O estudo teve como objetivo evidenciar os problemas de saúde apresentados pelos 4307 trabalhadores de enfermagem lotados nas 23 unidades de saúde da Fundação Hospitalar Estadual de Minas Gerais, comparar os problemas identificados às doenças relacionadas ao trabalho contidas na lista de doenças ocupacionais do Ministério da Saúde e analisar os problemas de saúde no contexto das mudanças processadas no mundo do trabalho na década de 1990. Trata-se de um estudo descritivo e retrospectivo cujos dados foram coletados por meio do levantamento dos atendimentos realizados pela Divisão de Assistência à Saúde do Trabalhador no ano de 2002 e pela análise dos diagnósticos médicos registrados nos prontuários dos trabalhadores e nos relatórios dos exames efetuados. Os diagnósticos obtidos dos 6070 atendimentos realizados foram categorizados com base na CID-10 em vinte grupos de diagnósticos. Os dados foram tratados por meio de estatística descritiva. Os resultados evidenciaram que os problemas de saúde dos trabalhadores se distribuíram nos seguintes grupos: fatores que influenciam o estado de saúde (20,15%), doenças do sistema osteomuscular (11,83%), transtornos mentais e comportamentais (11,40%), doenças respiratórias (10,69%), doenças do aparelho circulatório (8,62%) e lesões, envenenamento e causas externas (8,25%). Quando comparados os diagnósticos encontrados às doenças relacionadas ao trabalho da lista do Ministério da Saúde foi constatado que a força de trabalho da enfermagem estudada está sendo consumida por danos que afetam o corpo e a mente em decorrência de enfermidades causadas por violência oculta no trabalho, conhecidas também como doenças da modernidade tais como: LER/DORT, depressão, angústia, estresse, alcoolismo, hipertensão arterial e infarto agudo do miocárdio. Constatou-se que a instituição acompanha as mudanças processadas no mundo do trabalho adquirindo novas tecnologias e equipamentos, promovendo mudanças organizacionais com novas modalidades de assistência e modelos gerenciais. Destaca-se que 55,7% dos trabalhadores de enfermagem possuíam vínculo de trabalho temporário, ou seja relações precárias de trabalho, sem direitos e garantias trabalhistas e assistenciais. Os trabalhadores estavam expostos não apenas às doenças da modernidade" mas também às mais antigas como a dengue e a tuberculose, ocasionando licenças para tratamento de saúde e as outras formas de adoecimento pelo trabalho devido a exposição ocupacional a riscos: biológicos, químicos, físicos, ergonômicos e psicossociais. / The aim of the study was to show the health problems presented by the 4307 nursing workers in the 23 health units of the Minas Gerais State Hospital Foundation, compare the problems identified to the illnesses related to work contained in the list of occupational illnesses of the Ministry of Health and analyze the health problems in the context of the changes operated in the world of work in the 1990s. It is about a descriptive and retrospective study whose data was gathered by means of the survey of the cases attended to carried out by the Workers Health Assistance Division in the year 2002 and by the analysis of the medical diagnoses recorded in the workers files and in the reports on tests carried out. The diagnoses obtained from the 6070 cases attended to were categorized based on CID-10 in twenty groups of diagnoses. The data was dealt with by means of descriptive statistics. The results showed that the workers health problems were distributed among the following groups: factors that affect the state of health (20.15%), illnesses of the osteomuscular system (11.83%), mental and behavioral upsets (11.40%), illnesses of the respiratory system (10.69%), illnesses of the circulatory apparatus (8.62%) and lesions, poisoning and external causes (8.25%). When the diagnoses found were compared with the illnesses related to work from the list of the Ministry of Health, it was found that the nursing labor force under study is being consumed by damages that affect the body and mind as a result of illnesses caused by hidden violence in the workplace, also known as illnesses of modernity such as: LER/DORT, depression, anguish, stress, alcoholism, high arterial blood pressure and acute heart attack. It was found that the institution follows the changes undergone in the world of work by acquiring new technology and equipment, promoting organizational changes with new kinds of welfare and management models. It has to be pointed out that 55.7% of the nursing workers were temporary employees, meaning precarious working relations, with no labor and welfare rights and guarantees. The workers were exposed not just to the illnesses of modernity" but also to the older ones such as dengue and tuberculosis which led to people taking leave for health treatment, and to the other forms of falling ill because of work due to occupational exposure to risks: biological, chemical, physical, ergonomic and psychosocial.
Identifer | oai:union.ndltd.org:usp.br/oai:teses.usp.br:tde-18082004-103448 |
Date | 14 June 2004 |
Creators | Murofuse, Neide Tiemi |
Contributors | Marziale, Maria Helena Palucci |
Publisher | Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP |
Source Sets | Universidade de São Paulo |
Language | Portuguese |
Detected Language | Portuguese |
Type | Tese de Doutorado |
Format | application/pdf |
Rights | Liberar o conteúdo para acesso público. |
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