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A reação das religiões de matriz africana no Rio Grande do Sul: conflitos com neopentecostais e defensores dos animais

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Previous issue date: 2007 / Discrimination, prejudice and assaults against Afro-Brazilian religions have been present in Brazil since colonial times. In the past, they were accused of sorcery, devil worship, witchcraft, animal sacrifices, debauchery and madness; they were repressed and persecuted, had their places of worship closed down, and many of their leaders and followers were arrested. Although the Brazilian Constitution now assures inviolable rights to religious freedom and to the free exercise of religious cults, Afro-Brazilian religions are still the target of attacks, although no longer from the Catholic Church or governmental agents as in the past. Currently, their main persecutors are Pentecostal churches that demonize their beliefs and religious practices, accuse them of witchcraft, and attack the practices of spirit possession and the ritual sacrifice of animals. The Animal Protection Law, passed in 2003 and sponsored be a state representative who is also an evangelical pastor, has given rise to intense controversy about animal sacrifices in religious rituals in the State of Rio Grande do Sul. Such discussions, widely reported in the media, have involved a large number of individuals and social organizations. Fearing that the Law’s purpose is to restrain their practices, followers of the Afro-Brazilian religions have sponsored several collective actions to preserve their rituals and ensure their right to religious freedom. In this context, animal protection groups, currently their main opponents, have protested against amendments to the Law and against animal sacrifices, and have made accusations of animal cruelty, animal mistreatment and sacrifices of cats and dogs. Since then, followers of Afro-Brazilian religions have organized more concerted and incisive reactions against discrimination and against attacks from Pentecostal churches. / A discriminação, o preconceito e o combate às religiões de matriz africana ocorrem no país desde sua colonização. Essas religiões sofreram acusações de feitiçaria, culto ao demônio, bruxaria, sacrifício de animais, devassidão e loucura, foram objeto de repressão e perseguição, tiveram suas casas fechadas e muitos de seus líderes e seguidores foram presos. Apesar da atual garantia constitucional de liberdade religiosa e inviolabilidade de culto, as religiões de matriz africana continuam sofrendo ataques, mas que não provêem, como no passado, de agentes da Igreja Católica e do Estado. Agora, seus principais algozes são os neopentecostais, que demonizam suas crenças e práticas religiosas, acusam-nas de feitiçaria e combatem a possessão de espíritos e o sacrifício ritual de animais. Paralelo a isso, em 2003, a partir da aprovação do Código de Proteção aos Animais, de autoria de um deputado estadual e pastor evangélico, o Rio Grande do Sul foi palco de intensa controvérsia, amplamente divulgada pela mídia, em torno do sacrifício de animais em rituais religiosos, envolvendo diversos atores e instituições sociais. Temendo que o objetivo do Código fosse coibir seus rituais, os africanistas realizaram uma série de mobilizações para preservá-los e assegurar sua liberdade religiosa. Nesse contexto, os defensores dos animais destacaram-se como seus principais oponentes, ao protestarem contra a alteração do Código e contra a prática do sacrifício de animais, acusando os religiosos afro-brasileiros de crueldade, maus tratos e de sacrificarem gatos e cachorros. Desde então, teve início uma reação mais concertada e incisiva por parte dos religiosos de matriz africana em relação às discriminações e ataques dos neopentecostais.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/urn:repox.ist.utl.pt:RI_PUC_RS:oai:meriva.pucrs.br:10923/2002
Date January 2007
CreatorsPossebon, Roberta Mottin
ContributorsMariano, Ricardo
PublisherPontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Porto Alegre
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguageEnglish
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Sourcereponame:Repositório Institucional da PUC_RS, instname:Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, instacron:PUC_RS
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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