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A construção de uma escola de educação infantil de tempo integral: "cavando os achadouros da infância"

Esta pesquisa investigou sobre o cotidiano de uma Escola de Turno Integral. A
pesquisa foi de natureza qualitativa, realizada em uma Escola de Educação
Infantil de tempo integral numa Unidade Operacional do SESC. A narrativa foi
utilizada como elemento central para compor os capítulos da dissertação, ao
mesmo tempo em que foram entrevistadas professoras e estagiárias, também
nesse cotidiano utilizou-se filmagens e fotografias, observações, ações
conjuntas e o diário de campo. A coleta de dados foi realizada no ano de 2011
e, entre os meses de fevereiro e maio de 2012. As imagens também têm
presença marcante nessa dissertação, sejam fotografias ou as charges do
autor Tonucci. Utilizaram-se dois métodos de pesquisa: a pesquisa-ação e a
pesquisa com o cotidiano. A pesquisa permitiu entender que a mudança se dá
nas pequenas coisas, no chão da escola, que leva tempo e que não são fáceis,
mas sim urgentes e necessárias. Além disso, a dissertação provocou também
outros movimentos na rede, pois a realidade da escola de Educação Infantil de
tempo integral acontece em todas as quinze escolas do SESC no Estado do
Rio Grande do Sul. Uma provocação aos colegas para pensarem sobre esse
tempo de permanência das crianças na escola quer sejam nas nossas
reuniões, nos encontros entre os pares, espaços de reflexões, no encontro do
vivido com o desejado buscando cotidianamente viver, pensar, propor, planejar
uma outra escola, uma escola infantil possível, necessária e urgente. Uma
escola que estamos construindo, que buscamos como nos diz Gandini (1999,
p.83) “encontrar inspiração a partir das coisas que fazemos”, construindo
nossas teorias nos diálogos conosco mesmo, com autores, com as crianças e
com as famílias. Uma escola que me respeita, que me oportuniza ser quem eu
sou, que me faz feliz, que me modifica, que me valoriza, que me faz crescer,
que me escuta, que me acolhe, que me faz rir e que me faz desejar voltar ou
quem sabe não sair. Enfim, pensar, propor, viver uma escola de outro jeito,
uma “escola da infância” (BARBOSA, 2009), um dos princípios da escola
pesquisada, “a escola da infância é o lugar no qual se promove a convivência
em grupo, a partilha, o respeito ao outro, o acolhimento e a celebração da
diversidade” (SESC, 2012). Um desafio cotidiano, fazer as palavras
acontecerem, romper com a tão famosa frase “só no papel”, transformar em
práticas o que temos no papel, ou mesmo o que temos pensado, escrito,
pesquisado, documentado. É vivendo que nos permitimos a ousar, a entender
as “importâncias” para as crianças, para essa escola, para esse tempo.
Construir uma escola de tempo integral com “as roupas do domingo, todos os
dias” (FARIA, 2007) é o desafio, é o que se busca, é o que se quer. E assim
fazer dela o que propõe Kohan (2004, pb.66-67), “um espaço de experiências,
acontecimentos inesperados e imprevisíveis, mundo do devir e não apenas da
história, tempo de aión e não somente do chrónos. (...) E um novo início para
a educação”. / 147 f.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:bibliodigital.unijui.edu.br:123456789/1846
Date04 November 2013
CreatorsRodrigues, Juliana Beatriz Machado
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Formatapplication/pdf
Sourcereponame:Repositório Institucional da UNIJUI, instname:Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul, instacron:UNIJUI
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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