O Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) é a menor unidade de saúde mental proposta como centro regulador da assistência em saúde mental pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A partir de 2006 pela primeira vez, houve a superação do montante de recursos financeiros da atenção extra-hospitalar em relação àquele destinado aos hospitais psiquiátricos. Portanto, a mudança do modelo assistencial psiquiátrico no SUS tornou-se uma realidade. Porém sabe-se pouco sobre os profissionais que atuam nesses serviços e sobre suas práticas. Objetivo: Descrever o perfil e as práticas dos profissionais que compõem as equipes de cinco CAPS responsáveis pelo atendimento em saúde mental de toda a população existente na região Macrorregional Noroeste de Minas Gerais. Método: Pesquisa exploratória descritiva. Realizada nos CAPS da região Macrorregional Noroeste de Minas Gerais. Os dados foram coletados de dezembro de 2009 a junho de 2010; por meio de um questionário semi-estruturado. Cada participante respondeu o questionário individualmente. As respostas foram digitadas em planilha no programa Excel® em dupla digitação, feita a validação para posteriormente realizar o tratamento estatístico dos dados por meio do aplicativo STATA para calcular as freqüências e porcentagens. Resultados: A amostra foi composta por 31 profissionais assistenciais de nível superior que compõem as equipes dos CAPS dos municípios em estudo, totalizando 100% de participação. Composta por: sete médicos, quatro enfermeiros, nove psicólogos, um fisioterapeuta, três terapeutas ocupacionais, quatro assistentes sociais e três farmacêuticos. A maioria dos CAPS é do tipo I. Dos profissionais de nível superior 39% com menos de 29 anos de idade, 23% com especialização em saúde mental, 64% dos entrevistados trabalham na instituição há menos de quatro anos, 45% possuem outro emprego e trabalham menos de 30 horas semanais nos CAPS. O atendimento individual e a prescrição são as principais práticas profissionais. Em relação às práticas consideradas típicas da enfermagem e atendimento familiar, 81% dos entrevistados realizam estas funções. Na opinião dos profissionais, as principais dificuldades para uma atuação mais próxima das propostas políticas e organizacionais são: 90% financeiras, 87% políticas e 77% de recursos humanos. Conclusão: Os resultados revelam que as propostas da reforma psiquiátrica têm avançado, pois atualmente existem serviços de saúde mental mais próximo da população. No entanto, o número de serviços e de profissionais ainda é insuficiente, gerando dificuldades para que os profissionais adotem práticas mais próximas das preconizadas nos textos sobre a reforma. A necessidade de melhorar a formação profissional também é um dado importante deste trabalho. / Center for Psychosocial Care (CAPS) is the smallest mental health unit proposed as regulatory center of mental health care by the Brazilian Unified Health System (SUS). For the first time in 2006, there was the overcoming of the amount of financial resources for extra-hospital care in relation to those destined to mental hospitals. Therefore, the change of the mental health care model in the SUS has become a reality. But little is known about the professionals who work in these services and about their practices. Objective: To describe the profile and practices of the professionals who make up the teams of five CAPS responsible for mental health care of the entire population in the Northwest macro-region of the state of Minas Gerais, Brazil. Method: This is an exploratory and descriptive study carried out at the Northwest macro-region of the state of Minas Gerais. Data were collected from December 2009 to June 2010 through a semi-structured questionnaire. Each participant answered the questionnaire individually. Answers were entered in the spreadsheet program Excel® in double entry, the validation was made first and then the statistical treatment of data was performed using STATA software to calculate the frequencies and percentages. Results: The sample consisted of 31 top-level professionals who compose the CAPS teams in the municipalities of study, totaling 100% of participation. The care professionals were: seven physicians, four nurses, nine psychologists, one physiotherapist, three occupational therapists, four social assistants, and three pharmacists. Most CAPS were type I. Among the top-level professionals, 39% were under 29 years of age, 23% had a specialization in mental health, 64% worked in the institution for less than four years, and 45% had another job and worked less than 30 hours weekly. Individual care and prescriptions are the main professional practices. Related to the practices considered typical of nursing and family care, 81% of respondents accomplished these functions. According to the professional opinion, the main difficulties for a closer performance regarding the policy and organizational proposals are: 90% financial, 87% political and 77% human resources. Conclusion: Results show that the psychiatric reform proposals have advanced, as currently there are mental health services closer to the population. However, the number of services and professionals is still insufficient, making it difficult for professionals to adopt practices closer to the recommended in the texts on the reform. The need to improve professional training is also an important aspect of this work.
Identifer | oai:union.ndltd.org:usp.br/oai:teses.usp.br:tde-31102011-095559 |
Date | 24 August 2011 |
Creators | Cunha, Vânia Cristina Alves |
Contributors | Galera, Sueli Aparecida Frari |
Publisher | Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP |
Source Sets | Universidade de São Paulo |
Language | Portuguese |
Detected Language | Portuguese |
Type | Dissertação de Mestrado |
Format | application/pdf |
Rights | Liberar o conteúdo para acesso público. |
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