Return to search

Horizontes do perdão: reflexões a partir de Paul Ricoeur e Jacques Derrida

Made available in DSpace on 2016-04-27T17:27:20Z (GMT). No. of bitstreams: 1
Maria Luci Buff Migliori.pdf: 2095464 bytes, checksum: 395e3de80b3f5c2f867335ee7f3f4baa (MD5)
Previous issue date: 2007-12-05 / This workpiece develops a cartography of forgiveness dimensions,
encompassing the branches of law, ethic, politics, Christian theology and
therapy. It takes profit of Paul Ricoeur s and Jacques Derrida s readings.
Forgiveness place is a border place that communicates with a variety of
domains. Its discussion involves that of guiltiness and reconciliation with past.
The thesis intends to analyze the ethical inscription of forgiveness in
philosophy, appointing that this issue requires an incursion in the nonphilosophic
field. It adopts as a model the work of the Truth and Reconciliation
Commission in South Africa, an experience of reconciliation through a
conditional amnesty and a new model of restorative Justice.
Some applications of forgiveness spirit in law highlight obligation and
responsibility relations, supported by the concept of debt and equivalence
applied by Justice. They bring the context of the initial debate about crimes
against humanity, after the Second World War, and its relations to the
Statement of Rights.
According to Ricoeur s view, forgiveness inscription lies in the abundance
of non-realized evil. Ricoeur s difficult forgiveness equation reveals the
dynamics emerging from the disproportion between the height of learned hymn
and guiltiness depth, its imputability and the problematic of incapability.
Derrida s reflection about the forgiveness and the unforgivable, in the
geopolitical scene, explores the ideas of conditional forgiveness, pure
forgiveness and circulation between hyperbolical ethic and politics.
The public debate upon the interpretation and reach of Amnesty Law in
1979, promulgated under military dictatorship in Brazil, is an opportunity to
appreciate the abuse of forgetter and the need of not erasing the facts, even
though debt has been broken up / A cartografia de algumas dimensões do perdão no campo jurídico, ético, político,
teológico-cristão e terapêutico é desenvolvida neste trabalho, partindo das leituras de Paul
Ricoeur e Jacques Derrida, e valendo-se da contribuição essencial de Hannah Arendt
para o tema do perdão na política. O lugar do perdão é um lugar de fronteira que se
comunica com domínios limítrofes diversos. Sua ampla problemática envolve a da
culpabilidade e a da reconciliação com o passado.
A tese procura indagar a forma de inscrição ética do perdão na filosofia,
mostrando que esta questão demanda a incursão no não-filosófico. Adota como modelo
de estudo o trabalho da Comissão de Verdade e Justiça CVR - da África do Sul,
instalada por ocasião da ruptura com o regime do apartheid (1995), um momento
filosófico privilegiado, que reúne as diferentes perspectivas mencionadas e, assim, a
possibilidade de reflexão sobre o perdão, em uma experiência de reconciliação, por meio
de uma anistia condicional e um novo paradigma de justiça, o da justiça restaurativa.
Uma pequena geografia das aplicações do espírito do perdão na lei aponta
relações de obrigação e responsabilidade, tendo como fio condutor o conceito de dívida e
uma lógica de equivalência aplicada pela justiça. Coloca o contexto de surgimento da
discussão dos crimes contra a humanidade, após a Segunda Guerra, e suas relações
com a Declaração de Direitos de 1948.
A inscrição do perdão, numa economia de dádiva ou dom, é traçada ante a
superabundância de não-sentidos do mal, na leitura de Ricoeur. A economia da
redenção é introduzida no plano simbólico e teológico cristão.
A equação do perdão difícil, traçada por Ricoeur, revela a dessimetria decorrente
da desproporção entre a altura do hino sapiencial e a profundidade da culpa, sua
imputabilidade e a problemática da incapacidade e sua superação. A pesquisa do dar e
retribuir envolve a revisitação do modelo arcaico e aspectos cerimoniais do dom e do
reconhecimento.
A reflexão de Derrida sobre o perdão e o imperdoável na cena geopolítica explora
as noções de perdão condicional e perdão puro e a circulação entre ética hiperbólica e
política.
A discussão pública a respeito da interpretação e alcance da Lei de Anistia,
promulgada durante a ditadura militar brasileira em 1979, é oportunidade para uma
apreciação a respeito dos abusos do esquecimento e a necessidade de não apagamento
dos fatos, mesmo que a dívida tenha sido quebrada

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:leto:handle/11758
Date05 December 2007
CreatorsMigliori, Maria Luci Buff
ContributorsGagnebin, Jeanne Marie
PublisherPontifícia Universidade Católica de São Paulo, Programa de Estudos Pós-Graduados em Filosofia, PUC-SP, BR, Filosofia
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
Formatapplication/pdf
Sourcereponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da PUC_SP, instname:Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, instacron:PUC_SP
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

Page generated in 0.0037 seconds