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Previous issue date: 2018-02-02 / Não recebi financiamento / Neste trabalho iremos avaliar a natureza e implicações da tese de que o tempo
fenomenológico é um fenômeno emergente/auto-organizado neural, corporificado, ativo e situado.
A idéia aqui é analisar qual tipo de compreensão do tempo fenomenológico é possível elaborar
mediante uma perspectiva neural/corporificada/pragmática/situada (abreviando: NCPS). O que
significa conceber a hipótese de que o tempo vivido subjetivamente é uma estrutura dinâmicocomplexa
que emerge da, e contribui com a regulação da, auto-organização do sistema temporal
global do corpo pragmático e situado? Quais as linhas teóricas fundamentais que podem ser
delineadas e investigadas para que tal hipótese possa ser desenvolvida e quais linhas de
argumentação probatória podem fornecer fundamentação, verificação e justificação de tal hipótese?
Com o objetivo de aplainar o terreno desta investigação, propomos partir de um paradigma
histórico-filosófico fornecido pelo modelo de Guyau acerca do tempo psicológico, para
posteriormente correlacioná-lo com modelos filosóficos/psicológicos/neurológicos do
processamento/vivência temporal, com modelos contemporaneamente propostos acerca da
corporificação situada/pragmática do tempo vivido e com modelos contemporâneos acerca da
cognição, emoção, ação e mente que, embora não diretamente focados na modelagem do tempo
vivido, são relevantes para o nosso caso. Nesse contexto, propusemos de início 6 proposições como
eixo de coordenadas conceituais para nossas argumentações: (1) a temporalidade afetiva está
estruturalmente articulada à temporalidade sensório-motora; (2) da dinâmica espaço-temporal
afetivo-motora emerge o tempo neurofenomenológico; (3) ao nível neural, a emergência do tempo
neurofenomenológico no, e enquanto regulador do, espaço de trabalho global (espaço de integração
informacional Φ (TONONI 2008)) implica que ele não só recebe inputs dos, mas também exerce
ações causais circulares descendentes (top-down) e paralelas sobre, os mecanismos neurais das
temporalidades afetivo-sensorimotoras mais básicas, contribuindo para redução do espaço
probabilístico de incertezas das trajetórias do corpo ativo no mundo, ao contribuir com a construção
e regulação de padrões espaço-temporais afetivo-motores mais complexos dos que os fornecidos em
processamentos subconscientes; (4) quando o animal está processando informações temporais no
ambiente, ele só pode fazer isso se processar informações temporais auto-relacionadas e autoespecificadoras,
que indicam, regulam e constituem a existência individual do corpo em oposição e
complementariedade à existência de individualidades e eventos externos, sendo que (4.1) tal
individualidade corporal não é dada isoladamente, mas sim é uma constituição espaço-temporal
operada no interior da dinâmica do sistema ecológico animal-ambiente; (5) a identidade corporal
proto-narrativa é auto-especificada e auto-produzida nas sínteses passivas temporais contínuas de
estados afetivos processados/vivenciados na microescala de integração temporal emocional (na
microescala episódica temporal proposta por Lewis (2000)); (5.1) mas esta proto-narrativa envolve
também processamentos/vivências proprioceptivos/cinestésicos auto-relacionados e autoespecificadores,
portanto, a auto-individuação espaciotemporal corporal é um processo de
integração temporal auto-relacionada e auto-especificadora gerado em sínteses diacrônicas de
estados sucessivos afetivos/proprioceptivos/cinestésicos; (6) o tempo pragmático primordial é uma
dinâmica auto-organizada baseada numa causalidade circular entre uma intencionalidade afetivomotora
do tempo (no sentido fenomenológico da direcionalidade ou referência à exterioridade) e
uma forma de síntese auto-referencial de estados corporais espaço-temporais constituindo uma
identidade anoética primordial. / In this work we will to evaluate the nature and implications of the thesis that
phenomenolgical time is a emergent/self-organizing neural, embodied, active and situated
phenomena. The idea here is to analyse what understanding of phenomenological time comes out
from a possible neural/embodied/active/situated (for short, NEAS) perspective. What does it mean
to conceive the hypothesis that subjectively lived time is a dynamic-complex structure that emerges
from and contributes to the regulation of the self-organization of the global temporal system of the
pragmatic and situated body? What are the fundamental theoretical lines that can be delineated and
investigated so to make possible such hypothesis and which lines of argumentation can provide
substantiation, verification and justification of such hypothesis? In order to prepare the terrain of
this research, we propose a historical-philosophical paradigm provided by Guyau's model of
psychological time, and later to correlate it with philosophical/psychological/neurological models of
temporal processing/experiencing, with contemporaneous models about the situated/pragmatic
embodiment of lived time and with contemporary models about cognition, emotion, action, and
mind that, while not directly focused on the modeling of lived time, are relevant to our case. In this
context, we first propose 6 propositions as the axis of conceptual coordinates for our arguments: (1)
The affective temporality is structurally articulated with sensorimotor temporality; (2) from the
primordial affective-motor temporal structures emerges neurophenomenological time; (3) the
emergence of neurophenomenological time from, and as regulator of, the global workspace
dynamics (space of informational integration Φ) implies that it exerts top-down and lateral
constrains on the more basic affective-sensorimotor temporalities, contributing to the uncertainty
reduction in the trajectory of active-body-in-the-world, through its contribution to the formation of
more complex affective-motor patterns; (4) When the animal is processing temporal information in
the environment, it can only do that if it process self-related temporal information, or proprioespecific
temporal information indicating the individual existence of itself as opposed to the
existence of external individuals and events. (4.1) Such bodily individuality is not given in egoic
isolation, but is also a spatiotemporal constitution operated by the dynamics of the animalenvironment
system; (5) A proto-narrative me-ness or ipseity is produced in the continuous
temporal passive synthesis of bodily affective states at lower scale of temporal integration (the
episodic time scale proposed by Lewis (2000)); (5.1) But this proto-narrative also involves
proprioceptive/kineasthetic relf-related processing. Then bodily spatiotemporal self-individuation is
a process of self-related temporal integration by synthesis of sucessive
affective/proprioceptive/kinaesthetic states; (6) The primordial pragmatic time is a dynamics based
on a circular causality between an affective-motor intentionality of time (in the phenomenological
sense of referential directionality) and a form of self-referential synthesis of spatiotemporal bodily
states constituting a primordial anoetic me-ness.
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.unesp.br:11449/153437 |
Date | 02 February 2018 |
Creators | Jesus, Johnny Marques de [UNESP] |
Contributors | Universidade Estadual Paulista (UNESP), Pereira Junior, Alfredo [UNESP] |
Publisher | Universidade Estadual Paulista (UNESP) |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | Portuguese |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis |
Source | reponame:Repositório Institucional da UNESP, instname:Universidade Estadual Paulista, instacron:UNESP |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
Relation | 600 |
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