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Previous issue date: 2014-02-10 / Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico / A caatinga tem como traço marcante de sua área de ocorrência o clima
quente e seco com precipitações irregulares e altas taxas de evaporação. A caatinga
se reflete em uma riqueza não só em termos de biodiversidade, mas também em
conhecimentos tradicionais a ela relacionados. Entretanto, esse bioma é
considerado um dos mais frágeis. O clima associado à ação humana exploratória e
insustentável torna frágil o equilíbrio ecológico da caatinga com implicações
negativas para o meio ambiente e para os habitantes do semiárido. Embora a
maioria das palmeiras nativas do Nordeste brasileiro não esteja incluída entre as
espécies ameaçadas de extinção, o uso desordenado as torna vulneráveis. Dentre
as palmeiras nativas da caatinga tem-se o catolé Syagrus cearensis (Noblick). O que
chama a atenção nesse caso é o uso das folhas do catolé pela Comunidade de
Monte Alegre, situada no município de Iguaraci, microrregião do Sertão do Alto
Pajeú/PE, onde existem onze famílias que sobrevivem da coleta das folhas da
palmeira catolé e do uso da palha para a confecção de vassouras artesanais.
Porém, a atividade extrativista do catolé sofre com o risco de ser extinta por conta
das dificuldades encontradas pelas populações que se utilizam desta palmeira como
fonte de renda. Assim, o objetivo deste trabalho é analisar o extrativismo do catolé
pela população agroextrativista de Monte Alegre. O pensamento complexo surge
como método norteador da pesquisa, amparado nas etnociências, com o intuito de
proporcionar um diálogo entre as ciências naturais e sociais em uma perspectiva
crítica. Para isso, contou-se com uma pesquisa bibliográfica e documental e uma
pesquisa de campo com a realização de entrevistas, determinação da área de uso e
observação. Os resultados apontam que a renda familiar do grupo estudado é
constituída essencialmente pela produção e venda das vassouras confeccionadas
com as folhas do catolé. O extrativismo e a produção de vassouras, conhecimentos
transmitidos através de gerações, são a base da cultura desta população
enraizando-os à sua terra e suas origens. As técnicas de coleta utilizadas causam
um prejuízo mínimo às populações de catolé da Serra de Monte Alegre. A atividade
realizada e a comercialização das vassouras indicam uma atividade nos moldes précapitalistas,
não se enquadrando completamente nos padrões capitalistas da
sociedade urbano-industrial. Contudo, o valor de uso das vassouras não concentra
os aspectos sociais, culturais e ecológicos que devem estar agregados ao valor do
produto. A determinação da área de uso dessa população pelas tecnicas de
georreferenciamento e fotointerpretação mostra como eles ocupam e usam o
território. A territorialidade da população agroextrativista estudada exemplifica a
relação entre o homem e a natureza com um modo particular de convivência com o
Semiárido, combinando estratégias de vida e saberes complexos transmitidos
através de gerações, o que vem garantindo o sustendo dessas famílias ao longo do
tempo.
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.ufpe.br:123456789/12342 |
Date | 10 February 2014 |
Creators | Souto, Ana Carla Gonçalo |
Contributors | Rodrigues, Gilberto Gonçalves |
Publisher | Universidade Federal de Pernambuco |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Breton |
Detected Language | Portuguese |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis |
Source | reponame:Repositório Institucional da UFPE, instname:Universidade Federal de Pernambuco, instacron:UFPE |
Rights | Attribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazil, http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/, info:eu-repo/semantics/openAccess |
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