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Domesticando corpos, construindo médicos

Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Sociologia Política, Florianópolis, 2017. / Made available in DSpace on 2017-06-27T04:22:19Z (GMT). No. of bitstreams: 1
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Previous issue date: 2017 / A Medicina, mais do que um campo do saber em saúde, é a corporação profissional de maior prestigio social na sociedade brasileira contemporânea, observada sua ampla concorrência vestibular quando comparada com a de qualquer outra carreira. Tanto na conceituação de Eliot Freidson como de Michel Foucault, a partir do advento da Modernidade e de Epistemé Moderna é que esse ramo profissional conquistou legitimidade social e passou a estar em uma posição central para entender os mecanismos pelos quais o biopoder opera na Sociedade. As relações de gênero permeiam o mundo interno da profissão médica, sendo o objetivo do presente trabalho investigar as relações de gênero em termos de como o estatuto da Medicina constrói os futuros médicos, desenhando certa uma sociologia da profissão médica. Foram conduzidos três grupos focais com estudantes de um Curso de Medicina público. As categorias encontradas apontam que o curso de Medicina apresenta um currículo oculto que opera na lógica dos excessos, com um ideário médico conservador, masculinista e heteronormativo. Há constante prejuízo e práticas de submissão das mulheres no curso, tanto em termos das relações internas as disciplinas, como entre as estudantes e os estudantes. A violência contra a mulher é operada explícita e implicitamente. Pessoas LGBT são invisibilizadas, tanto em termos curriculares como em termos das relações sociais, em um processo de vigilância excessiva e constante dos estudantes para a adequação a um modelo que privilegia o homem heterossexual e os demais são abjetos.<br> / Abstract : Medicine is more than a field of health knowledge. Medicine is the most prestigious social corporation in contemporary Brazilian society. It has the greatest competition when compared to any other career in the college entrance examination. Eliot Freidson and Michel Foucault conceptualize this profession has gained social legitimacy from the advent of Modernity and Epistemé Moderna. The purpose is to investigate how gender relations appear in medical students drawing certain sociology of the medical profession. Three focus groups were conducted with students from a Public Medicine Course. The categories constructed indicate that the medical course presents a hidden curriculum that operates in the logic of excess, with a conservative, masculinistic and heteronormative medical ideology. There is constant prejudice and submission practices of women in the course. Violence against women is operated explicitly and implicitly. LGBT people are invisible both in terms of curriculum and in terms of social relations in a process of excessive and constant surveillance of students to fit a model that privileges the heterosexual man and the others are abject.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.ufsc.br:123456789/176795
Date January 2017
CreatorsPires, Rodrigo Otávio Moretti
ContributorsUniversidade Federal de Santa Catarina, Grisotti, Marcia
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Format185 p.| il., tabs.
Sourcereponame:Repositório Institucional da UFSC, instname:Universidade Federal de Santa Catarina, instacron:UFSC
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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