado para o povo Guarani como possível para relações interculturais profícuas, para a participação social, para o desenvolvimento de protagonismos, de valorização étnica, para a reivindicação a direitos sociais, para apoio a projetos de etnodesenvolvimento, para a emancipação e para a cooperação entre os povos.
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:dspace2.ufes.br:10/9099 |
Date | 30 May 2016 |
Creators | MACEDO, M. D. C. |
Contributors | MOURA, L. T., LIMA, F. L. M., CICCARONE, C., MENANDRO, P. R. M., GARCIA, A. |
Publisher | Universidade Federal do Espírito Santo, Doutorado em Psicologia, Programa de Pós-Graduação em Psicologia, UFES, BR |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Detected Language | Portuguese |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis |
Format | application/pdf |
Source | reponame:Repositório Institucional da UFES, instname:Universidade Federal do Espírito Santo, instacron:UFES |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
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