Return to search

Que corpos são esses que dançam? Reflexões acerca do “corpo ideal”, da “verticalidade imperiosa”, do hibridismo estético e dos elementos de brasilidade na criação de companhias nacionais contemporâneas.

Submitted by Rosane Torres (rgoncalvest@hotmail.com) on 2015-07-21T22:14:27Z
No. of bitstreams: 1
Que corpos são esses que dançam... dissertação mestrado Rosane Gonçalves: 21344180 bytes, checksum: a5c40736cad2d3314f2c9d6a454cd560 (MD5) / Approved for entry into archive by Ednaide Gondim Magalhães (ednaide@ufba.br) on 2015-10-13T14:37:34Z (GMT) No. of bitstreams: 1
Que corpos são esses que dançam... dissertação mestrado Rosane Gonçalves: 21344180 bytes, checksum: a5c40736cad2d3314f2c9d6a454cd560 (MD5) / Made available in DSpace on 2015-10-13T14:37:34Z (GMT). No. of bitstreams: 1
Que corpos são esses que dançam... dissertação mestrado Rosane Gonçalves: 21344180 bytes, checksum: a5c40736cad2d3314f2c9d6a454cd560 (MD5) / Nesta dissertação, propus, com base no contexto histórico, analisar comparativamente
os corpos que dançam a cena brasileira. O objetivo foi identificar a forma de apropriação do
uso “verticalidade imperiosa” e “corpo ideal” como valores estéticos e perceber as formas de
hibridismo corporal nos processos de criação da Dança Cênica brasileira. Observei ainda que,
no período que compreende o século XVII até o século XX, configurou-se um tipo de corpo e
dança condizente com os ideais e valores sócio-culturais de cada época destacada.
A dança, como forma de pensamento de uma determinada época, carrega em sua
estrutura e em seus movimentos marcas importantes de um contexto sócio-cultural. Para além
desse fato, vi que também ela reflete seus ideais pela forma de sistematização técnica e, por
sua vez, a dança produz padrões de movimentos específicos, vestimentas e outros elementos
que, afinal, compõem seu universo. Esse conjunto de dados somado, quando classificado e
identificado, certamente traz propostas estéticas distintas para a arte da Dança. A fim de
desenvolver esta pesquisa, dividi, então, o estudo em três capítulos.
O primeiro intitula-se Instituição da “Verticalidade Imperiosa” e “Corpo Ideal”
para a Dança Cênica. Estudei ali a História da Dança Cênica que teve seu início no século
XVII. A princípio, na corte francesa, a dança configurou um ideal de corpo coerente com os
padrões de etiqueta social vigentes: corpos elegantes, esguios, refinado, distante do corpo
“natural” encontrado na plebe. Como forma de poder e honrarias, a verticalidade do tronco
desse corpo passou a ser ressaltada com uma postura física que ascendia ao alto, sugerindo
poder, superioridade à qual denominamos “verticalidade imperiosa”. Seguindo a História,
verifiquei que a estética do romantismo ampliará os conceitos de “corpo ideal” e
“verticalidade imperiosa” em função da proposta de homogeneidade, busca de perfeição
técnica e virtuosismo.
ix
No segundo capítulo, A Transformação dos Padrões Estéticos na Transição do
Balé Clássico para a Dança Moderna, aprofundei os ideais de corpo. Tais ideais foram
sendo modificados em função dos novos pensamentos do final do século XIX que
influenciaram os meios sócio-cultural e artístico. E o corpo que dança foi sendo adaptados às
novas propostas estéticas. O uso da verticalidade no tronco do bailarino também sofreu
modificações, porque se adequou aos propósitos que a nova dança oferecia. Com a entrada da
Dança Moderna foi possível também observar práticas híbridas no contexto criativo
coreográfico, verificada inclusive no histórico do início da Dança Cênica no Brasil.
No terceiro capítulo intitulado Os Corpos que Dançam a Cena Brasileira
Contemporânea, analisei comparativamente três companhias brasileiras de Dança
Contemporânea fundadas nas décadas de 1970, 1980 e 1990: o Grupo Corpo, da cidade de
Belo Horizonte - MG, Quasar Cia. de Dança da Cidade de Goiânia – GO e Grupo Cena 11
Cia. de Dança da Cidade de Florianópolis – SC. Busquei identificar as relações estabelecidas
nos processos coreográficos, com os conceitos e as suas respectivas transformações de “corpo
ideal”, o uso da “verticalidade imperiosa” e a apropriação e manipulação de processos
híbridos nas propostas estéticas de cada grupo selecionado.
PALAVRAS-CHAVE: processos criativos, corpo, verticalidade, hibridismo corporal. / In this study I intended to show, according to the historic ground, a comparative
analysis on the body that dances in the Brazilian scenario. As a matter of fact, I aimed to
identify how to get the so called “commanding verticality” form of the body, as well as the
“ideal body” which show up the aesthetic values. It is also the goal of this study to understand
the different processes of the establishment of the body hybridism in the Brazilian scenic
dance. Furthermore, I checked the different types of the body or the dance from the historic
period between the 17th century and the 20th century. In fact, it was learned that both body and
dance have been showing their development all through those period of time.
It has to be known that dance carries with it some social and cultural ways of living
and thinking due to a special way of a special thinking. And more than that, it is important to
understand that, through the dance, one can see some specific patterns that clear up as well as
explain the changing in social behavior. Once it is checked and identified, one can easily point
out some aesthetic standards for the Dance. For the sake of this research I have divided it in
three chapters.
The first - The use of “commanding verticality” and of the “the ideal body” for
the scenic dance -, I studied the history of the scenic dance since the 17th century, which is
marked as the beginning of this dance. I settled that in the midst of the French society of the
seventeenth, dance meant an art that could easily show a way of dressing, of walking; in short,
dance could clearly determine a specific pattern of the French high class that was absolutely
different from the poor class, who had a so called “natural” body. Moreover, such a high class
way of acting suggested this power and honor of a group who held honor, majesty, hence,
power.
The second chapter – The aesthetic transformation patterns in the transition of the
classic ballet and the modern dance, I discussed the body itself. I managed to show that
those patterns were been changed through the times due to new ways of thinking and facing
life which influenced people of the 19th, their social lives, their culture, or their art.
xi
In fact, that verticality in dance and in life suffered a kind of an utter change due to this new
dance: the modern dance. One can see a hybrid practice that effectively happened in the dance
choreography context, including the Brazilian dance scenario.
In the third and last chapter, Those bodies that perform the Brazilian
contemporary scenario, I studied three Brazilian dance companies: the 1970 Grupo Corpo
from Belo Horizonte, Minas Gerais; the 1980 Quasar Cia. de Dança da Cidade de Goiânia,
Goiás, and the 1990 Grupo Cena 11 da Cidade de Florianópolis, Santa Catarina. In fact, what
I did was to check out the choreographic processes settled by each one of them, their concepts
or their changing that occurred in the “ideal body”, in the “commanding verticality”, as well
as in the specific way of dealing with the this hybrid practice in each of these three dance companies.
KEYWORDS: creative processes, body, verticality, body hybridism.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:192.168.11:11:ri/18114
Date25 June 2008
CreatorsTorres, Rosane Gonçalves de Almeida
ContributorsMartins, Suzana Maria Coelho, Martins, Suzana Maria Coelho, Pereira, Antonia, Rauen, Margarida Gandara
PublisherUniversidade Federal da Bahia, Em Artes Cênicas -, UFBA, PPGAC, brasil
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Sourcereponame:Repositório Institucional da UFBA, instname:Universidade Federal da Bahia, instacron:UFBA
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

Page generated in 0.0029 seconds