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Dores no corpo e dores na alma

A violência doméstica contra a mulher é um fenômeno mundial, que não se restringe a uma
determinada classe social, raça, idade, não importando a religião ou escolaridade. As
agressões são divididas em variados tipos, como psicológica, sexual, moral e patrimonial,
porém, no relacionamento violento, elas acontecem de formas sobrepostas. Este estudo
insere-se no eixo temático Educação popular em movimentos e organizações sociais,
e tem como objetivo investigar a história de vida de mulheres que vivenciaram
situação de violência doméstica e conseguiram romper com o ciclo, investigando as
suas percepções, o que contribuiu para a sua permanência em uma relação violenta e
qual foi o momento estanque e a rede de proteção necessária para que a ruptura fosse
possível. A pesquisa foi realizada no CREAS – Centro de Referência Especializado
de Assistência Social de Panambi/RS, com três mulheres, que conseguiram romper
com o ciclo da violência doméstica e foram encaminhadas para atendimento
psicológico. A investigação foi orientada pela abordagem qualitativa, foram
realizadas entrevistas com questionário semiestruturado, aplicado individualmente,
com permissão para serem gravadas e transcritas na íntegra. Os temas investigados
nas entrevistas versaram sobre a família de origem, sua família atual (companheiro e
filhos), o início da violência, os tipos de violência sofrida, a rede de proteção
primária e secundária, o momento de ruptura e as expectativas e planos para o futuro.
A partir da análise dos resultados foi possível verificar que os primeiros episódios de
violência ocorrem já no início da relação (no namoro), e com o passar do tempo as
agressões vão se intensificando, o que acarreta baixo autoestima e autoconfiança,
fazendo com que se sintam desamparadas e a cada episódio de violência vem a
reconciliação, em que a mulher passa novamente a acreditar na possível mudança de
comportamento do companheiro, o que faz com que elas permaneçam na relação.
Podemos concluir que as lutas contra a violência doméstica passam pela mudança
sócio-histórico-cultural do patriarcalismo cultivado ao longo das décadas, e essa
transformação só é possível por meio da articulação da temática na educação minimizando a
realidade da violência doméstica e trabalhando desde cedo os papéis masculino e feminino em
sala de aula, de forma a oportunizar a desconstrução dos estereótipos dos papéis do “ser
homem e ser mulher”. / 112 f.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:bibliodigital.unijui.edu.br:123456789/5004
Date08 May 2018
CreatorsMadaloz, Rogéria Fatima
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Formatapplication/pdf
Sourcereponame:Repositório Institucional da UNIJUI, instname:Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul, instacron:UNIJUI
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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