O discurso às avessas em Numa e a Ninfa de Lima Barreto / Inverted discourse in Numa e a Ninfa by Lima Barreto

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Previous issue date: 2012-03-22 / The objective of this research is to recognize and analyze the diversity of social voices present in Lima Barreto s novel Numa e a Ninfa, written in 1915. Possessing an innovative style and an inverted discourse, contradictory to the official patterns, Barreto was responsible for introducing a new type of literature, one which integrates fiction to reality, with the portrayal of the First Republic s social, political, and historical facts. The understanding of Barreto s proposal in creating the interaction among different fields of knowledge is, in this work, based on Mikhail Bakhtin s Diologism, which
analyzes language s possibility to establish continuous linkages between individuals and societies, enabling a better understanding of them. In an objective, clear, and ironic
way, Barreto s works analyze the individuals, their attitudes and social relations, attempting to incite the reader towards perception and conscience of a true reality underneath the masks worn for the performance of social roles. Through the depiction of characters such as Edgarda, Numa Pompílio, and Benevenuto, the author molds stereotypes, which denounce ambition, hypocrisy, and selfishness, common aspects among politicians. The ironical approaches used throughout the narrative identify Barreto s tone, used to combat, through literature, the social mishaps present in the politics of the Brazilian society. In order to promote the discussion about irony, Linda Hutcheon s and Colin Muecke s concepts are fundamental, as this resource provides the reader a more active interpretative process. The comparative path taken by Barreto, in Numa e a Ninfa, is also another efficient aspect to denounce and question the posture and character of people s representatives. The author confronts his fictitious characters
Numa Pompílio and Edgarda with the Roman historical figures Numa Pompílio and the Egeria nymph (714-671 b.C.) in order to lead the reader s perception of inverted discourse, evinced by the contrasting characteristics. Numa e a Ninfa is a novel which portrays Lima Barreto s trajetory in his search for a less alienating literature and for one that conducts the reader to a posture of inquirer of reality and active participant. / Este trabalho busca reconhecer e analisar a diversidade de vozes social, política e histórica, existentes no discurso da obra Numa e a Ninfa (1915) de Lima Barreto. Dono de um estilo inovador e com um discurso às avessas, contrário aos padrões oficiais, o escritor abriu caminhos para um novo tipo de literatura, que integra à ficção, aspectos pertencentes à realidade, retratando os acontecimentos sociais, políticos e históricos pertencentes à 1a República. A compreensão da proposta barretiana de criar a interação entre campos de saberes diferenciados é, neste trabalho, fundamentada a partir da Teoria do Dialogismo, de Mikhail Bakhtin, que analisa as possibilidades da linguagem de estabelecer elos contínuos entre os indivíduos e as sociedades, possibilitando maior
entendimento sobre os mesmos. De forma objetiva, clara e irônica, a obra de Barreto analisa os indivíduos, suas atitudes e relações sociais, procurando instigar no leitor a percepção e conscientização da verdadeira realidade por detrás das máscaras usadas nas representações de papéis sociais. Através da retratação das personagens Edgarda, Numa
Pompílio e Benevenuto, o autor molda estereótipos, que servem para denunciar a ambição, a corrupção, o descaso, a hipocrisia e o egoísmo, comuns aos membros da classe política. As abordagens irônicas utilizadas no decorrer da narrativa retratam o tom usado por Barreto para combater, por intermédio da literatura, as mazelas sociais que assolam a política e a sociedade brasileira. A fim de promover a discussão sobre a ironia, busca-se junto aos conceitos propostos por Linda Hutcheon e Douglas Colin Muecke compreender a capacidade deste recurso, em quebrar as amarras que dificultam as possibilidades do leitor de torna-se mais ativo durante o processo interpretativo. O caminho percorrido por Barreto, em Numa e a Ninfa encontra, também, na comparação, outro aspecto capaz de denunciar e questionar o caráter e a postura dos representantes do povo. O autor utiliza o confronto entre as personagens barretianas Numa Pompílio e Edgarda, com as da história romana de Numa Pompílio e a Ninfa Egéria (714 a 671 a.C.), e induz a percepção do leitor sobre o diálogo ao revés, constatado no
confronto de características tão distintas. Numa e a Ninfa é uma obra que retrata a trajetória de Lima Barreto em busca de uma literatura menos alienante e direcionadora de um leitor com postura de agente questionador e atuante em sua realidade.

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Date22 March 2012
CreatorsPinto, Rose Maria
ContributorsCampos, Maria Cristina Pimentel, Nogueira, Nícea Helena de Almeida, Xavier, Therezinha Mucci, Silva, Nilson Adauto Guimarães da
PublisherUniversidade Federal de Viçosa, Mestrado em Letras, UFV, BR, Estudos Linguisticos e Estudos Literários
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Formatapplication/pdf
Sourcereponame:Repositório Institucional da UFV, instname:Universidade Federal de Viçosa, instacron:UFV
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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