Em meados do século XIX, o Império do Brasil buscou acompanhar avanços tecnológicos na construção e operação de navios de guerra, trazidos pela propulsão a vapor e pelos avanços na artilharia, que em breve culminaram no desenvolvimento do encouraçado na Europa e de seu primeiro emprego operacional, na Guerra Civil dos Estados Unidos (1861-1865). Combinadas essas necessidades militares e tecnológicas com uma política mais ativa do Império nas questões dos estados platinos, ao início da Guerra da Tríplice Aliança (1864-1870) deu-se um primeiro surto de construção naval militar, para atender às demandas de guerra, que incluíam a construção de encouraçados para operações fluviais, empregando os meios tecnológicos e conhecimentos acumulados desde as iniciativas da década anterior. Cerca de dez anos após o final da guerra, iniciou-se outro surto de construção naval militar, embora sem uma urgência bélica estabelecida, e sim uma perceptível defasagem tecnológica em relação aos navios que se construíam em países de industrialização avançada. Os últimos navios construídos desse segundo surto foram incorporados após a Proclamação da República (1889). O objetivo deste trabalho é compreender as razões que desencadearam esses dois surtos de construção naval militar e que os levaram ao fim, analisando a questão sob o ponto de vista de três fatores interligados: as relações internacionais, as necessidades militares e as necessidades de absorver tecnologia / In the mid-nineteenth century, the Empire of Brazil sought to follow technological advancements in the construction and operation of warships, brought about by steam propulsion and advances in artillery, which soon culminated in the development of the ironclads in Europe and its first operational deployment in the U.S. Civil War (1861-1865). These military and technological needs were combined with a more active policy of the Empire in affairs with the states of the River Plate Basin, and, with the beginning of the War of the Triple Alliance (1864-1870), began a first outbreak of military shipbuilding to meet the war demands, which included the construction of ironclads for riverine operations, employing the technology and knowledge accumulated since the initiatives of the previous decade. About ten years after the end of the war, another outbreak of military shipbuilding began, though without a war urgency established, but a noticeable technological gap in relation to warships built in advanced industrialized countries. The last ships built in this second outbreak wee commissioned after the Proclamation of the Republic (1889). The objective of this work is to understand the reasons that led these two outbreaks of military shipbuilding and finished both, analyzing this problem from the point of view of three interrelated factors: international relations, military needs and the needs of absorbing technology
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:teses.usp.br:tde-23012015-103524 |
Date | 17 October 2014 |
Creators | Fernando Ribas de Martini |
Contributors | Francisco Assis de Queiroz, Marilda Nagamini, Gildo Magalhães dos Santos Filho |
Publisher | Universidade de São Paulo, História Social, USP, BR |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | English |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis |
Source | reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP, instname:Universidade de São Paulo, instacron:USP |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
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