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A Genealogia de uma Formação em Saúde Coletiva

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Previous issue date: 2007-07-30 / No Brasil, as políticas de Saúde Pública foram até metade do século XX caracterizadas por práticas clientelistas, apoiadas num modelo de campanhas sanitárias em que se adotava um estilo repressivo disciplinar de intervenção médica sobre os corpos tanto individuais quanto sociais. A partir de 1960, nota-se um intenso movimento popular por reformas em diferentes âmbitos sociais, visando implementar ações de resistência aos poderes instituídos. Entre esses, os de luta por transformações efetivas na área da Saúde em favor de uma reforma que suplantasse o modelo biológico, curativo e assistencial vigente, tendo seu ápice na década de 1980 com a Reforma Sanitária. O recente movimento denominado Saúde Coletiva configura-se, nesse contexto, objetivando romper com o discurso-práticas sustentado pelo modelo de Saúde Pública hegemônico. Tal campo de teorias e práticas compromete-se com a incorporação das Ciências Sociais à área da Saúde, com a ampliação do conceito de saúde, e com a autonomia dos sujeitos envolvidos no processo, resgatando os sentidos de política e público há tanto desvirtuados. A partir do exposto, objetivou-se desenvolver uma Avaliação Genealógica do Mestrado em Saúde Coletiva da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) tendo como referência o discurso de seus alunos em atuação nos serviços públicos de saúde. Foram entrevistados oito alunos de uma turma do mestrado. As entrevistas foram gravadas, transcritas e posteriormente discutidas com base na Análise do Discurso. Os enunciados foram reorganizados de acordo com três temáticas que se destacaram: a formação de graduação, a prática profissional no serviço público e a formação no Mestrado em Atenção à Saúde Coletiva. A genealogia do discurso produzido pelos alunos apontou para um permanente embate de forças nos quais alunos afirmavam a processualidade (sentido Ético) ou, ao contrário, a negavam através da imposição de saber (sentido Moral). De modo geral, no campo da produção de conhecimento seja na formação de graduação ou na formação do Mestrado em Atenção à Saúde Coletiva , houve o predomínio de práticas heterônomas (Morais). A incorporação do saber à lógica do mercado leva à fabricação de trabalhadores para atender as exigências do capital, ampliando o descompromisso com uma aprendizagem crítica e inventiva. O discurso evidencia a separação entre os conteúdos acadêmicos e a prática nos serviços de saúde pública, revelando-se em insatisfação com a atuação e na crença de que a formação permanente poderá levar às respostas para os desafios impostos pelo cotidiano de trabalho. No que se refere à prática profissional, a produção coletiva não acontece, e o saber do outro seja do usuário ou do colega de trabalho é constantemente negado ou desconsiderado. A prática multiprofissional mostra-se como mais um modismo imposto pela necessidade de se dar conta da complexidade da saúde em meio à fragmentação dos saberes. Contudo, embora de maneira menos evidente, em alguns momentos foi possível perceber tentativas de rompimento com as formas instituídas. Ainda que não se configurem como modos existenciais Éticos, abre-se um importante espaço para a emergência de novos modos de subjetivação capazes de engendrar novas formas de pensar e fazer em saúde.

Palavras-chave: prática profissional em saúde.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:dspace2.ufes.br:10/3088
Date30 July 2007
CreatorsRoberta Scaramussa da Silva
ContributorsROSA, E. M., SZYMANSKI, H., ANDRADE, A. N.
PublisherUniversidade Federal do Espírito Santo, Mestrado em Psicologia, Programa de Pós-Graduação em Psicologia, UFES, BR
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Formattext
Sourcereponame:Repositório Institucional da UFES, instname:Universidade Federal do Espírito Santo, instacron:UFES
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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