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A linha do lado de fora: um ensaio atual sobre a noção de saúde da anatomopolítica à biopolítica

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Previous issue date: 2006 / Este trabalho tem como objetivo investigar o conceito de saúde assumindo sua estreita relação com o domínio político. Nesse sentido este ensaio pretende extrair da história, através da análise genealógica, os processos de produção desse conceito, fazendo emergir o jogo de forças que está presente na articulação do mesmo com as práticas em saúde, em especial com o domínio da saúde mental. Com a investigação da dimensão política da clínica e da saúde pretendemos lançar as bases a partir das quais o conceito de saúde possa sofrer uma mudança significativa de valor, escapando dos focos de normalização e biopoder e aliando-se com os processos de produção de si e do mundo. Com a biopolítica o tema da vida se coloca no centro da incidência do exercício do poder ao mesmo tempo em que comparece como foco de resistência desse mesmo poder. Tal é o paradoxo que a vida enfrenta nas sociedades de controle. Através das noções de atualidade, normatividade e autonomia surgem formas de resistência ao biopoder. Se o biopoder toma a vida como objeto de seu exercício, é necessário empreender uma clínica e uma prática de saúde na forma de uma biopolítica. Essa resistência se faz a partir de práticas de si que apostam na capacidade de autonomia e normatividade da vida, isto é, na construção de uma atitude ética. O si que vai ser criado não está no ponto inicial da criação, mas é efeito de uma conduta que parte da experiência de sua vacuidade. É a experiência que possibilita a abertura para essa dimensão da atualidade, abertura que nos lança a um lado de fora: a linha do lado de fora. A estratégia revalorização da vida na busca de uma experiência de saúde coincide com a clínica e com o ato de produção de um desvio. A clínica da reforma psiquiátrica em sua inseparabilidade da política é tomada aqui como exemplo. A clínica e a saúde são forçadas sempre a ocupar o lugar dessa atualidade, espaço marcado pela instabilidade que faz com que elas, sob pena de tornarem-se normalizadora e normalizada, se localizem em um espaço a ser construído. A saúde por sua vez ocupa sempre esse lado de fora. A intervenção clínica se dá assim em um tempo que é extemporâneo. Para que ela se estabeleça, então, deve haver um compromisso de questionamento de nossos especialismos e de nossas imagens identitárias. Na articulação da saúde com a história e desse modo da clínica com a história, é necessário que a dimensão política das práticas de saúde e da própria clínica esteja incluída.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:www.arca.fiocruz.br:icict/6156
Date January 2006
CreatorsRoza, Monica Maria Raphael da
ContributorsAmarante, Paulo Duarte de Carvalho
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
Sourcereponame:Repositório Institucional da FIOCRUZ, instname:Fundação Oswaldo Cruz, instacron:FIOCRUZ
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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