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Política externa e relações diplomáticas na antiguidade tardia

Resumo: A presente Tese é uma tentativa de analisar as diferentes dimensões políticas das relações diplomáticas no ocidente tardo-antigo, em particular entre os séculos V ao VIII, período de instalação e consolidação das principais monarquias romano-germânicas. A escolha desse recorte cronológico se deve ao fato de que, com a desestruturação política da parte ocidental do Império Romano, abriuse a oportunidade para a constituição de diversas unidades políticas soberanas, que necessitavam estabelecer relações diplomáticas entre si haja vista as expressivas transformações por que passava o ocidente europeu no período. Um dos elementos mais importantes para o desenvolvimento da prática diplomática foi o processo de construção de relações de identidade e alteridade. Os soberanos tardo-antigos sforçavam-se por construir, entre seus súditos, relações de identidade monárquicas, tendo em vista que componentes de diversas matrizes contribuíam para que as populações locias possuíssem outros critérios de identificação social, como o de pertencimento a comunidades locais, a um estrato nobiliárquico supranacional ou ao conjunto da cristandade. Uma vez analisados os processos de elaboração de identidade social, procede-se à análise da prática diplomática quotidiana, evidenciando as continuidades e rupturas da Antigüidade Clássica para a Antigüidade Tardia. Assim, são apresentados de maneira diacrônica ecanismos essenciais das relações diplomáticas, como os critérios para a seleção de emissários, os privilégios e imunidades necessários ao seu trabalho, as regras de cerimonial e protocolo e os recursos de egociação. Uma vez que a prática diplomática tardo-antiga atendia a variados objetivos de política externa, a Tese também discute as prioridades políticas de cada unidade soberana, ressaltando a influência de condicionantes internas e externas em sua formulação. Por fim, analisam-se as implicações do exercício das relações diplomáticas no processo de legitimação de poder de monarcas, nobres e eclesiásticos. As benesses na imagem pública dessas autoridades poderiam ser auferidas tanto da prática diplomática quotidiana, como de um imaginário político que lhes atribuía essa importante dimensão da res publica. A conclusão da análise das diferentes dimensões das relações diplomáticas na Antigüidade Tardia foi que a nobreza, atuando como uma classe supranacional e como herdeira dos signos e práticas políticas do Império Romano, foi responsável, por meio da observãncia aos mesmos padrões de comunicação política, por manter uma unidade política e diplomática no ocidente tardo-antigo. Do ponto de eórico-metodológico, este estudo recorre a formulações de autores clássicos do período, apropriando-se, principalmente, dos conceitos de imaginário político e de ideologia, tal como empregados, espectivamente, por Peter Brown e por Georges Duby; da maneira como Maria R. Valverde Castro trabalha a concorrência de bases materiais e ideológicas para a legitimação do poder; e da noção de pensamento político bárbaro”, estabelecida por P. D. King. As fontes utilizadas foram de diferentes naturezas, com destaque para as crônicas, epístolas, e legislações produzidas no período.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:dspace.c3sl.ufpr.br:1884/24109
Date21 July 2010
CreatorsZetola, Bruno Miranda
ContributorsFrighetto, Renan, Universidade Federal do Paraná. Setor de Ciencias Humanas, Letras e Artes. Programa de Pós-Graduaçao em História
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
Formatapplication/pdf
Sourcereponame:Repositório Institucional da UFPR, instname:Universidade Federal do Paraná, instacron:UFPR
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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